O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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O Evangelho por Emmanuel — Volume V — 2ª Parte ©

Textos paralelos de Atos dos apóstolos e Paulo e Estêvão

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Perseguições em Jerusalém

3 Ao ver que [isso] era agradável aos judeus, deu continuidade para capturar também a Pedro - eram os dias dos [pães Ázimos] - 4 a quem, depois de deter, colocou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para o guardarem, querendo depois da Páscoa conduzi-lo ao povo. 5 Assim, Pedro era mantido na prisão, mas pela Igreja estava intensamente sendo feita oração a favor dele junto a Deus. 6 Quando Herodes estava prestes a conduzi-lo, naquela noite, Pedro estava dormindo entre dois soldados, atado com duas correntes; e sentinelas diante da porta guardavam a prisão. 7 Eis que se aproximou um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a cela. Batendo na pleura de Pedro, o despertou, dizendo: levanta-te, depressa! E as correntes caíram-lhe das mãos. 8 Disse o anjo para ele: cinge-te e calça as tuas sandálias. [Ele] assim o fez. E [o anjo] lhe disse: veste o teu manto e segue-me. 9 E, saindo, o seguia, não sabendo que era verdadeiro o que estava sendo feito por meio do anjo; supunha ter uma visão. 10 Depois de passarem pela primeira e pela segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que conduz à cidade, o qual se abriu, por si mesmo, para eles; após saírem, prosseguiram por uma viela, e logo o anjo se afastou dele. 11 Então Pedro, caindo em si, disse: agora, sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo e retirou-me das mãos de Herodes e de toda expectativa do povo judeu. 12 Percebendo [isso], veio para a casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitos estavam reunidos e orando. 13 Quando ele bateu à porta do pórtico, aproximou-se uma criada, que atende pelo nome de Rode, 14 e, reconhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu o pórtico, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava de pé junto ao pórtico. 15 Eles disseram para ela: estás louca! Ela, porém, insistia ser assim. Eles diziam: é o anjo dele. 16 E Pedro continuou batendo; ao abrirem, o viram e extasiaram-se. 17 Fazendo um sinal com as mãos para se calarem, relatou-lhes como o Senhor o conduzira para fora da prisão, e disse: anunciai essas [coisas] a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar. 18 Tornando-se dia, houve alvoroço não pequeno entre os soldados, sobre o que teria acontecido a Pedro. 19 Herodes, buscando-o mas não encontrando, após interrogar as sentinelas, mandou que fossem levadas [para a morte]. Descendo da Judeia para a Cesareia, [lá] permaneceu. — (Atos 12:3-19)


18 Imensas surpresas aguardavam os emissários de Antioquia, que já não encontraram Simão Pedro em Jerusalém. As autoridades haviam efetuado a prisão do ex-pescador de Cafarnaum,  †  logo após a dolorosa execução do filho de Zebedeu. Amargas provações haviam caído sobre a igreja e seus discípulos. Saulo e Barnabé foram recebidos especialmente por Prócoro,  †  que os informou de todos os sucessos. Por haver solicitado pessoalmente o cadáver de Tiago para dar-lhe sepultura, Simão Pedro fora preso, sem compaixão e com todo o desrespeito, pelos criminosos sequazes de Herodes. Mas, dias depois, um anjo visitara o cárcere do Apóstolo, ( † ) restituindo-o à liberdade. O narrador referiu-se ao feito, com os olhos fulgurantes de fé. Contou o júbilo dos irmãos quando Pedro surgiu à noite com o relato da sua libertação. Os companheiros mais ponderados induziram-no, então, a sair de Jerusalém e esperar na igreja incipiente de Jope  †  a normalidade da situação. Prócoro contou como o Apóstolo relutara em aquiescer a esse alvitre dos mais prudentes. João e Filipe haviam partido. As autoridades apenas toleravam a igreja em consideração à personalidade de Tiago, que, pelas suas atitudes de profundo ascetismo impressionava a mentalidade popular, criando em torno dele uma atmosfera de respeito intangível. Na mesma noite da libertação, por atender-lhe a insistência, Pedro fora conduzido à igreja pelos amigos. Desejava ficar, despreocupado das consequências; mas, quando viu a casa cheia de enfermos, de famintos, de mendigos andrajosos, houve de ceder a Tiago a direção da comunidade e partir para Jope, a fim de que os pobrezinhos não tivessem a situação agravada por sua causa.


19 Saulo mostrava-se grandemente impressionado com tudo aquilo. Junto de Barnabé, tratou logo de ouvir a palavra de Tiago, o filho de Alfeu. O Apóstolo recebeu-os de bom grado, mas, podiam-se-lhe notar desde logo os receios e inquietações. Repetiu as informações de Prócoro, em voz baixa, como se temesse a presença de delatores; alegou a necessidade de transigência com as autoridades; invocou o precedente da morte do filho de Zebedeu; referiu-se às modificações essenciais que introduzira na igreja. Na ausência de Pedro, criara novas disciplinas. Ninguém poderia falar do Evangelho sem referir-se à Lei de Moisés. As pregações só poderiam ser ouvidas pelos circuncisos. A igreja estava equiparada às sinagogas. Saulo e o companheiro ouviram-no com grande surpresa. Entregaram-lhe em silêncio o auxílio financeiro de Antioquia.


Emmanuel



(Paulo e Estêvão, FEB Editora. Segunda parte. Capítulo 4, pp. 284 e 285. Indicadores 18 e 19)


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