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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo VII — Pluralidade dos Mundos Habitados

Roteiro 6


Encarnação nos diferentes mundos


Objetivo Geral: Possibilitar conhecimento a respeito da existência, da formação e das diversas categorias de mundos habitados.

Objetivo Específico: Esclarecer a respeito das encarnações nos diferentes mundos.



CONTEÚDO BÁSICO


  • Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 3, item 5.

  • Da mesma forma que diariamente ocorrem partidas e chegadas de Espíritos entre os Planos material e espiritual, promovendo renovações intelecto-morais, […] igualmente [essa movimentação] se efetua entre os mundos, quer individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias especiais. Há […] emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introdução, na população de um deles, de elementos inteiramente novos. Novas raças de Espíritos, vindo misturar se às existentes, constituem novas raças de homens. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 11, item 37.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Referir-se à mensagem do Espírito Humberto de Campos — citada na aula anterior — sobre Marte, ressaltando que alguns Espíritos já nos trouxeram informações a respeito da vida nesse planeta [v. Maria João de Deus: O planeta Marte] e em outros: Júpiter, por exemplo (Revista Espírita de março/abril/maio/agosto/setembro, de 1858).

  • Esclarecer que as comunicações em referência se baseiam na interpretação dos Espíritos informantes, as quais, embora não contradizendo o ensino geral contido na Codificação Espírita, devem ser acolhidas como material de estudo, sujeito sempre à comprovação.


Desenvolvimento:

  • Dividir a turma em pequenos grupos para realizarem a seguinte tarefa:

    1. Ler a mensagem do Espírito Humberto de Campos supracitada;

    2. Listar as principais características da vida em Marte, conforme descrito pelo referido autor espiritual.

    Observação: Se não for possível colocar à disposição dos grupos a obra em referência, entregar a cada um deles uma cópia da mencionada comunicação.

  • Ouvir as respostas dos grupos, prestando os esclarecimentos cabíveis.

  • Em seguida, fazer uma exposição dialogada com base nos subsídios e na referência bibliográfica do roteiro, usando os recursos disponíveis: cartazes / transparências / flip-chart / quadro de giz / pincel etc.

  • Logo após, fazer perguntas — tipo “pinga-fogo” — a respeito do conteúdo da exposição. Ouvir as respostas, prestando os esclarecimentos necessários.


Conclusão:

  • Apresentar uma foto ou desenho contendo uma visão parcial do Universo, ressaltando que, dentre as diversas moradas da Casa do Pai, muitas são orbes venturosos, que nos aguardam após cumprirmos os nossos compromissos com a Terra.

  • Observação: Pinga-fogo: trata-se de uma técnica objetiva de perguntas e respostas concisas.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório se os alunos participarem ativamente da aula e responderem corretamente às perguntas do “pinga-fogo”.


Técnica(s):

  • Exposição; trabalho em pequenos grupos; exposição dialogada; “pinga-fogo”.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; livros / textos; cartazes / transparências; quadro de giz / pincel / flip-chart / retroprojetor; papel, lápis / caneta.



 

SUBSÍDIOS


De acordo com o ensinamento da Doutrina Espírita, tendo […] o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos. (4)

Para chegarem à perfeição, que é o seu destino final, os Espíritos não precisam, entretanto, passar pela imensa variedade de mundos existentes no Universo, uma vez que muitos desses mundos pertencem ao mesmo grau da escala evolutiva, e os Espíritos, ao se retirarem de um deles, nada aprenderiam nos outros que se lhe assemelhassem. (5) Podem, no entanto, encarnar num mundo em que já viveram para desempenhar missões, que concorram para o seu adiantamento. (7) Por outro lado, a pluralidade das existências de um Espírito num mesmo orbe se explica pela necessidade de ele ocupar, de cada vez, […] posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência. (6)

Ao passar de um planeta para outro, conserva o Espírito a sua inteligência, uma vez que […] a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar. (9) Note-se, a propósito, que os […] Espíritos podem conservar se estacionários, mas não retrogradam. (8)

Dessa forma, os […] Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingira perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim, por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se veem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal. (1)

Essa passagem dos Espíritos para um outro planeta mais ou menos adiantado, em relação ao mundo em que estavam encarnados, pode ser individual ou coletiva. Para melhor compreensão desse processo, comparemos essa transmigração de um mundo a outro à que se dá com as desencarnações e reencarnações na Terra.

