O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Ante o futuro — Familiares diversos


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Jussane Cristina Leite

ESCLARECIMENTOS


Nascimento: 21 de junho de 1962. Desencarnação: 16 de dezembro de 1981. Idade: 19 anos.

Pais: Jurandyr A. Leite e Neusa Guerrero Leite. Av. Eng.o Saraiva Oliveira, 44 — Apto. 14. São Paulo — SP.

Irmãos — Patrícia e Anderson.

Maria Leite — Bisavó paterna. Desencarnou em 1947.

Guerrero — Avô materno. Desencarnou em 21.05.1941.

Jorge Guilherme — namorado.

Tiaminho — Tiaminho Daikuara. Conheceram-se no Plano Espiritual. Desencarnou em 25.01.1980.

Sr. Hélio e D. Sayoko — Pais de Tiaminho.


COMENTÁRIOS


Em 1976, Neusa Guerrero Leite, assustada e com sérios pressentimentos sobre a vida de sua filha, estava convicta que a perderia em grave acidente de carro, por atropelamento.

Este receio a incomodava tanto que nesse mesmo ano resolveu ir até Chico Xavier para tranquilizar-se e obter algum esclarecimento.

Jussane, moça bonita, habilidosa num teclado de piano, estudara música desde os 6 anos de idade até a formatura.

Formou-se também em Instrumentação Cirúrgica no Hospital São Camilo.

Terminara o Segundo Grau no Colégio Objetivo e estava próxima a prestar o vestibular para o Curso de Medicina.

Excelente saúde, nada evidenciava preocupações.

Seus pais até então vivam felizes. O medo de Dona Neusa não mais existia. Os desígnios da Providência Divina ainda não se fizeram notar.

Jussane preparava-se para o vestibular de medicina. Mal sabia que o seu preparo estava para as provas divinas.

No dia do exame é acometida por uma grave doença na pele, com características leucêmicas, que a leva de volta à Vida Espiritual em 10 dias, mesmo socorrida pelos melhores especialistas.

Os pais estupefatos e desconsolados, seguidamente buscaram o socorro uma vez mais em Chico Xavier, desta vez não com pressentimentos, mas com a realidade da vida.

Em resposta, Chico lhes dizia: Jussane está muito bem amparada sob os cuidados dos avós e ainda é muito cedo para uma comunicação psicográfica.

Mesmo assim, o contato com Chico foi de profunda emoção e benefícios para a família.

Todos os meses Dona Neusa e Sr. Jurandir se faziam presentes em Uberaba. No quinto mês recebem a mensagem de Jussane, em peregrinação feita à cidade de Peirópolis, próximo a Uberaba. Acompanhavam Dona Yolanda Cezar nas reuniões do Evangelho que Chico costumeiramente fazia nesse local.

O Sr. Jurandir conta-nos como recebeu o primeiro momento de sua felicidade.


“Estando no local momentos antes da chegada do Chico, adiantamo-nos alguns minutos na estrada. Estava eu colhendo algumas laranjas em pomar ali existente, perto da casa onde se fazia o Evangelho, e acomodava-as em minha camisa feito sacola.

Chico chegava com um fortíssimo resfriado e eu conjecturava comigo mesmo, pois achava um absurdo, um contrassenso as pessoas que o envolviam de tal modo que não o deixavam respirar.

Em certo momento Chico, gentilmente, pede à pessoa ali perto que ficasse um pouco de lado e acena em minha direção. Eu não imaginava e nem supunha que fosse para mim. Continuei em meus pensamentos, quando Dona Yolanda Cezar chama-me e diz:

“Chico está dizendo que sua avó Maria Leite está aqui, manda-lhe um abraço e um beijo e que muito o ama.”

Eu não sabia o que dizer de contentamento.

Logo após, na reunião, Jussane nos envia a mensagem.

Chico dissera que ela chegara amparada pelo Espírito de Hélio Ossamu Daikuara, conhecido como Tiaminho.”


A beleza, a naturalidade e a alegria de Jussane continuam a dar forças aos pais, provando com peculiaridades próprias que a Vida Terrena é a prova maior para a Vida Superior Espiritual.

A fé remove montanhas e acalenta nos corações que amam a certeza do amanhã com Jesus.


MENSAGEM


1 Querido papai Jurandyr e querida mamãe Neusa, peço me abençoem.

2 Estou aqui, trazida por minha avó Maria Leite e pelo amigo Tiaminho, anjo de paciência e bondade, filho dos nossos amigos, Sr. Hélio e Dna. Sayoko, com a tarefa de endereçar-lhes as minhas notícias.

3 É natural que me sinta constrangida. Ainda não secou a nascente de nossas lágrimas, embora as bênçãos da prece nos encorajem para facear a realidade.

