O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Ideal espírita — Autores diversos — F. C. Xavier / Waldo Vieira


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Condição irrecusável

1 Através dos mundos — infindáveis retortas do Laboratório de Deus — as encarnações sucessivas alimentam as gerações sucessivas.

2 Em razão disso, grande número de Espíritos ressurge na matéria densa de três em três ou de quatro em quatro gerações.

3 Ninguém se desvencilha do círculo das encarnações dolorosas, repentinamente. Isso somente ocorre a pouco e pouco, esforço a esforço.

4 Depois da lenta evolução dos milênios, a Terra vive agora o “século do fato”, em que o raciocínio comanda a verificação de todos os sucessos, desfazendo a miragem dos sofismas; época das mais belas florações do pensamento sublime e, ao mesmo tempo, das mais estranhas fecundações da animalidade instintiva por apresentar as promessas do porvir e os detritos do passado, no dealbar de nova aurora.

5 Descem os minutos semelhando grãos de areias na ampulheta do Espiritismo, ampliando os conhecimentos da Humanidade; os Espíritos a se manifestarem, aqui e ali, vão escrevendo a história de nossa própria responsabilidade ante as leis do destino.

6 Já não podemos dormir o sono da ingenuidade. Necessário aplicar discernimento em todas as manifestações, sem copiar a instabilidade doudejante do cata-vento.

7 A matéria não pensa e, por outro lado, pensamentos esvoaçantes não conduzem a qualquer meta construtiva.

8 Registra-se a vida humana em regime de penhora. O corpo é a caução.

9 Se somos cristãos cujo figurino se adaptou às regras modernas, nem por isso poderemos pautar nossos atos pelos códigos cediços da moral de aparências por fora e de enganos por dentro.

10 Nosso coração deve viver em mil corações que nos rodeiam.

11 Assim, premia com o olhar de indulgência a quem te fere, recordando que possuímos colegas de experiência terráquea a viverem, do berço ao túmulo, entre o presídio e o hospital, até desaparecerem fazendo da ambulância o carro fúnebre, constantemente dilacerados pelas farpas de amargoso caminho…

12 E estende o óbolo da atenção a quem te intercepte o passo, cultivando a fraternidade espontânea, como quem sabe que amanhã não podes prescindir do amparo desse ou daquele companheiro desconhecido.

13 Trabalhemos e trabalhemos… Desistamos da peleja inglória de tentar, inutilmente, terçar armas contra os jorros imponderáveis da luz…

14 Ação por ação, a tarefa mais nobre será sempre aquela que traz consigo a produtividade no bem puro, pois todos somos credenciados a estender mãos amigas.

15 Quanto mais evoluída a alma, muito maior é o intervalo reencarnatório que desfruta na Espiritualidade Superior, entre duas existências.

16 Se intentas, pois, desferir o voo largo da redenção, não revivas o teu “ontem”, mas sim vive o teu  “hoje”!

17 Abre sorrisos, verte lágrimas, lança ideias, cria palavras e esparze ações, mas utiliza todas essas possibilidades para servir, construindo monumentos de amor ao próximo, enxugando o suor do povo na sublime oportunidade do presente, porquanto somente existe essa condição, abençoada e irrecusável, para diminuirmos os estágios de prova e de aflição no cenário terrestre.


Lameira de Andrade


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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