O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Assuntos da vida e da morte — Familiares diversos


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Fábio Mário Henry

01.06.1961, Santo André, SP — 25.08.1985, Cuiabá, MT

Fábio, jovem de hábitos simples, prestativo, apegado à família e aos amigos. Quando deixou o convívio do lar, cursava o quarto e último ano de agronomia na Universidade Federal do Mato Grosso.

O prestígio que desfrutava junto à direção da Faculdade, em face do excelente desempenho como aluno, fez com que fosse diplomado.

Filho do Sr. Mário Duílio Evaristo Henry e de D. Hortência Henry, teve mais três irmãos: Dr. Lamberto Mário Henry, médico, casado com a Sra. Maria de Fátima Santana Garcia; Dr. Pedro Henry Neto, médico, casado com a Sra. Miriam Henry; e Ricardo Luiz Henry, solteiro, piloto da aviação comercial.

Relatam os pais que o primeiro contato com Chico Xavier foi doze dias após a sua desencarnação. Sem qualquer informação anterior a respeito, Chico lhes disse que naquele momento, duas senhoras, D. Maria da Conceição e D. Rosina, estavam presentes e que haviam socorrido o Fábio no Plano Espiritual. Trata-se da avó materna e bisavó paterna, há muitos anos desencarnadas.

Depois, foram seguidas vezes a Uberaba, e em 23 de agosto de 1986 receberam a mensagem que trouxe aos familiares tanto conforto e esperança.


DEPOIMENTO


Apesar de sermos espíritas há muitos anos, a desencarnação de Fábio trouxe profundas alterações em nossas vidas.

As visitas a Chico Xavier, os esclarecimentos que nos fazia, a mensagem que nosso filho nos enviou, fizeram com que o vigor na fé se redobrasse, estimulando-nos para o trabalho doutrinário e assistencial, consequentemente dando-nos o privilégio de colhermos os frutos, traduzidos por um conforto espiritual muito grande, que nos tem permitido continuar vivendo…

Os pais


MENSAGEM


1 Querida mãezinha Hortência, com o meu papai Mário, recebam os meus votos de paz e felicidade, com as bênçãos de Deus.

2 Mãezinha Hortência, todas as nossas provações já passaram. 3 Aquele projétil acidental que me arredou da vida física se transformou em bisturi de benemerência, que me devolveu a harmonia e saúde ao coração.

4 Compareço aqui com o meu avô Pedro n — o nono Pietro — lembrando que na próxima semana, isto é, na segunda-feira próxima, completaremos doze meses sobre a minha liberação espiritual.

5 Mãezinha, não se aflija pelo pobre irmão, que inconscientemente manejou a arma contra o meu corpo, e não se antagonize com o nosso amigo Albano, n que não nos abandonou ao sabor das circunstâncias, mas precisava se afastar do local onde meu corpo tombou desgovernado. 6 Era natural que ele não ficasse à mercê de novas iras gratuitas.

7 Havíamos saído da danceteria com a alegria de dois estudantes que se regozijassem com aquelas horas de entretenimento e dialogávamos com a alegria que desejo cultivar novamente à frente dele. 8 Não permita que meus irmãos lhe julguem o comportamento com desacerto, porque o nosso prezado Albano não podia e nem devia permanecer no mesmo lugar que caí para não mais levantar. Não hospede o ressentimento em seu coração.

9 Mãe, você foi sempre o perdão e o entendimento para nós, os seus filhos. Não se admita ressentida com um amigo que para mim foi sempre um irmão.

10 Aqui estou ainda com a presença da vovó Rosina n que é testemunha de tudo quanto lhe digo. 11 Posso dizer-lhe, com permissão dos nossos Mentores da minha vida nova, que o bisavô Evaristo, n que atirou sobre o próprio peito, suicidando-se na Itália, sou eu mesmo, que tive o coração aniquilado por um tiro acidental.

12 E veja, querida mãezinha, que já conquistamos algum progresso segundo as Leis de Deus. 13 Na posição do chamado “nono Evaristo” despedacei o meu peito com um projétil no suicídio, e resgatei minha dívida fora das sombras da autodestruição, porque o tiro não partiu de mim contra mim mesmo, e sim de um irmão desconhecido, que fora das condições normais, já que se mantinha embriagado naquela madrugada de 25 de agosto passado, desfechou um tiro contra mim, sem a intenção de acertar-me.

14 O suicídio não foi resgatado com um outro suicídio, e, sim, com uma agressão involuntária, em que o próprio agressor ignorava o que fazia. Tudo passou e estamos a caminho de uma vida melhor.

15 Agradeço ao irmão Lamberto o carinhoso cuidado de médico humano e competente que ele é, e peço-lhe dizer que o socorro não surgiu tarde, porque, em meu próprio benefício, não haveria medidas de salvação para o meu corpo frustrado.

16 Nobre Lamberto! Fez tudo para que o irmão revivesse, com alma e coração!

17 A ele, ao Ricardo e ao Pedro, o meu fraterno abraço com muitas saudades. E esperando, querida mamãe, que você apenas chore de alegria e de agradecimento a Deus, com respeitoso afeto a meu pai Mário, peço-lhe receber o coração reconhecido, esmaltado de carinho e saudades, do seu filho, sempre o seu filho do coração.


Fábio Henry

23.08.1986    


ELUCIDAÇÕES


1) Pedro Henry — Avô paterno, nascido em Lucca — Itália, a 02.01.1897. Chamava-se Pietro Henry. Posteriormente naturalizou-se brasileiro com o nome de Pedro Henry. Desencarnou em Santo André — SP, a 23.06.1964.


2) Albano Borges — Amigo de Fábio.


3) Rosina Giambastiani Henry — Bisavó paterna, nascida em Lucca — Itália a 30.12.1876. Casada com o Engº Evaristo Henry. Imigrou para o Brasil, vindo a desencarnar em São Bernardo do Campo — SP em 25.01.1950.


4) Evaristo Henry — Bisavô paterno. Nascido em Lucca — Itália a 09.02.1871. Engenheiro ferroviário, funcionário do governo italiano, suicidou-se em 08.02.1920 em sua terra natal, onde trabalhava, com um tiro no coração.


Através da mediunidade de Chico Xavier, inspirada pela Espiritualidade Maior, tem-se a oportunidade de compreender a importância da reencarnação no ajuste dos erros cometidos, em face do livre arbítrio que nos impulsiona para o aprimoramento do Espírito, através das vivências reencarnatórias.


Paulo de Tarso Ramacciotti


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