O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Feliz regresso — Familiares diversos


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Oscar Cicuto Filho

MENSAGEM

1 Querida mamãe, meu querido papai, meus irmãos e amigos.

2 A oração foi o traço que me reuniu a todos, nos dias últimos do corpo, e, por isso, começo a escrever, pedindo a Deus para que nos abençoe. Agradeço por todas as lembranças.

3 Pais queridos, comove-me pensar quanto fizeram, preparando-se para o nosso reencontro. Não sei como expressar os sentimentos que me tocam a alma. Não posso dizer que conheci tarde a fé que nos religa uns aos outros. 4 O lar foi minha escola. Os queridos irmãos Airton e Heitor sabem que os nossos pais queridos nos formaram o caráter para retirar o melhor da vida. Compreendo que não pude valorizar os recursos de que dispunha, desperdiçando talvez o tesouro de energias que recebera da Providência Divina.

5 Entretanto, as bênçãos do Céu jorram sobre nós de fontes inesgotáveis e, com o amparo de muitos benfeitores, vou retomando as reservas. A carência do que talvez despendi sem pensar ainda me assinala o caminho, mas, pouco a pouco vou me reerguendo para a renovação.

6 Muito grato, querida mãe, por seus pensamentos em prece, endereçando a este seu filho a certeza de que o seu carinho com a dedicação de meu pai me envolviam tanto quanto me envolvem ainda hoje, no grande entendimento.

7 Estou bem e se não me encontro integralmente bem, é que a saudade, para onde somos trazidos, é um espinho oculto no coração. Ah! se pudesse voltar ao recomeço. 8 Falar de tudo o que sobrevive em nós quando supomos o corpo extinto, se conseguisse materializar os conceitos novos e proclamar as verdades novas para mim, seria o ideal que acalentaria, se semelhante realização fosse possível. 9 Irmãos da alma, e aqui me expresso considerando todos os amigos de nossa faixa que não pude compreender, irmãos queridos, quanto puderem prestigiem a vida e o convite de amor e paz a que fomos chamados. De certo, que não ouvi como seria de desejar o apelo que a realidade me fazia, ao lado de tantos corações amigos, no entanto, ao que me parece, o companheiro que sofre com a experiência e nas experiências de ontem e de hoje, é que poderá acrescentar mais substância às palavras. O caminho na Terra deve ser longo, tão longo quanto possível.

10 Caminho de proveito e trabalho, aprendizado e elevação. Conservem o corpo com a dedicação de quem encontrou um tesouro e se dispõe a conservá-lo, através do uso equilibrado e eficiente.

11 Que nenhum de vocês, amigos queridos, procurem colher frutos nas flores ou flores nas sementes. A colheita da felicidade e da paz exige tempo próprio. 12 Se lhes posso trazer algo de novo, ao ofertar meu reconhecimento aos queridos pais, a solicitação de zelo para com vocês mesmos, preservando-se para a edificação do bem verdadeiro, é a melhor homenagem do amigo reconhecido.

13 Mãe querida e meu querido pai, reassumo presentemente as tarefas interrompidas no sete de junho que já se foi. Meus avós me ampararam, com predominância de ternura e devotamento em minha avó Helena, mas o tio Antônio, tio pelo coração tem me proporcionado assistência paternal e, ainda agora, me propicia a força precisa ou o preciso acréscimo de forças a fim de escrever-lhes estas notícias.

14 Hospitalizado a princípio para tratamento natural de minhas faculdades espirituais, reinicio o trabalho no Lar do Amor Cristão. Dona Pia ainda me encontrou em posição de tutelado e o carinho no tratamento habitual continuou aqui. Já consigo desligar-me de pensamentos menos elevados e posso integrar equipes de serviço com o nosso irmão Augusto Cezar que se consagrou igualmente ao nosso Lar com extrema fidelidade aos compromissos.