Assim é que no […] intervalo de suas existências corporais, os Espíritos se encontram no estado de erraticidade e formam a população espiritual ambiente da Terra. Pelas mortes e pelos nascimentos, as duas populações, terrestre e espiritual, deságuam incessantemente uma na outra. Há, pois, diariamente, emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual e imigrações deste para aquele: é o estado normal. (2) Essa transfusão, que se efetua entre a população encarnada e desencarnada de um planeta, igualmente se efetua entre outros mundos, quer individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias especiais. Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introdução, na população de um deles, de elementos inteiramente novos. Novas raças de Espíritos, vindo misturar se às existentes, constituem novas raças de homens. Ora, como os Espíritos nunca mais perdem o que adquiriram, consigo trazem eles sempre a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem, o que faz que imprimam o caráter que lhes é peculiar à raça corpórea que venham animar. Para isso, só necessitam de que novos corpos sejam criados para serem por eles usados. Uma vez que a espécie corporal existe, eles encontram sempre corpos prontos para os receber. Não são mais, portanto, do que novos habitantes. Em chegando à Terra, integram-lhe, a princípio, a população espiritual; depois, encarnam, como os outros. (3)

À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos. […] A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. (11)

Sendo assim, nas […] Esferas superiores à Terra o império da matéria é menor. Os males por esta originados atenuam-se, à medida que o ser se eleva e acabam por desaparecer. Lá, o ser humano não mais se arrasta penosamente sob a ação de pesada atmosfera; desloca-se de um lugar para outro com muita facilidade. As necessidades corpóreas são quase nulas e os trabalhos rudes, desconhecidos. Mais longa que a nossa, a existência aí se passa no estudo, na participação das obras de uma civilização aperfeiçoada, tendo por base a mais pura moral, o respeito aos direitos de todos, a amizade e a fraternidade. (15)

Isto posto, podemos dizer que os mundos, como tudo no Universo, estão sujeitos à lei do progresso. […] Todos começaram, como o vosso [ensinam os Espíritos Superiores], por um estado inferior e a própria Terra sofrerá idêntica transformação. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houveram tornado bons. (12) Por sua vez, os corpos que servem de instrumentos aos Espíritos em suas encarnações nos diferentes mundos são mais ou menos materiais, […] conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. (10) Aliás, não só o corpo material, mas também a substância do perispírito não é a mesma em todos os mundos. […] Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro […]. (14) Há mesmo mundos em que o Espírito deixa de revestir corpos materiais, só tendo por envoltório o perispírito […] e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós — dizem os Instrutores da Codificação — é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros. (13)


Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 3, item 5, p. 73.

2. Idem - A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 11, item 35, p. 225.

3. Id. - Item 37, p. 226.

4. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução, item 6, p. 25.

5. Id. - Questão 177, p. 124.

6. Id. - Questão 177a, p. 124.

7. Id. - Questão 178, p. 124.

8. Id. - Questão 178a, p. 124.

9. Id. - Questão 180, p. 125.

10. Id. - Questão 181, p. 125.

11. Id. - Questão 182 - comentário, p. 125-126.

12. Id. - Questão 185, p. 127.

13. Id. - Questão 186, p. 127.

14. Id. - Questão 187, p. 127.

15. DENIS, Léon. Depois da Morte. Tradução de João Lourenço de Souza. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 35 (A vida superior), p. 221.


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