1 Em plena vida espiritual, além do caminho estreito da carne, sempre realizamos o inventário de nossas aquisições no mundo.
2 Em semelhantes ocasiões, invariavelmente nos escandalizamos à frente de nós mesmos e rogamos, então, à Divina Providência a graça do retorno à matéria mais densa, sem as vantagens terrestres que nos serviram de perda. ( † )
3 É por isso que renascemos no mundo com singulares inibições congeniais.
4 Aqui, é um cego que pediu a medicação da sombra para curar antigos desvarios da visão.
5 Ali, é um surdo que solicitou o silêncio nos ouvidos, como bênção de reajuste da própria alma.
6 Mais além, somos defrontados pelo leproso que implorou do Céu a vestimenta de feridas e aflições, como remédio purificador da personalidade transviada do verdadeiro bem.
7 Mais adiante, encontramos o aleijado de nascença, que suplicou a mutilação natural por serviço valioso de autocorrigenda.
8 Doenças e amarguras, dificuldades e dores são meios de que nos valemos para a justa reparação de nossa vida, em nós ou fora de nós.
9 Assim pois, atendamos ao aviso do Evangelho, no passo em que nos adverte o Senhor: “Caminhai, enquanto tendes luz”. ( † )
10 Enquanto se vos concede no mundo a felicidade de permanência no corpo físico — templo e formação das nossas asas espirituais para a vida eterna — não procureis o escândalo, a distância de vosso círculo individual!
11 Escandalizemo-nos conosco, quando a nossa conduta estiver contrária aos princípios superiores que abraçamos.
12 Estranhemos nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos, quando não se afinem com o Mestre da Cruz, cujo modelo procuramos, e, assim, amanhã não teremos a lamentar maiores faltas, alcançando a vitória sobre nós mesmos, em paz com a nossa própria consciência, à frente da Vida Imperecível que nos espera com o nosso Mestre e Senhor.
Emmanuel
[1] Essa mensagem foi publicada em março de 1954 pela FEB no Reformador e é também a 116ª lição do 4º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.