15 No momento já desfruto o privilégio de me fixar mais detidamente junto de companheiros amigos vinculados à assistência de nosso Grupo.

16 Os irmãos encarnados e desencarnados como sejam nossos amigos Gerson Dias da Costa e Waldo Galvão, Rafael Andrade e Vera Lúcia, representam para mim pontos importantes de minhas novas atividades, porquanto, eu que recebi tantos passes de reconforto de nossa irmã Acácia e de outros corações em nossa casa, devo agora colaborar no magnetismo curativo auxiliando como se me faça possível, a companheiros que se mostram doentes qual eu mesmo, quando aí na Terra.

17 Se nossa querida irmã Dona Pia não se acha aqui nesta hora, é que se encontra com a nossa irmã Carmen, na superação dos problemas em curso. Nosso Augusto, porém, está presente com outros amigos, incluindo o nosso amigo Flamarion que pede à nossa irmã Alzira confiança em Deus, ao mesmo tempo que lhe promete assistência na hipótese de qualquer tratamento cirúrgico para a pessoa mencionada.

18 O tio Antônio abraça a irmã Helena e aos familiares queridos aqui presentes. E, de minha parte, se pudesse prolongar-me ia nas notícias de agora, com mais amplitude. Devo, no entanto, aceitar a necessidade do ponto final. Penso que não tenho outra mensagem maior além daquela com que peço a todos os companheiros dedicação ao trabalho do bem. Recados daqui são muitos, entretanto, nossos Benfeitores da Vida Superior pedem a todos para que a oração em nós se faça o melhor canal de acesso uns aos outros.

19 Não estranhem se falo nisso agora, com tamanho calor, quando me vejo longe de nossa bendita seara de amor, mas esse longe é só no campo vibratório da matéria, porque pelos laços da alma prosseguimos juntos.

20 Queridos pais e meus queridos irmãos, se posso pedir algo, rogo para que me lembrem nos meus anseios de ter sido bom, tão bom quanto me cabia ser e não no abatimento em que me vi, sem forças para reaver todos os meus recursos perante a vida.

21 Ajudem-me com os pensamentos de esperança e fé. Prometo, faço e farei o melhor de mim, de modo a ser mais útil.

22 Deus abençoará os meus novos propósitos. Agradeço a nossa Acácia, a nossa Lucy e a todas as irmãs benfeitoras e a todos os amigos de nosso grupo. E recebam, querida mãezinha e querido papai, com os irmãos presentes, o coração muito confiante e plenamente renovado do filho reconhecido e irmão muito grato.

23 De seu sempre


Oscarzinho


COMENTÁRIOS

O tempo, como valorizá-lo?

Como traze-lo sob controle no trabalho edificante? Nos momentos de acerto, despojado do corpo físico, o Espírito vê-se na presença de sua própria realidade.

Percebe o lar bem formado dos pais queridos e, na separação destaca o valor de seus mais nobres ideais. Oscarzinho retrata com iluminado amor essa experiência.


PESSOAS E FATOS

Oscar Cicuto Filho: Nascimento: 8.4.1951. Desencarnação: 7.6.1975.

Pais: Oscar Cicuto e Eunice Cicuto — Rua Gonçalves Ledo, 614, São Paulo — SP.

Irmãos: Gisela, Airton e Heitor Cicuto.

Avó: Helena Begalli Cicuto, paterna.

Antônio Sertório, cunhado de Oscar Cicuto.

Lar do Amor Cristão, Entidade Filantrópica de Amparo à Criança.

Amigos Espirituais: Pia Massini Maciel, Augusto Cezar, Waldo Galvão, Carmem Maciel Rodrigues da Cruz na ocasião muito doente, veio a desencarnar, Flamarion, Alzira.

Amigos da Família: Gerson Dias da Costa, Vera Lúcia, Acácia Maciel Cassanha, Lucy Maciel dos Santos, Rafael de Andrade.


Rubens S. Germinhasi


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