O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Militares no Além — Autores diversos


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Trabalho levado a efeito nas organizações da Cruz

15/02/1939


1 Meus amigos, Deus vos proteja e vos ampare sempre.
Meu caro Aurélio, eu peço a Deus que esteja com o teu coração nas suas realizações terrestres, rogando, igualmente, pela Julinha, a quem peço a Jesus abençoar.

2 Minhas palavras desta noite são apenas para registrar a minha visita e agradecer-te pelo trabalho levado a efeito nas organizações da Cruzn Procurei inspirar-te sempre, buscando harmonizar com o teu o pensamento de nossos companheiros e graças a Deus sinto que o nosso esforço não foi em vão, porquanto todas as providências passíveis de ser postas em prática, sem favor das elevadas finalidades de nossa organização, foram realizadas com a bênção de todos os amigos espirituais que ali cooperam pelo bem coletivo. Agradeço-te, meu filho, e peço a Deus que te multiplique as energias.

3 O nosso trabalho é daqueles que se oculta à luz meridiana para as considerações pouco sinceras do mundo, mas na sua edificação reside a providência e o bem de muitos. Deus te pague e te abençoe. Regressando do mundo, sem as ilusões perigosas de suas vaidades, sei apreciar o teu esforço como sempre.

4 A Engracinha está presente e me pede para registrar a sua alegria em face do grande esforço de Julinha, no grande ideal na educação dos cegos. n Penso ter cumprido esta incumbência, rogando às forças superiores que nos presidem os destinos que abençoem e protejam todos os trabalhos de minha querida filha.

5 Quanto a ti, meu caro Aurélio, busca aproveitar bem o repouso. Esperamos que possas ganhar muito com o descanso da presente estação. Sei que estás sempre na ativa e isso me conforta. Conhecendo a tua têmpera de soldado, compreendo que o repouso não foi feito para nós. Todavia, há a necessidade de alguns intervalos para a continuação dos combates novos. Busca, portanto, alimentar-te bem, conservando-te com a possível tranquilidade de coração. Em qualquer tratamento, a paz interior tem uma influência decisiva.

6 Deus abençoe a todos e vos conceda luz, amor, paz e fé. Não me alongo em minhas palavras porque devemos todos nós guardar o trabalho por norma e a síntese por método. Já falei o bastante. E sabes, meu caro Aurélio, que o soldado fala sempre muito pouco. Mas dizendo muito com o coração, peço novamente a Jesus que derrame as suas divinas bênçãos sobre todos nós,


Antoninho



[1] Notas da Organizadora: Vide dados históricos à página 155. No livro Deus conosco, editado pelo Vinha de Luz em 2007, Emmanuel, em mensagens ao vovô Aurélio, datadas de 16 de abril de 1941, à página 157, e de 10 de março de 1943, à página 192, faz referência ao seu trabalho junto à “cruz” dos militares, ou seja, à Irmandade da Santa Cruz dos Militares.


[2] Engrácia Ferreira era tia de Júlia, ou Julinha, filha do comunicante e esposa do General Aurélio de Amorim. “(…) Engrácia Ferreira, pioneira do alfabeto Braille para cegos, desencarnou a 21 de abril de 1937. Menos de um mês depois, a 6 de maio, comunicava-se através de Chico Xavier dando uma mensagem dirigida a D. Júlia, solicitando a continuação de sua obra. Onze dias depois, Chico recebe a segunda mensagem, na própria grafia do Braille, que foi publicada em “Reformador” de junho de 1938. Diz uma nota de rodapé da revista que o médium, por não conhecer o alfabeto Braille, levou duas horas para receber tal comunicação psicográfica, que foi assim transcrita: “Minha boa Julinha, a paz de Deus, nosso Pai, seja em teu generoso coração, sempre tão cheio de fé. Trabalhemos pelos cegos, minha filha, pensando que a cegueira do espírito é bem mais triste que a dos olhos. Hei de ajudar-te com o favor de Deus. A tia, Engrácia.” No dia 16 de novembro de 1938, transmite a 3ª mensagem, sugerindo que ela transpusesse para o Braille determinado dicionário de Português, obra que havia deixado inacabada. D. Júlia, atendendo à solicitação da querida amiga espiritual, aprendeu sozinha o alfabeto Braille, copiando letra por letra. Para certificar-se, pediu a um cego que lesse o que havia escrito, cujo resultado encheu-lhe de alegrias. A partir daí, transformou-se numa verdadeira missionária do Braille. Reuniu em sua casa várias senhoras interessadas nessa obra de altruísmo — na prática do ensino do Braille. Em 1939, iniciou a transcrição do Dicionário da Língua Portuguesa, de autoria de Hildebrando Lima e Gustavo Barroso, cujo trabalho durou cerca de quatro anos, dando, ao todo, 64 volumes. Em 1945, Chico Xavier recebeu a 5ª  mensagem do Espírito Engrácia Ferreira, agradecendo à sobrinha o atendimento e o valioso trabalho em prol dos cegos. D. Júlia iniciou um curso gratuito do Braille no centro da cidade, visando maior número de colaboradores. Transcreveu para esse alfabeto inúmeras obras espíritas e não espíritas, entre as quais O Evangelho Segundo o Espiritismo, Agenda Cristã, Cartas do Evangelho, Voltei, Pequenas Mensagens e muitas outras, todas doadas à Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB). A sua desencarnação ocorreu no Rio de Janeiro, em 29 de novembro de 1974, aos 95 anos de idade, dos quais 37 dedicados à Doutrina Espírita e ao Braille. Deixou exemplos dignificantes de quanto vale entender o Evangelho de Jesus e sua Doutrina, que enseja a fé raciocinada, capaz de separar a letra que mata do espírito que vivifica.” Disponível em: www.espiritismogi.com.br/biografias/julia%20pego.htm. Acesso em 03 janeiro 2008. [Vide também: ( † )]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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