O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Parnaso de Além-Túmulo — Autores diversos


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B. Lopes

Nasceu Bernardino da Costa Lopes em Boa Esperança, município de Rio Bonito, no Estado do Rio, a 19 de janeiro de 1859, falecendo em 1916, no Rio de Janeiro, quando funcionário do Correio Geral. Notabilizou-se no gênero descritivo.


Miragens celestes

I

1 Sublimes atmosferas.
Luminosas, rarefeitas,
Sem as medidas estreitas
Das horas que marcam eras.


2 E as almas puras, eleitas,
Quais flores das primaveras,
Buscando vão as Esferas
Das alegrias perfeitas.


3 Vão todas, espaço em fora,
Como lírios cor da aurora,
Modeladas pela dor.


4 E onde passam sorridentes
Abrem-se rosas virentes,
Rosas de paz e de amor.


II

1 Uma campina de flores
Em pleno espaço infinito,
Onde desperta um precito
De um pesadelo de dores.


2 Envergara o sambenito
Dos pedintes sofredores,
Vivera entre os amargores
De um sofrimento bendito.


3 E nessa etérea campina
Recebe a esmola divina,
Nesse batismo de luz;


4 Recebendo entre outros gozos,
Dos lábios de anjos formosos,
O ósculo de Jesus.


Cromos


I

1 Na alcova desguarnecida,
Sobre uma enxerga, a doente
Soluça como quem sente
O fim nevoento da vida.


2 Beija-lhe a filha inocente,
Minúscula, embevecida,
Mirando-a enternecida,
Dizendo-lhe docemente: —


3 «Não chores mais mamãezinha:
Vou dar minha bonequinha
À santa lá do altar;


4 E com esta minha promessa,
Ela há-de vir bem depressa
Para a senhora sarar.»


II

1 O mendigo desprezado
Olha as estrelas e chora,
Pois sente que se enamora
Do firmamento estrelado.


2 Ao seu Jesus bem-amado,
Cheio de lágrimas, ora,
E pede, suplica, implora
Perdão para o seu pecado.


3 Veem-se raios formosos.
Dimanando luminosos,
Do clarão da sua fé;


4 E lá dos Céus abençoa
Sua alma singela e boa,
O Jesus que ele não vê.


B. Lopes


Texto extraído da 6ª edição desse livro. — Revista e ampliada pelos autores espirituais.

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