O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Opúsculos — F. C. Xavier/Waldo Vieira — Casimiro Cunha ©

(Texto extraído da 1ª edição desse livro — 1962.)

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Timbolão n


Vamos Ler:

   Meus filhos, quem faz o mal
Tem o mal como lição.
Vejamos o triste caso
Do pequeno Timbolão.


Casimiro Cunha

Uberaba, 11 de agosto de 1962.




PRIMEIRA PARTE

Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

I


   Apesar de bem crescido,
Forte, alegre e bonitão,
Era peralta e perverso
O menino Timbolão.


II


   Saiu expulso da escola,
Enchendo a mãe de amargor.
Atirara cinco bombas
Na mesa, do professor.


III


   Junto à casa dos vizinhos
Fazia sempre arruaças,
Pondo fogo no jardim
E apedrejando as vidraças.


IV


   Abria malas e cofres
Manejando velha pua,
E até fincava alfinetes
Nas mãos dos cegos na rua.


V


   Dona Custódia, a mãezinha,
Lhe falava sempre assim:
— Ah ! meu filho, seja bom!
Tenha piedade de mim.


VI


   Mas o menino teimoso
Pouco ligava aos conselhos.
Depois de ouvir a mãezinha,
Quebrava copos e espelhos.


VII


   Um dia, fez uma cobra
Toda de arame e papel,
Quebrando a perna doente
Da pobre Dona Isabel.


VIII


   Mais tarde, pôs na cozinha
Grande casca de banana,
Tentando dar outra queda
Na lavadeira Donana.


IX


   Mas o pequeno esqueceu
E, indo ao tanque brincar,
Escorregou de repente,
Num tombo espetacular.


X


   Aos gritos de toda a casa,
No barulho da aflição,
Lá se vai, escada abaixo,
O travesso Timbolão!…




SEGUNDA PARTE

Médium: WALDO VIEIRA

I


   Dona Custódia, chorando,
Chega de passo cansado…
Timbolão mais parecia
Um boneco ensanguentado…


II


   Para limpar o nariz,
Trouxeram enorme fronha
O sangue corria em bica.
A queda fora medonha.


III


   Gritava e chorava tanto,
E parecia tão mal,
Que foi conduzido à pressa
Para o leito do hospital.


IV


   O médico examinou,
Demonstrando inquietação.
Depois, falou muito aflito:
— Coitado do Timbolão!


V


   Ele partira dois dentes,
Estava de testa inchada,
E tinha a perna direita
Toda ferida e quebrada.


VI


   Envolvido de ataduras,
De olhar triste e cara fina,
Começou tomando soro
E muita penicilina.


VII


   Mas a perna piorava
E era tanta a inflamação,
Que o doutor, sem mais demora,
Decidiu a operação.


VIII


   Timbolão, atado à mesa,
Gemia desesperado,
Mas lembrando, sempre e sempre,
Que ele mesmo era o culpado.


IX


   Terminado o tratamento,
Parecia novo em tudo,
E abraçava a mamãezinha
Com grande atenção no estudo.


X


   Infelizmente, o menino,
Por haver sido tão mau,
Conquanto agora bonzinho,
Ficou com perna de pau.


Casimiro Cunha


FIM

[1] O livro impresso possui ilustrações, produzidas por Rubens Radicchi, que encimam as respectivas trovas do autor espiritual.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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