O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Gratidão e paz — Familiares diversos


Capítulo 3


Maria da Luz Simões


REGRESSO DE UMA FLOR AO JARDIM DA VERDADEIRA VIDA

Três dias após a desencarnação de sua bisavó, Dª Maria da Luz Simões, a garotinha Érica, de quase três anos de idade, também deixou o Plano Físico, a 2 de junho de 1985, em consequência de complicações decorrentes de um tumor da glândula supra-renal. Ambas desencarnaram na Santa Casa de Misericórdia da cidade paulista de São Carlos.

Duas perdas quase simultâneas, que muito pesaram no coração dos familiares, especialmente de Dª Sueli Aparecida Letícia Gallo, mãe de Érica e neta de Dª Maria da Luz. Dor d’alma que só encontrou substancial lenitivo, quase um ano após, com o recebimento das notícias escritas de ambas, sendo que a garotinha conseguiu, naturalmente auxiliada, a façanha de redigir o próprio nome.

Dª Sueli compreendeu, então, que sua mimosa “florzinha, dócil, meiga e carinhosa” agora habitava, muito amparada e restabelecida, o jardim da Verdadeira Vida…

A carta mediúnica, psicografada em Uberaba, no Grupo Espírita da Prece (GEP), a 19 de abril de 1986, foi endereçada aos tios de Érica, presentes à reunião pública.




1 Queridos filhos Nair e Aurimar,
Deus nos abençoe.

2 Aqui, algumas palavras do meu coração que lhes partilha a dor de perder, aí no mundo físico, a presença de nossa querida Érica que voltou para nós, ao modo de uma flor que regressasse ao jardim da verdadeira vida, depois da visita que lhes fez, no reencontro terrestre com a família.

3 Pedimos ao Nelson e à Sueli para que nos compreendam. A pequenina era para eles um ornamento do Céu no Lar, mas não poderia permanecer aí, de organismo desajustado qual a vimos, na condição de um anjo preso à cruz do corpo, incapaz de sustentar-lhe a vida.

4 A nossa pequena está bem e quase plenamente restabelecida, mas ainda não dispõe de estrutura mental para escrever aos pais queridos. Trouxe-a comigo para vê-los e segurar-lhe-ei a mãozinha, para traçar o seu próprio nome, para que Sueli e o esposo lhe observem as melhoras. Vou apoiá-la em mim própria, de modo a tentar o que considero façanha de criança saudosa:


ERICA LETICIA GALLO n


5 Conseguiu afinal e me pede dizer que sente muitas saudades da mãezinha Sueli, do papai Nelson e do irmão Gustavo Rogério.

6 Querida Nair e querido Aurimar, filhos meus, muito agradecida pelo ensejo que me proporcionaram, de endereçar ao nosso pessoal a nossa mensagem de calma e esperança.

7 Pede a Jesus abençoá-los com a saúde e a felicidade, baseadas em muita paz e alegria, sempre a mamãe reconhecida


Maria Simões


Notas e Identificações

1 - Nair e Aurimar — Nair Lopes Muniz, filha de Dá Maria da Luz Simões, e seu esposo Aurimar Muniz.

2 - Érica Letícia Gallo — Nascida em São Paulo, aos 21/10/1982.

3 - Nelson e Sueli — Casal Nelson Carlos Gallo e Sueli Aparecida Letícia Gallo, residentes em São Carlos, à Rua Lucas Perrone, 351, Jardim N. S. Aparecida.

4 - Gustavo Rogério — Irmão de Érica.

5 - Maria Simões — Maria da Luz Simões, nascida em Portugal, em 1908, e desencarnada a 30/5/1985, em São Carlos.

6 - Depoimento de Dª Sueli: “Quando recebi a mensagem, já estava lendo muito e possuía algum conhecimento da Doutrina Espírita. Mas, afirmo que a carta chegou como um bálsamo em nossas vidas. Nossa dor foi amenizada e até compreendida.”

7 - Tópicos de uma carta escrita pela mamãe Sueli, em 28/01/1988:

“Querida Érica,
“Você foi uma florzinha dócil, meiga e carinhosa.
“Lutou com muita garra para viver. Teve tanta coragem e sempre procurou nos transmiti-la.
“Graças a Deus, encontrei energias n’Ele e hoje, após tanta força de vontade, tantas lágrimas, posso entender o porquê dos fatos que nos envolveram.
“Adoro suas cartinhas dando-me coragem. Anseio por nosso encontro um dia…
“Filha, onde estiver e com quem estiver, quero que saiba que a amo muito, e quero que, mesmo distante de mim, continue lutando e aprendendo como sempre fez.”


Hércio Marcos C. Arantes



[1] O livro impresso, na página que antecede o final da mensagem psicografada por sua avó materna, traz o fac-símile onde aparece a assinatura da neta em letras maiúsculas, escritas com visível dificuldade pela criança.


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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