4 Acabaram-se para mim os dias cinzentos dos sintomas que me afligiam, mas a carência afetiva ainda me assinala o coração que se levanta gradativamente das lutas que me ficaram por dentro da alma, de vez que desejava continuar vivendo, ainda que fosse doente, por longo tempo, com a esperança de cura, na Terra mesmo, a fim de que conseguisse realizar as minhas aspirações.

5 Não me refiro a isso por motivos de inconformação ou de angústia improdutiva e, sim, para expor com sinceridade a minha surpresa ante a visita da força que me determinou a desencarnação. 6 É que preciso esclarecer a minha condição humana e evidenciar à frente dos seres queridos, a perplexidade que me tomou de assalto, em me reconhecendo distante do corpo enfermo.

7 Não dera conta de perceber a transformação de que me sentia objeto e, por isso, despertar na vida diferente me doeu muito a princípio. 8 Entretanto, já me desvencilhei do espinheiral de inquietações sem remédio e estou aqui agradecendo a Jesus a oportunidade de consolá-los.

9 Os pais queridos, a Patrícia e o nosso Anderson estavam como sempre estão cada vez mais vivos em minha lembrança e, sobretudo, os pensamentos se me voltavam constantemente para o nosso querido Jorge, sempre obtendo novas cores.

10 É preciso saber usufruir para saber deixar tudo aquilo que se nos faz patrimônio de ventura, a fim de que a consciência e o coração estejam em harmonia.

11 Conduzida por familiares e amigos ao repouso, pude ouvir lições inesquecíveis de compreensão e discernimento e venho dizer à mãezinha Neusa que o meu querido avô Guerrero que tem sido de incansável serenidade em transmitir-me conhecimentos novos.

12 Querida mãezinha, peço-lhe fortalecer ao nosso querido Anderson em suas ligações com ele, explicando-lhe que ninguém morre e sou, como sempre, a irmã que o estima e nele espera um companheiro que imprima progresso espiritual mais rápido em nossa família.

13 Aproveito para falar-lhe assim, de vez que noto o querido irmão ainda traumatizado e de pensamentos confundidos por muitas indagações por agora sem respostas, quanto a mim, quero dissipar qualquer nuvem de tristeza ou desânimo que lhe paire no espírito juvenil. Além de meu carinho à Patrícia, desejo pedir ao nosso caro Jorge, me compreenda e viva tão feliz quanto merece.

14 Nos primeiros dias de Vida Espiritual perguntei a mim própria de que modo conseguiria prosseguir sem ele, mas no curso incessante das horas, a bênção do Senhor me favoreceu com a paz e aqui me encontro a lhe pedir resignação e coragem.

15 O nosso querido Jorge Guilherme está muito jovem e não terá dificuldade para substituir-me. Querido Jorge, libere você próprio dos pensamentos amargos. Erga a fronte e sinta no íntimo a presença do Céu imenso, como que a convidar-nos para a expansão dos nossos ideais.

16 Tenho orado e pedido a Jesus nos conceda oportunidades de amar-nos através da família que for organizada por suas queridas mãos.

17 Nossos pensamentos e planos inflamados de sonhos no Mundo Físico, não nos permitiram caminhar adiante, misturados que foram com as doenças que me alcançaram projetos adiados para o futuro, mas isso não quer significar que você precise fugir às necessidades humanas em cujo quadro Deus lhe determina viver.

18 Não posso alimentar a esperança de ser a sua companheira no Lar de que faríamos a nossa ilha de felicidade, mas posso consagrar-me a trabalhar por sua felicidade junto àquela companheirinha que o Céu lhe venha a conceder.

19 Peço-lhe calma sem lágrimas e recordações sem pessimismo que nos conduzam a pensamentos amargos. Tudo ocorreu conforme as Leis Divinas que nos sugerem aceitar a realidade. Deus sabe o que faz.

20 Ajude-me ajudando a você mesmo, a fim de que a sua segurança se me faça remédio. É o que lhe peço com toda a sinceridade que me vai no coração, ao mesmo tempo que abraço papai Jurandyr, mãezinha Neusa e meus queridos irmãos, Patrícia e Anderson, já que não posso escrever mais extensivamente.

21 Não posso alongar-me, entretanto, estou grata a todos os meus que me estenderam abençoado auxílio.

22 Querida mamãe Neusa, o meu querido avô Guerrero vem me auxiliando quanto se lhe faz possível, a fim de ver-me restabelecida.

23 Graças a Deus vou indo bem e sem mais palavras que me definam o carinho e a saudade que arquivei nas profundezas de minha alma, sou a filha e irmã, companheira e amiga que não os esquece, constantemente reconhecida.


Jussane


Rubens S. Germinhasi


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