O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Continuidade — Familiares diversos


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Cláudio Mano Júnior

ESCLARECIMENTOS


Nascimento: 07 de novembro de 1969. Desencarnação: 09 de junho de 1985. Idade: 16 anos.

Pais: Cláudio Mano e Maria Piedade Manoel Mano — Av. Regente Feijó, 196, São Paulo — SP.

Vovó Olga — Olga Gonçalvez Manoel, avó materna, a quem ele era muito apegado.

Avó Marta — Maria Marta Ferreira Gonçalvez, bisavó materna, desencarnada em 09.08.1975.

Avô Manoel — Dimas Manoel, bisavô materno, desencarnado em 03.03.1965.

Dr. João — Dr. João Antônio Ardito, na ocasião noivo de sua tia materna Olga, foi quem o operou e deu assistência médica até a hora de sua partida.

Dra. Zilda — Dra. Zilda Manoel, tia materna, médica que também o assistiu nesses dias até a hora da partida.


COMENTÁRIOS


Em sua mobilete, no dia 04.6.1985, aproximadamente às 19:00 horas, Cláudio ia para a escola. Na Rua Fernando Falcão um carro, ao entrar à esquerda, atropelou-o, caindo com a cabeça na guia da calçada e fraturando o crânio. Foi levado para o Hospital Tatuapé em coma. Quando a família chegou, ele ainda estava no corredor aguardando os primeiros socorros.

O Dr. João Antônio Ardito, neurocirurgião, percebendo a gravidade do momento, levou-o para o Hospital Bandeirantes, operando-o, drenando um hematoma subdural. Ficou na UTI durante cinco dias. Apresentou problema de broncopneumonia, vindo a falecer no dia 09, às 22:00 horas, nesse momento acompanhado de sua tia Dra. Zilda Manoel. Cursava na época a 7ª série do Curso Supletivo Meta. Pouco gosto pelo estudo, aos 14 anos pediu aos pais para ir trabalhar com seu tio em Agência de Automóveis de sua propriedade. Mostrou-se muito responsável nas suas novas atribuições e, com isso, passou a interessar-se mais pelos estudos.

Postumamente recebeu uma homenagem pública. Seu nome foi dado a uma Praça no Jardim Anália Franco, à Rua Coronel Irineu de Castro.

Como os pais e a família se mostrassem intensamente traumatizados, vários amigos, que passaram pelo mesmo drama, como Dr. Gabriel Fernandes Sais e Edson Elisei, levaram alguns livros com mensagens de entes queridos que partiram nas mesmas circunstâncias. Despertaram na família o interesse pela Doutrina Espírita: Em 28 de setembro de 1985, os pais foram levados ao Chico Xavier pela primeira vez pelo casal Adelaide e Sr. Antero dos Santos Dias, na esperança de conforto ou de esclarecimento. Após várias tentativas infrutíferas, a primeira mensagem foi enviada à avó materna Olga Gonçalvez Manoel.

Antes da primeira mensagem, Chico Xavier já transmitira palavras de conforto, explicando o Mundo Espiritual, o que proporcionou, principalmente aos pais, um início de compreensão e aceitação do drama que viviam. No despertar da fé espírita, os pais passaram a frequentar Uberaba com mais assiduidade, quase todos os meses quando tinham oportunidade, sempre à espera de mais conforto.

Sabemos que nesses momentos a ansiedade por palavras que confortem e amenizem o sofrimento é muito forte, mas é preciso que se tenha confiança e fé. O momento que o Plano Espiritual permitir as mensagens, sejam por palavras ou psicografadas, chegarão.


MENSAGEM


1 Querida mãezinha Piedade e querido papai Cláudio, abençoem-me.

2 As saudades que atuam em nós são tão grandes e a mamãe chegou aqui tão esperançada de me obter as notícias diretas que a vovó Maria Marta me trouxe para lhes confirmar que estou bem.

3 Primeiro foi aquela de hospital e tratamento, com a vovó Cândida a me servir de enfermeira, com as instruções dos Benfeitores Espirituais para que não me desse ao desespero e ao pessimismo os dias se foram com a indiferença do relógio, por nossos gemidos de saudade na separação.

