O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vozes do Grande Além — Autores diversos


58 n


Almas sofredoras

Na noite de 2 de agosto de 1956, tivemos a alegria de ouvir pela primeira vez em nosso recinto o Espírito de Casimiro Cunha, n o notável poeta fluminense, que se manifestou através das suas rimas, repletas de simplicidade e beleza, para encantamento e edificação de nossas almas.


 1 Meus amigos, no serviço

  De prece e doutrinação,

  Cada Espírito que sofre

  É a bênção de uma lição.


 2 Ouvindo os desencarnados

  Em lutas de consciência,

  Permaneceis navegando

  Nas águas da advertência.


 3 Tantos náufragos em treva,

  Sem clarão que os reconforte,

  São apelos da verdade,

  Gritando no mar da morte.


 4 O malfeitor que aparece

  No tormento que o redime,

  Bramindo, desarvorado,

  É mensagem contra o crime.


 5 Paranoicos revoltados,

  Em vozerio e barulho,

  São avisos dolorosos

  Contra os flagelos do orgulho.


 6 Apaixonados que clamam,

  Entre a demência e o furor,

  Revelam a delinquência

  Que se rotula de amor.


 7 Sovinas desesperados,

  Sob o tacão da secura,

  São vivas lições na estrada

  Contra os perigos da usura.


 8 Suicidas em desalento,

  Que a dor pavorosa espia,

  Demonstram à saciedade

  Os monstros da rebeldia.


 9 As mentes em vício e ódio,

  Sob lama deletéria,

  Mostram em toda a extensão

  A ignorância e a miséria.


 10 Tiranos paralisados,

  No suplício da aflição,

  Indicam que há fogo e cinza

  Nos tormentos da ambição.


 11 Espíritos que perseguem

  A carne enferma e insegura

  São tristes apontamentos

  De vampirismo e loucura.


 12 Obsessores que bradam

  Em sofrimentos atrozes

  Ensinam que, além do corpo,

  Há chagas e psicoses.


 13 Meus irmãos, não olvideis,

  No campo do aprendizado,

  Que, acendendo a luz no Além,

  Quem doutrina é doutrinado.


Casimiro Cunha


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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