O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Instruções psicofônicas — Autores diversos


41


Sentimento

O encerramento da nossa reunião de 16 de dezembro de 1954 assinalou grande regozijo para o nosso Grupo.

Através do médium, recebemos a visita de Áulus, n abnegado Instrutor Espiritual, n que nos falou acerca do sentimento como base de nossa vida mental, oferecendo-nos interessante conceituação educativa sobre o assunto e salientando que na comunhão mais intima com o Divino Mestre é que poderemos consolidar o equilíbrio de que carecemos para realizar o nosso aprimoramento interior.


1 Amigos.

Em nossas relações com o Senhor, com os nossos semelhantes, com a vida e com a natureza, é importante lembrar que a nossa própria alma produz os modelos sutis que nos orientam as atividades de cada dia.

2 Tanto quanto a segurança de um edifício corresponde ao projeto a que se subordina, o êxito ou o fracasso em nossos menores empreendimentos correspondem à nossa atitude espiritual.

3 Sabemos em fotografia que o clichê é a imagem negativa obtida na câmara escura, do qual podemos extrair inumeráveis provas positivas. Assim também o pensamento é a matriz que compomos na intimidade do ser, com a qual é possível criar infinitas manifestações de nossa individualidade.

4 Mas a formação do clichê depende da película sensível que, em nosso caso, é o sentimento antecedendo-nos toda e qualquer elaboração de ordem mental.

5 É imprescindível, dessa forma, melhorar sempre e cada vez mais as nossas aquisições de fraternidade, entendimento e simpatia.

6 A estrela é conhecida pela luz que desprende de si mesma.

7 A presença da flor é denunciada pelo perfume que lhe é característico.

8 A criatura é identificada pelas irradiações que projeta.

9 Sorvemos ideias, assimilamos ideias e exteriorizamos ideias todos os dias.

10 É imperioso, assim, em nosso intercâmbio uns com os outros, observar os nossos estados sentimentais nas bases de nossas reflexões e raciocínios, como origens de nossa vitória ou de nossa derrota no campo de luta vulgar.

11 Ilustrando-nos a conceituação despretensiosa, evoquemos a natureza para simbolizar alguns de nossos sentimentos e clarear, tanto quanto possível, a lição que a experiência nos oferece.

12 O ódio é comparável à hiena, espalhando terror e morte.

13 A inveja é semelhante à serpente que rasteja, emitindo raios de venenoso magnetismo.

14 O ciúme parece um lobo famulento, estendendo aflição e desconfiança.

15 A agressividade assemelha-se ao ouriço, arremessando espinhos na direção daqueles que lhe respiram a presença.

16 O amor é comparável ao sol que aquece e ilumina.

17 A compreensão copia a fonte amiga.

18 A tolerância fraterna é qual árvore que serve e ajuda sempre.

19 A gentileza é irmã da música construtiva, desdobrando consolações e mitigando o infortúnio.

20 O sentimento elevado gera o pensamento elevado e o pensamento elevado garante a elevação da existência.

21 Sintamos bem, para bem refletir, assegurando o bem na estrada que fomos convidados a percorrer.

22 Em verdade, o pensamento é a causa da ação, mas o sentimento é o molde vibrátil em que o pensamento e a causa se formam.

23 Sentindo, modelamos a ideia. Pensando, criamos o destino.

24 Atendamos à higiene mental, entretanto não nos esqueçamos de que a casa, por mais brilhante e por mais limpa, não viverá feliz sem alimento. E a bondade é o pão das almas.

25 Em razão disso, recomendou-nos o Divino Mestre, em sua lição imperecível: — “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. ( † )


Áulus



[1] Trata-se do benfeitor espiritual a que se refere André Luiz em seu livro “Nos Domínios da Mediunidade”. — Nota do organizador.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir