O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viagem sem adeus — Mensagens familiares de Cláudio R. A. Nascimento


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O próprio coração

1 Querida mãezinha Therezinha e querido papai Raimundo, n esta é uma grande noite, porque posso rogar-lhes a bênção com mais segurança.

2 Os dias me complementam as lembranças e digo-lhes que as minhas alegrias de companheiro ausente da veste física já estão começando.

3 A vovó Maria, de acordo com os nossos Instrutores, incumbiu-me de religar os corações queridos da nossa querida Carmem e do nosso caro Luiz Antônio n e sinto-me feliz, observando que o meu pequenino esforço está obtendo o êxito desejado. O lar é sagrado.

4 Depois de construídos os alicerces de uma família, é importante prosseguir na edificação e, por isso mesmo, quem se casa, deve se recasar um pouco, todos os dias, para que o matrimônio não desfaleça. 5 Por dias e noites convivi em espírito com a nossa Radige, insuflando-lhe ideias de entendimento e revisão e noto que a irmã querida deliberou sustar o processo de separação que se iniciava. 6 Compreendo, mamãe Therezinha, que é difícil para você falar com a filha claramente, porque tantas modas e tantos modos diferentes regem hoje a vida social que a pessoa, para aconselhar a alguém, necessita de argumentos sólidos que alcancem o coração para os reajustes necessários, se não qualquer advertência do lar se transforma em apelo a maior incompreensão ou rebeldia. 7 Graças a Jesus, a querida irmã está me ouvindo e os dois, o Luiz Antônio e ela, prosseguirão para a frente nos testemunhos de obediência aos votos contraídos e isso me faz efetivamente feliz, porque a sobrinha já se encontra a postos, requerendo o apoio de que precisa para desenvolver-se com segurança, no carinho dos pais.

8 Graças a Deus, o rapaz que caiu sob o projétil que se ocultava em sua própria pasta de serviço já passou por várias modificações. Traumas e recordações negativas desapareceram… Consigo conversar especialmente com a mãezinha Therezinha mais integrado em minha própria personalidade.

9 Mãe querida, peço-lhe, tanto quanto ao papai, se renovarem também. Trabalhemos na Seara do Bem. O serviço é a melhor terapêutica de toda a vida de que dispomos. Sinto-me envolvido de benditas esperanças, enquanto lhes falo. 10 Espero em Jesus que os nossos queridos Carlos Ronaldo, Raimundinho, Carmem, Luiz Antônio e Patrícia, n com todos os nossos, se abeirem da fonte na qual sorvemos tanta renovação e tanta esperança.

11 Mamãe, o meu reencontro com o avô Luiz e com a vovó Maria Eugênia n foi comovente demais para que eu possa descrevê-lo. Fomos juntos às paragens que amamos tanto, nas glebas do Norte e creiam que chorei muito ao receber a bênção do nosso venerável Dom Júlio, o Monsenhor da Caridaden que ainda prossegue, viajando em Espírito, em canoas orientadas por Amigos Espirituais, abençoando e levantando o ânimo dos índios maltratados e, por vezes, batidos até os últimos sofrimentos. 12 Pois aquele maravilhoso líder da compaixão humana, aconchega os índios desencarnados ao próprio coração, encaminha-os para os estabelecimentos socorristas junto das águas e nos disse, com respeitoso amor, que os nossos irmãos expulsos da terra que amaram e retiveram durante séculos, sem encontrarem socorro ou atendimento da parte de nossa gente cristianizada, renascerão, todos eles, na descendência daqueles mesmos conquistadores do chão, em que clamavam por Deus, a fim de recuperarem de novo na condição de filhos e netos dos chamados pioneiros do progresso nas regiões do Acre e do Amazonas, então beneficiados pelo próprio auxílio dos adversários de hoje, que lhes serão pais ou avós e lhes entregarão, enriquecidas de cultura e de ações industriosas, as propriedades que por direito humano lhes pertenciam até agora e das quais estão sendo despojados desapiedadamente.

13 Admirável Dom Júlio! n Poderia alçar-se a outros Planos, nimbar-se do brilho que a humildade e o amor ao próximo lhe conferiram, mas prefere devotar-se aos companheiros da vida primitiva pelos quais, desde muito tempo, se fez querido.

14 E assim, queridos pais, sigo aprendendo nos dois Planos, como quem vê as experiências do mundo por dois lados — aquele do Plano Físico e aquele outro do Plano Espiritual em que presentemente me vejo. 15 Perdoem-me a digressão, mas tive o consentimento necessário para falar-lhes dos índios perante os nossos amigos aqui reunidos para que eles, nossos irmãos e filhos de Deus, nos recebam igualmente as nossas vibrações de simpatia e de amizade, compreensão e agradecimento.

16 Mãezinha Therezinha, muito grato pelo esforço em se reconfortar nas saudades que são nossas. Em outro tempo, os seus braços me embalaram e agora procuro embalá-la com os meus para que a carência afetiva se nos faça menor. O papai Raimundo nos entende e nos auxilia com os seus abençoados suportes de amor.

17 Muito carinho aos irmãos em família e aos companheiros de nossa intimidade, enquanto lhes peço a ambos, queridos pais de minha vida e de minha alegria, receberem tudo o que possa existir de bom neste coração de rapaz que pede a Deus para ser constantemente, ao lado de ambos, o menino feliz, por segui-los sempre e pertencer-lhes com todo o coração.

18 Sempre o filho cada vez mais agradecido,


Claudinho n

27.09.1980.    


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