O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Ação, Vida e Luz — Autores diversos


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A curiosidade humana n

1 Amigos, é certo que da curiosidade humana se derivam todas as ciências que formam, na atualidade, o complexo de conhecimentos da vossa civilização.

2 Todavia, faz-se mister que o homem subordine essa curiosidade a um método, desde que uma Lei Justa e Equânime existe, presidindo os surtos de sua atividade de um Plano Invisível.


3 Os progressos científicos, os grandes conhecimentos coletivos terão de vir paulatinamente, sem fugir à regra geral da evolução.


4 Infelizmente, vemos hoje na pesquisa do mundo oculto das vibrações espirituais, um acervo de atividades, porém, mal orientadas pelos estudiosos e investigadores.

5 As nossas relações com o ambiente das vossas cousas físicas, são subordinadas a determinadas leis, as quais não nos é possível ultrapassar não obstante o nosso grande anelo de satisfazer cabalmente as vossas aspirações.


6 Guardemos, contudo, esperanças no desdobramento da metapsíquica ( † ) que no futuro apresentará o celeiro farto de certezas novas para os homens, integrando-os no conhecimento dos enigmas do ser e do destino.


7 Aquela zona lúcida à qual se refere Paul Gibier ( † ) em suas obras é uma realidade inamovível; cada personalidade apreende somente o “quantum” de raciocínio que lhe permite o estado de sua evolução individual.

8 E quanto às expressões fenomênicas do Espiritismo muitas são as incógnitas a considerar que preponderam sobre a nossa vontade de criaturas sem os indumentos da carne, incógnitas essas que por enquanto, permanecem inacessíveis ao vosso mundo sensorial, em virtude da ausência de leis analógicas que nos facilitem o confronto de situações, as mais interessantes e inexplicáveis, levando-se em conta a exiguidade de vossas percepções e as novidades do nosso ambiente espiritual.


9 Nossos estudos de matéria e de movimento aí na Terra são sobremaneira prejudicados pela ausência de sentidos que aí nos facultem um conhecimento mais amplo com respeito à energia e suas infinitas maneiras de manifestação; todavia, aclarada, em parte, a consciência geral, pelos raciocínios novos a que vos conduziram a lógica e a dedução, caminhais para uma compreensão melhor do elemento básico da matéria, o átomo, percebendo agora, com o problema de sua disponibilidade, que há uma lei obrigatória em ação nos fenômenos da matéria em todos os seus aspectos mais íntimos.


10 A própria matéria inorgânica, segundo o vosso conceito, tem a presidir-lhe a formação e a vida embrionária fenômenos vibratórios na mais estranha das complexidades.


11 Compreende-se agora, à luz dessa nova concepção das realidades da vida, que toda a sua sabedoria está ainda em princípio dos princípios.

12 O materialismo positivista é obrigado a reconhecer uma força condutora, no princípio ativo do Universo, dando forma às forças passivas e amorfas da matéria em si mesma.

13 Uma nova claridade se faz sobre os enigmas da embriogenia que pretendia ter solucionado todas as questões biológicas que o aparecimento do homem sobre a face do Orbe implicam em sua essência.

14 A patologia fisiológica descobre novos agentes de influenciação e já não é mais possível abolir a ascendência espiritual dos fenômenos que a vida apresenta em seu desdobramento incessante.


15 Formam-se assim, em torno dos agrupamentos que objetivam o estudo dessa imensa flora invisível que nos rodeia, as falanges multiplicadas dos investigadores de todos os tempos.
Mas ainda existem percalços a vencer, óbices a superar, ao preço de uma perseverança sem limites.


16 É certo que toda a vitória material dos indivíduos está submetida às suas condições morais e daí a necessidade de vos integrardes no conhecimento dessa persistência ativa e necessária em todos os vossos empreendimentos dessa natureza.


17 Um dos problemas mais difíceis a resolver é a questão do “médium”.
O meio de nossas manifestações ainda é incipiente em excesso. 18 Não temos, aliás não nos é possível, alcançar um grau de pessoalização perfeita, em nos manifestando através dos órgãos sempre deficientes do médium humano que se nos apresenta.


19 Geralmente as nossas mensagens não atestam a nossa personalidade única, porquanto necessitamos revesti-la de outro caráter, em virtude da imprescindibilidade de nos adaptarmos ao médium, ou este à nossa individualidade no aquém da morte.


20 Essas dificuldades criaram então entre nós, os Espíritos, o sistema de “magnetização” do aparelho mediúnico, usando de nossa linguagem simbólica, sem podermos nos exprimir segundo determinadas formas de expressão aí da Terra, dispondo unicamente da lei da telepatia universal que tem como seu agente único e absoluto, o pensamento.

21 Daí, portanto, as dificuldades que se nos antolham para dignificar a nossa palavra, sem a mescla dos pensamentos e sentimentos alheios.


22 Se encontrássemos o médium que não exercesse senão a sua função, como um filtro puro de nossas ordens, poderíamos colimar o fim desejado. Mas, os médiuns têm a sua existência recamada de dificuldades, de provações austeras e penosas, entregando-se às obrigações que lhes são inerentes no Plano físico, às vezes em detrimento de certas faculdades cujo uso poderia fornecer um caminho novo para as certezas da Espiritualidade.

23 Como, porém, existe a lei moral sobre todas as vossas e nossas atividades na vida, precisamos considerá-la primeiramente, sem desmerecê-la e subordinando aos seus altos desígnios as nossas lutas comuns.


24 Em vista do exposto, amigos, não nos é possível facultar-vos as mensagens que anelas tão ardentemente e nem sabemos quando poderíamos alcançar a consecução dos vossos desejos, aos quais me associo com a melhor boa vontade, porquanto temos a lei das afinidades e das possibilidades regendo os nossos atos, sem que possamos desviar um milímetro de suas determinações.


25 Continuemos, porém, com o nosso anelo de conhecer melhor a vida em seus aspectos e manifestações.

26 Amanhã, quem sabe? Poderemos fornecer aos nossos espíritos estudiosos, ao vosso senso de indagação e de análise um raciocínio melhor, uma prova mais eloquente das realidades que vos esperam além do túmulo.


27 Até lá, entretanto, tereis de experimentar o desejo de conhecimento e nós o anelo frustrado de querer abrir os horizontes da vossa compreensão.


28 Estudemos juntos.
Um trabalho de cooperação entre os homens encarnados e os desencarnados terá a sua expressão utilíssima à vida das coletividades.


29 Atingiste um estado dentro do surto evolutivo da vossa civilização em que a moral, a religião, a ciência, o trabalho, a educação, a política, a vida enfim, requerem uma renovação e um reerguimento.


30 Que Jesus nos auxilie a galgar essa subida tão difícil de ser alcançada, mas que tanta felicidade implica em si, porque representa um dos pontos mais elevados da ascensão da alma humana para Deus.


Emmanuel


(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, dirigida a um grupo de pesquisadores amigos.)




[1] O título original do capítulo, no índice e no corpo do livro, é: “A comunidade humana”, título totalmente fora do contexto do conteúdo da mensagem, por isso foi substituído por “A curiosidade humana”.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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