Nós — Emmanuel


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Os dons de Cristo n

(Nos dons do Cristo)

“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom de Cristo.” — Paulo (Efésios, 4.7)


A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.


O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritualidade.


Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.

E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades [sublimes,] indispensáveis à ascensão, que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.


Daí a razão da luz divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.


Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção  igual àquela dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.


Quanto à existência temporária no mundo, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.


Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o “solo consciente” do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa vontade será convertida em canal adequado para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das bênçãos do Senhor, ao redor de nós.


Observa a tua “boa parte” e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.

Não intentes destruir milênios de ignorância de um momento para outro.

Vale-te do esforço de autoaperfeiçoamento cada dia.

Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.


Não nos esqueçamos de que a Luz Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons de Cristo. n


Emmanuel



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1956 pela FEB e é a 25ª lição do livro “Fonte viva.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


[2] Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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