O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Irmãos unidos — Autores diversos


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Dúvidas

1 Afirma você que passou a experimentar inqualificável flagelo íntimo, desde que iniciou o desenvolvimento das faculdades medianímicas, à face das dúvidas que lhe assaltam a vida. 2 E acrescenta que, em seu grupo, a maioria dos companheiros descrê de suas palavras, enquanto os amigos lhe metem a ridículo as informações que consegue recolher da Espiritualidade.


3 Enunciando desapontamentos e embaraços, você conclui: “Vale a pena continuar sofrendo tamanhas desilusões? não será um serviço prematuro esse, em que somos defrontados, a cada instante, pela negação sistemática, a partir daqueles que mais amamos?”


4 Estimaria alinhar opiniões e argumentos que lhe extirpassem de imediato as atribulações da cabeça, mas, estamos todos, encarnados e desencarnados, em luta evolutiva na Terra, sob a carga dos problemas alusivos ao nosso resgate de consciências endividadas perante a Lei.


5 Você aí, tanto quanto nós, padece o desafio constante das dificuldades que lhe dizem respeito ao aprimoramento da alma, e, sinceramente, não dispomos de receituário para a sua doença, além daquele que nos é formulado pelos princípios cristãos, no capítulo em que nos aconselham desculpa incondicional para toda ofensa.


6 Ouso, contudo, lembrar-lhe a história de “alguém” que passou pelo mundo, suportando aflições maiores que as nossas.


7 Ninguém tolerou, até hoje, as afrontas que lhe foram atiradas em rosto, em matéria de injúria e desconfiança.


8 Nascido para o desempenho de celeste missão, foi anunciado aos parentes pela visita dos anjos.


9 Dele, tradições numerosas forneciam testemunho incessante ao ânimo popular.


10 Mensagens e visões indicaram-lhe a vinda aos familiares maravilhados e, mesmo assim, não apareceu quem se animasse a oferecer-lhe um cubículo em casa para nascer, a ponto de, renegado por toda a gente, refugiar-se entre os animais.


11 Desenvolvendo-se ao lado de um primo, considerado profeta de grande merecimento, n com quem se iniciou no alto ministério de que estava incumbido, foi depois por ele interpelado quanto à veracidade de sua investidura.


12 De censuras e sarcasmos dos principais de seu tempo nem é preciso falar. Basta dizer que foi corrido por todos eles qual se fosse idiota, circunstância que o obrigou a asilar-se entre pescadores e homens rudes de singelo rincão. 13 Todavia, mesmo entre estes, embora andasse, de contínuo, fazendo o bem, restaurando enfermos e ensinando a verdade, recolheu azedume infamante. 14 Um deles, situando-lhe em dúvida o serviço divino, abocanhou dinheiro para denunciá-lo à justiça como agitador perigoso, conduzindo à prisão. n


15 Dos agentes da autoridade, os quais procurou respeitar, teve o cárcere por resposta, e do povo, de quem curara chagas e extinguira infortúnios, recebeu o tratamento devido a uma fera solta.


16 Dos amigos diletos, um dos mais nobres negou conhecê-lo por três vezes numa só noite, ( † ) e todos fugiram, envergonhados e atônitos, quando lhe viram a decisão de se entregar à morte na cruz como supremo recurso de resistência perante o mal.


17 Nem por isso, no entanto, abandonou os companheiros e os acusadores gratuitos no charco da ignorância, regressando, depois da morte, para auxiliá-los em perpetuidade de entendimento.


18 Esse “alguém”, meu amigo, como claramente já percebeu, foi Jesus Cristo, o Divino Governador da Terra.

19 Regozijar-nos-emos se o que a ele aconteceu puder servir para seu esclarecimento e conforto; mas, se você não conseguir edificar-se em tão sublime exemplo, a única solução será desistir lamentavelmente da sua oportunidade de cooperar na sementeira da luz divina, assentando-se na cinza da frustração, até que o tempo lhe renove a visão, no Universo de Deus.


Irmão X

(Humberto de Campos)



[1] Vide: João Batista.

[2] Vide: Judas Iscariotes.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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