O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vida nossa vida — Familiares diversos


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Georthon Lacerda Dantas

Filho de Hélio Lacerda de Souza e de D. Neusa Dantas Lacerda, Georthon Lacerda Dantas é goiano da capital, onde nasceu a 3 de setembro de 1965, tendo lá desencarnado no último dia de maio de 1981.

Esportista, amigo inseparável do pai, praticava natação, motociclismo, kart e se dedicava a corrida de automóveis.

Ao falecer, cursava a 7ª série do primeiro grau, no Ateneu Dom Bosco de Goiânia. Em sua homenagem, como reverência da municipalidade goiana, a rua onde residia passou a chamar-se Rua Georthon Lacerda Dantas.

Deixemos que a genitora fale um pouco do Georthon e do reencontro, quase seis meses após sua partida:




DEPOIMENTO


“A mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier veio nos trazer uma alegria, uma satisfação incomum, não só para mim, como para todos os familiares e principalmente para meu esposo, isto em razão da desesperação e da tristeza que havia tomado conta do meu lar, após a desencarnação do nosso inesquecível Georthon.

“Graças a Deus, tudo mudou para melhor em nosso convívio familiar, sob todos os aspectos.

“Todos os meus familiares, inclusive eu e meu esposo, já perdoamos de coração o motorista causador do acidente e nos sentimos preparados espiritualmente para auxiliar com palavras de conforto aos outros pais que passaram ou passam pela mesma experiência nossa.”




I

MENSAGEM


1 Querida mamãe e querido papai Hélio, este é um grande momento para mim.

2 O jovem amigo Henrique Gregoris n se propôs a auxiliar-me na escrita, para que eu não estivesse vacilante e aqui a família me recebe nas palavras que vou alinhando com o meu coração na ponta do lápis.

3 A princípio, aquele choque de máquinas foi para mim um acontecimento indescritível.
Não sei quantos metros voei pelos ares, ante o choque da máquina pesada que me atirou para diante. Mas, aquele era o momento certo para o meu regresso à Vida Espiritual.

4 Desmaiar, dormir um sono de pesadelos terríveis e acordar sobressaltado procurando onde me haviam colocado, foram ocorrências para as quais não me achava preparado.

5 De começo, julguei que estava em casa de tratamento em nossa cidade e que só me faltava a presença dos meus, no entanto, uma senhora se destacou dentre os enfermeiros que me assistiam, para dialogar comigo. Ela me pareceu, para logo, uma parenta muito querida, porque até na voz guardava profunda semelhança com a sua.

6 Depois de acariciar-me, na tentativa de me pacificar, disse-me que já não me achava mais em nossa casa e que me competia guardar paciência e conformação, duas atitudes difíceis para quem se reconhece acidentado e fora do ambiente doméstico.

7 Buscando enxugar minhas lágrimas de rapazinho estouvado, declarou-me que era a vovó Ana Dantas n e que zelaria por mim.

8 Bastou que a morte do corpo me tomasse as ideias, até então em dúvida sobre o meu verdadeiro estado, para que a enxergasse com o papai Hélio por dentro de mim, como se lhes trouxesse os retratos vivos no coração.

9 Lutei bastante, mas estou reassumindo a mim mesmo, para trabalhar e estudar aqui, onde as oportunidades de servirmos aparecem às centenas.

10 Mãezinha, peço-lhe muita fortaleza e resignação.
Aquele dia era o meu — o meu dia de regressar e quando reconheci que retornava à Vida Espiritual, pedi a Nosso Senhor que me fizesse um instrumento de paz e amor.

11 Tive a alegria de ver meu pai e o tio Alberto se abraçarem n e sinto que um novo clima de beneficência está em nossa casa, para sair de lá em mais trabalho a favor dos que necessitam de nós mais do que precisamos.

12 Quero dizer ao seu coração querido, ao papai Hélio, ao Antônio Neto, n à Maria Silésia que não morri e peço-lhes continuar no cultivo da paz que nos abençoa com tantas utilidades novas.

13 Estou muito grato com a lembrança de nomearem um novo Georthon no lar do nosso Hélio Júnior n e rogo para o querido sobrinho um futuro de alegria e de amor.

14 Querida mamãe, com a vovó Maria Glória n que me recebeu nos próprios braços, tenho a comunicar-lhe que encontrei na outra avó, a vovó Carolina, n muita dedicação e muito amor. Nada me falta, a não ser a presença daqueles que amo e que ficaram na vida física, mas tenho a certeza de que Jesus nos abençoará a todos, renovando-nos a força de viver.

15 Peço-lhe para que não chore mais, com essa angústia que chega a me queimar o coração por dentro de mim.

16 A nossa Maria Silésia, o Júnior com a nova família, o Antônio Neto com o papai, estão aí precisando de sua proteção e de sua companhia e conservo a certeza de que você não esmorecerá. Tudo caminha para o reequilíbrio e com a bênção do mais Alto, tudo que é nosso, emprestado por Deus, está revivendo em nosso auxílio.

17 Querida mamãe, atravessaria a noite escrevendo e escrevendo, mas o amigo Henrique que me cedeu o lugar me explica que estamos aqui subordinados a horário de que não nos cabe abusar.

18 Por isso, agradecendo mais uma vez, tudo de belo que vocês me dedicam, rogo-lhes receber com o papai Hélio, com o tio Alberto e com os meus queridos irmãos, todo o amor do seu filho, cada vez mais reconhecendo a mim trôpego ainda.

19 Peço ao meu pai e ao seu carinho materno não se esquecerem de que a minha moto não teve culpa alguma e que, por isso, a ela continuamos reservando muito carinho e respeito.

20 Agradeço a todos os meus o não incomodarem ninguém por minha causa, pois o motorista do carro que me colheu não poderia controlar a máquina, ante a velocidade natural com que transitava.

21 Tudo atendeu aos desígnios do Senhor e aqui fui suficientemente esclarecido para não me prender às reclamações sem razões de ser.

22 Mãezinha querida, mais uma vez, receba os beijos de muito amor e gratidão de seu filho.


Georthon

14 de novembro de 1981.  




ESCLARECIMENTOS


1 - [Henrique Gregoris:] Jovem desencarnado em Goiânia, em 1976, aos 23 anos, filho de D. Augusta e de Gastão Henrique Gregoris. Henrique Gregoris já é nosso conhecido, por citações feitas em outros livros do GEEM. [v. Jovens no Além, Somos Seis e Venceram]

2 - [Ana Dantas:] Bisavó materna, desencarnada no município de São Bento, Pernambuco, em 1978.

3 - [Se abraçarem:] O Sr. Hélio e seu irmão Alberto ficaram 8 anos sem conversar em função de desentendimento familiar, fato muito reservado de que poucos sabiam e muito menos Chico Xavier… A revelação de Georthon é extraordinária, pois realmente logo após sua partida os irmãos se reconciliaram.

4 - Antônio Neto e Maria Silésia são irmãos do Georthon.

5 - Hélio Lacerda Júnior, irmão mais velho do Georthon.

6 - [Maria Glória:] Bisavó paterna, desde 1954 no Plano Espiritual.

7 - A vovó Carolina, tia-bisavó do Georthon, faleceu em 1910.


Caio Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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