4 Apesar de minha inexperiência, observo que as nossas provações parecem não interessar à Natureza, porque, enquanto sofria e pensava nos pais queridos e em nossa querida vovó Olga, o sol brilhava tão claro como antes e as flores no jardim-parque, onde fui acolhido, desabrochavam ignorando os nossos padecimentos. 5 Agora estou mais habilitado a dar notícias, se bem que as minhas incursões por aqui são raras e curtas.

6 O choque foi muito grande. Quando a mobilete me atirou ao chão por influência da máquina pesada que nos surpreendeu, tive a ideia de que eu era um passarinho aniquilado numa armadilha de caçadores.

7 Nas últimas possibilidades de registrar o que se falava em torno de mim, escutei alguém a dizer: — Mas essas máquinas são um perigo, pois não são motos, nem bicicletas, parecem transportes de brinquedo!

8 Fiquei desencantado com o que assinalei em momentos terríveis como aqueles de junho passado e, conquanto as dores que sentia, quis replicar que a mobilete é máquina tão respeitável quanto às outras e, se a gente não está na hora de possuir um carro, a bicicleta motorizada é um recurso para vencer distâncias.

9 Por que aprovar unicamente os motoristas competentes de ônibus e automóveis e censurar os nossos veículos humildes, quando tantos homens entregadores de encomendas ou “boys”, portadores de recados, ganham honestamente a vida e conseguem ser úteis aos seus familiares, enfrentando os monstros do trânsito e passando por eles com sacrifício e agilidade para cumprir deveres profissionais e estudantis em cima da hora?

10 Desculpem-me os pais queridos essa minha divagação, mas se louvamos os grandes mastodontes da rua, tocados velozmente para essa ou aquela finalidade, nós, os pequenos, isto é, os ciclistas em serviço, a meu ver, carecemos igualmente o respeito de todos.

11 Felizmente, estou seguindo com tantas melhoras em meu estado geral que já estou conseguindo fazer o meu protesto que não julgo seja inconveniente ou desprimoroso para quem quer que seja. Mas, não há de ser nada.

12 Logo que eu puder, estarei servindo aí nas turmas de solidariedade e socorro em aparelhos daqui, que os dinossauros da rua nem de leve conseguirão estragar.

13 Agradeço as sugestões da vovó Olga para que viessem às preces deste lar de oração, porque eu precisava muito pedir à querida mãezinha calma e coragem, sem chorar e sem sofrer.

14 Ainda não sei, mas acredito que por aqui terei excelentes oportunidades de estudo e prometo-lhes comportar-me com a limpeza de sempre em meus compromissos e atitudes.

15 Fiquem tranquilos a meu respeito e continuem a lembrar-me com os pensamentos de amor e paz, com os quais me auxiliaram tanto.

16 Um abraço à vovó Olga e lembranças a todos os nossos do nosso mundo familiar.

17 E recebam, os queridos pais, um respeitoso beijo do filho que lhes entrega nesta hora o próprio coração agradecido.


Cláudio Mano


MENSAGEM DIRIGIDA A AVÓ DE CLÁUDIO MANO


1 Querida vovó Olga abençoe-me, tudo vai bem comigo e não há razão para que a mamãe Piedade e o papai Cláudio se desfaçam no sofrimento em que os vejo mergulhados, sempre que consigo a devida permissão para visitá-los.

2 Vovó, esta carta é simples. É um pedido para que você e meus pais se consolem e para que o problema da minha mobilete atropelada seja esquecido.

3 Graças a Deus fui muito amparado espiritualmente e estou sempre na esperança de melhores dias, conquanto ainda me sinta periodicamente em crises de recordação do acidente, mas os amigos da minha nova moradia são unânimes em afirmar que vencerei todos os traumas que ainda carrego.

4 Peço-lhe solicitar de meus queridos pais me enviarem a fortaleza de que ainda não prescindo a fim renovar-me.

5 Tudo passou e não devemos fixar os pensamentos numa ferida que já foi curada.

6 Vovó, muito obrigado por ter vindo receber as minhas notícias. O meu avô Manoel vela por mim e está sempre estendendo-me amparo. Fiquem tranquilos.

7 Muitas lembranças à mãezinha Piedade e para o meu pai Cláudio e para o seu coração querido as minhas saudades e alegrias orvalhadas de bênçãos de minha nova fé.

8 Sempre o seu neto do coração.


Cláudio Mano Júnior


9 Lembranças ao nosso Dr. João e a nossa Zilda (palavras ditadas a Chico Xavier por Cláudio)


Rubens S. Germinhasi


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