“Mas, respondendo ele, disse ao pai: “eis que te sirvo, há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos…” — JESUS (Lucas, 15.29)
1 Na parábola do filho pródigo, não encontramos somente o irmão que volta experiente e arrependido ao convívio do lar.
2 Nela, surge também o irmão correto, mas egoísta, remoendo censura e reclamação.
3 Ele observa a alegria paternal, abraçando o irmão recuperado; entretanto, reprova e confronta. Procede como quem lastima o dever cumprido, age à feição de um homem que desestima a própria nobreza.
4 É fiel aos serviços do pai; contudo, critica-lhe os gestos. Trabalha com ele; no entanto, anseia escravizá-lo aos próprios caprichos.
5 Atende-lhe aos interesses, vigiando-lhe o pão e a prata.
6 Guarda lealdade, mergulhando-se na ideia de evidência e de herança.
7 Se o coração paterno demonstra grandeza de sentimento, explode em ciúme e queixa.
8 Se perdoa e auxilia, interpõe o merecimento de que se julga detentor, tentando limitar-lhe a bondade.
9 Perde-se num misto de crueldade e carinho, sombra e luz.
10 É justo e injusto, terno e agressivo, companheiro e censor.
11 Deseja o pai somente para si, a fazenda e o direito, o equilíbrio e a tranquilidade somente para si.
12 No caminho da fé, analisa igualmente a tua atitude.
13 Se te sentes ligado à Esfera Superior por teus atos e diretrizes, palavras e pensamentos, não te encarceres na vaidade de ser bom. Não te esqueças, em circunstância alguma, de que Deus é Pai de todos, e, se te ajudou para estares com ele, é para que estejas com ele, ajudando aos outros.
Emmanuel
(Reformador, julho de 1961, p. 148)