O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Pão nosso — Emmanuel


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O diabo

“Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós, os doze? E um de vós é diabo.” — (JOÃO, 6.70)


1 Quando a teologia se reporta ao diabo, o crente imagina, de imediato, o senhor absoluto do mal, dominando num inferno sem-fim.

2 Na concepção do aprendiz, a região amaldiçoada localiza-se em Esfera distante, no seio de tormentosas trevas…

3 Sim, as zonas purgatoriais são inúmeras e sombrias, terríveis e dolorosas, entretanto, consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituíra em representação do próprio gênio infernal. 4 Basta isto para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o próprio homem, quando algemado às torpitudes do sentimento inferior.

5 Daí concluirmos que cada criatura humana apresenta certa percentagem de expressão diabólica na parte inferior da personalidade.

6 Satanás simbolizará então a força contrária ao bem.

7 Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o mal, dá-lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o elevam à espiritualidade superior.

8 Grandes multidões mergulham em desesperos seculares, porque não conseguiram ainda identificar semelhante verdade.

9 E, comentando esta passagem de João, somos compelidos a ponderar: — “Se, entre os doze apóstolos, um havia que se convertera em diabo, não obstante a missão divina do círculo que se destinava à transformação do mundo, quantos existirão em cada grupo de homens comuns na Terra?”


Emmanuel



Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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