O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Relicário de luz — Autores diversos


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Mãe, não chore mais!

1 Querida mamãe: Peço ao seu carinho me abençoe como sempre.

2 Com o auxílio de Jesus, estou ao seu lado, continuando no abençoado esforço da prece, para conquistar humildade, paz, fortaleza e compreensão diante da Divina Vontade.

3 Suas manifestações de carinho, nos pensamentos de todos os dias, ajudam-me a restauração gradual.

4 Quando me volto para os dias que se foram, ocupando a mente com as lembranças do círculo de lutas que deixei, a aflição ainda me domina; contudo, se me empenho em conservar a esperança, tudo se modifica.

5 Neste meu novo mundo, o sentimento é mais vivo que as palavras. No corpo, às vezes, falamos, em muitas ocasiões, daquilo que realmente não estamos sentindo; mas, na vida de nossa alma, o coração parece caminhar à, frente de nós. Não é possível ocultar, como aí acontece, o que nos vai por dentro. Por isso, tenho tido muito cuidado comigo mesmo, para não perder as lições.

6 Até certo ponto, creia a senhora, que a minha situação é a de um menino recém-chegado na escola, com muita cautela no próprio comportamento para errar o menos possível.

7 A senhora não imagina o bem que me fizeram os estudos ligeiros que pude realizar, dentro do Espiritismo, nos meus tempos últimos.

8 Aí, por várias vezes, me surpreendi, indagando de mim mesmo por que sentia tão de repente inclinado à fé! Perguntava se meus impulsos nesse terreno não eram apenas o propósito de cooperar com a senhora ou se algo me renovava instintivamente para a vida espiritual!… Hoje, vejo melhor.

9 Nossos amigos prepararam-me o regresso, e, generosos, não se resignaram a sentir-me desabrigado no temporal.

10 Nossas orações, nessas palestras, leituras e reuniões, tudo, tudo que nós dois vivíamos com tanto encantamento e fervor, agora constitui para mim uma espécie de valioso crédito espiritual que vou gastando aos poucos, na construção de meu futuro diferente.

11 A senhora guiou-me na Terra, auxiliando-me a entrar na luta e, com as suas virtudes de heroína de Cristo, no lar, ajudou-me a sair dela, no rumo da Vida Maior.

12 Mamãe, como lhe sou reconhecido! Um dia, com o socorro de Deus, conseguirei retribuir à senhora tantas bênçãos. Até lá, não se incomode pelo aumento incessante de minhas dívidas.

13 Preciso ainda e sempre do seu apoio e da sua coragem para batalhar e vencer.

14 Batalhar com a minha própria natureza para vencer os inimigos que ainda trago dentro de mim; e, vencendo-os, ao preço de meu esforço, poder servir a Jesus, como agora desejo, com todas as fibras do meu coração.

15 Não chore mais, peço-lhe. Seus olhos confiantes não podem nublar-se para que seus filhos não errem a estrada.

16 Não se acredite sozinha ou menos feliz. Admito que hoje posso dar-lhe alegrias mais nobres mais seguras, que aquelas de minha permanência na carne.

17 Tudo passa, mamãe! O corpo é assim como leve casca de noz em que viajamos no furioso mar das provas terrestres. Tudo se altera quando menos esperamos. Tenhamos, contudo, nossa fé concentrada em Jesus e caminhemos!

18 Agradeço, por intermédio da senhora, aos nossos amigos, os preciosos recursos com que me amparam em minha nova fase de luta. A amizade é uma fonte de água cristalina, a refazer-nos as energias na longa peregrinação espiritual para Jesus.

19 Mamãe, confio na senhora, em sua fé, em sua compreensão e em seu valor. Do Alto, virá o suprimento de forças e bênçãos de que necessitamos,

20 Minhas lembranças e saudades a todos e peço, à senhora, receber todo o coração do seu


Antônio


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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