O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gratidão e paz — Familiares diversos


Capítulo 19


Matrona Paly Diegues


PREMONIÇÕES DE UM DESENLACE INESPERADO

“Você não imagina o que passei quando ao acordar, às 7:30 da manhã, do dia 12 de outubro de 1981, deparei-me com minha esposa sem vida, ao meu lado. Os Espíritos Amigos trabalharam muito no meu preparo, pois uma força que nunca tive se apossou de mim, para aguentar tanta dor.

“Essa dor só se acalmou quando, no dia 10 de julho de 1982, Francisco Cândido Xavier psicografou a primeira mensagem de minha companheira querida, Matrona Paly Diegues, trazendo-me de volta ao equilíbrio.”

Com estas palavras, o Sr. Carlos Diegues, residente em São Paulo, Capital, expôs-nos seu drama familiar, vivido há muitos anos.

Ainda, em sua recente carta (de 9/7/1988), contou-nos que sua esposa teve duas interessantes e surpreendentes premonições, conquanto aparentando saúde perfeita, atestando que a desencarnação estava programada, e havia uma benéfica atuação espiritual no sentido de preparar os corações dos familiares, amortecendo o impacto da súbita partida da companheira.

A primeira premonição foi revelada 13 dias antes do desenlace: no Hospital em que nascia a netinha Bruninha, na presença do esposo, genro e outros familiares, Dª Matrona disse: “Deus concedeu-me a graça de assistir o nascimento da minha netinha, mas sinto no meu íntimo que deixarei logo o corpo físico.” E a segunda, na véspera da desencarnação, quando fez muitas recomendações ao marido quanto à assistência que ele deveria dispensar à filha Denise, porque ela, Dª Matrona, estava convicta de que brevemente partiria para o Plano Espiritual.




1 Querido Carlos, sou eu mesma, a continuar em nossas conversações interrompidas.

2 Os meses se sobrepuseram uns aos outros e de minha parte, despendi muito tempo, a fim de me reajustar para recomeçar a própria vida com segurança e acerto.

3 Sei que você aguarda algumas palavras, e sei também que você me antecipa no que possa dizer.

4 Carlos, amado e sempre querido, então você intimamente poderia de fato imaginar, que eu teria partido em razão de alguma tristeza em mim manifestada?

5 Isso não poderia suceder. Deixei o corpo simplesmente porque o motor parou quando eu dormia. Penso que isto foi melhor, muito embora, da minha parte, logo me conscientizei aqui, quisesse ficar aí.

6 Quanto a mim própria era grande alegria dialogar diretamente com você, para refazer algumas forças, pressionadas por pensamentos em desacordo conosco. Nós dois conversávamos, nunca nos desentendemos, você é o companheiro que sempre pedi à vida, me fosse trazido, quando os primeiros sonhos de menina e moça me despontavam no coração.

7 Felizmente, não me adaptei ao sistema de incompreensão que infelicita no mundo tantos casais, especialmente pela teimosia da mulher.

8 Sentia-me prestigiada quando você engrossava a voz na garganta, para me aconselhar o melhor à fazer. Sentia-me segura, resguardada, e sempre acertei seguindo os seus apontamentos, nascidos de suas experiências de rapaz sincero e tranquilo consigo mesmo.

9 Nossa Denise foi o traço que nos fortaleceu a união, e mais intimamente a propriedade de seus pareceres. Nunca permiti que nossa filhinha o desrespeitasse e vemo-la feliz ao lado do nosso estimado Cordon.

10 Depois a Bruninha, uma flor do céu, em forma de neta. Que mais desejava eu senão me harmonizar com você para seguir em frente?

11 Diálogos ardentes são fatores de comunhão mais profunda entre marido e mulher. E por isso os nossos, nem sempre poderiam guardar o sabor de açúcar, porque você mesmo me matriculou nas realidades em que a vida se baseia.

12 Somente destaco um dever que não cumpri para com você: o fato de haver deixado o corpo quando dormia e afinal, querido, eu desejaria ter pedido a você me auxiliar contra a visita da Dona Morte. Entretanto, ela devia saber que nós dois, a combateríamos com unhas e dentes, e por isso, veio de manso me buscar para este outro Plano, em que presentemente me vejo. 13 Ela me fez sonhar que estava com a minha querida Babunha, num campo de flores, a recordar passeios de criança e quando despertei, estava junto à própria Babunha, para revisar o acontecimento.

14 Conte o meu caso à nossa filha e agradeça-lhe os pensamentos de amor que me dirige.

15 A vida continua e acredite que continuo sempre ligada espiritualmente a vocês, acredite mesmo, sem duvidar do que afirmo.

16 Não posso me alongar muito. Muito carinho à Denise e à nossa querida netinha, e para você as muitas saudades e carinho sem limites da esposa que, encontra em você o melhor dos homens, com a obrigação, aliás, tocada de alegrias espontâneas, obrigação feliz de amá-lo sempre, e pertencer ao seu querido coração sempre mais.

17 Sempre mais afetuosamente, a sua querida criada de casa ou de casa e cozinha, sempre a sua companheira, sempre grata,


Matrona Paly Diegues


18 A irmã Encarnação veio até aqui em minha companhia. Mais um abraço.


Matrona Marta


Identificações

1 - Carlos — Carlos Diegues, esposo, residente à Rua Amilcar Barbuy, 75 — Parque S. Domingos, São Paulo, SP.

2 - Denise, Cordon e Bruninha — Família constituída pela filha, genro e neta.

3 - Babunha — Assim era chamada, na intimidade, a avó materna Verônica Lomotov, desencarnada em São Paulo, a 31/10/1968. Babunha em russo significa vovozinha.

4 - Matrona Paly Diegues — Na mensagem, ela assina também Matrona Marta, pois foi “rebatizada” pela sogra com esse outro nome, considerado mais adequado no Brasil. Era descendente direta de russos, e naquele país o seu nome original é popular. Dª Matrona lia sempre O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

5 - Irmã Encarnação — Freira do Colégio Salesiano, de Lucélia, onde Dª Matrona estudou.


Hércio Marcos C. Arantes


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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