O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Vozes do Grande Além — Autores diversos


23 n


Aviso oportuno

Nas tarefas da noite de 10 de novembro de 1955, profunda alegria felicitou-nos o grupo em prece.

Pela vez primeira, o inolvidável companheiro Inácio Bittencourt n visita-nos a casa. Senhoreando as possibilidades do médium, o grande lidador do Espiritismo no Brasil dirige-nos a sua palavra clara e incisiva concitando-nos às responsabilidades que nos competem na Doutrina de Luz que abraçamos.


1 Meus amigos: Louvado seja o Senhor.

2 Em minha última romagem no campo físico, mobilizando os poucos préstimos de minha boa vontade, devotei-me ao serviço da cura mediúnica; no entanto, desencarnado agora, observo que a turba de doentes, que na Terra me feria a visão, aqui continua da mesma sorte, desarvorada e sofredora.

3 Os gemidos no reino da alma não são diferentes dos gemidos nos domínios da carne.

4 E dói-me o coração reparar as filas imensas de necessitados e de aflitos a se movimentarem depois do sepulcro, entre a perturbação e a enfermidade, exigindo assistência.

5 É por esta razão, hoje reconhecemos, que acima do remédio do corpo temos necessidade de luz no espírito.

6 Sabemos que redenção expressa luta. E que resultados colheremos no combate evolutivo, se os soldados e obreiros das nossas empresas de recuperação jazem desprevenidos e vacilantes, infantilizados e trôpegos?

7 Nas vastas linhas de nossa fé, precisamos armar-nos de conhecimento e qualidade que nos habilitem para a vitória nas obrigações assumidas. Conhecimento que nasça do estudo edificante e metódico, e qualidade que decorra das atitudes firmes na regeneração de nós mesmos.

8 Devotamento à lição que ilumine e à atividade que enobreça.

9 Indubitavelmente, ignoramos por quanto tempo ainda reclamaremos no mundo o concurso da medicina e da farmácia, do bálsamo e do anestésico, da água medicamentosa e do passe magnético, à feição de socorro urgente aos efeitos calamitosos dos grandes males que geramos na vida, cujas causas nem por isso deixarão de ser removidas por nós mesmos, com a cooperação do tempo e da dor.

10 Mas, porque disponhamos de semelhante alívio, temporário embora, não será lícito olvidar que o presente de serviço é a valiosa oportunidade de nossa edificação.

11 A falta de respeito para com a nossa própria consciência dá margem a deploráveis ligações com os Planos inferiores, estabelecendo, em nosso prejuízo, moléstias e desastres morais, cuja extensão não conseguimos sequer pressentir; e a ausência de estudo acalenta em nossa estrada os processos da ignorância, oferecendo azo às mais audaciosas incursões da fantasia em nosso mundo mental, como sejam: a acomodação com fenômenos de procedência exótica, presididos por rituais incompatíveis com a pureza de nossos princípios, o indevido deslumbramento diante de profecias mirabolantes e a conexão sutil com inteligências desencarnadas menos dignas, que se valem da mediunidade incauta e ociosa entre os homens, para a difusão de notícias e mensagens supostamente respeitáveis, pela urdidura fantasmagórica, e que encerram em si o ridículo finamente trabalhado, com o evidente intuito de achincalhar o ministério da verdade e do bem.

12 A morte não é milagre e o Espiritismo desceu à Humanidade terrestre com o objetivo de espiritualizar a alma humana.

13 Evitemos proceder como aquele artífice do apólogo, n que pretendia consertar a vara torta buscando aperfeiçoar-lhe a sombra.

14 Iluminemos o santuário de nossa vida interior e a nossa presença será luz.

15 Eis a razão por que, em nos comunicando convosco, reportamo-nos aos quadros dolorosos que anotamos aqui, na esfera dos ensinamentos desaproveitados, para destacar o impositivo daquela oração e daquela vigilância, perenemente lembradas a nós todos pela advertência do nosso Divino Mestre, ( † ) a fim de que estejamos seguros no discernimento e na fé, na fortaleza e na razão, encarando o nosso dever face a face.


Inácio Bittencourt



[1] [“Evitemos os absurdos. Não se endireita a sombra de uma vara torta.”]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir