O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Antologia mediúnica do Natal — Autores diversos


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Crônica do Natal

1 Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria enfim…

2 Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David, chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do Povo Escolhido.

3 Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo.

4 Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia e no Egito.

5 Dos confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias da suspirada reforma…

6 E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do Redentor .

7 Castiçais de ouro e prata eram burilados em Cesareia, tapetes primorosos eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pérsia… 8 Negociantes habituados à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jerusalém, após ouvirem as predições dos sacerdotes, e filhos tostados do deserto vinham de longe trazer ao santuário da raça a contribuição espontânea com que desejavam formar nas homenagens ao Celeste Renovador.

9 Tudo era febre de expectação e ansiedade.

10 Palácios eram reconstruídos, pomares e vinhas surgiam cuidadosamente podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero para o regozijo esperado.

11 Entretanto, o Emissário Divino desce ao mundo na sombra espessa da noite.

12 Das torres e dos montes, hebreus inteligentes recolhem a grata notícia… Uma estrela estranha rutila no firmamento.

13 O Enviado, porém, elege pequena manjedoura para seu berço de luz.

14 Milícias angelicais rejubilam-se em pleno céu…

15 Mas nem príncipes, nem doutores, nem sábios e nem poderosos da Terra lhe assistem a consagração comovente e sublime.

16 São pastores humildes que se aproximam, estendendo-lhe os braços.

17 Camponeses amigos trazem-lhe peles surradas.

18 Mulheres pobres entregam-lhe gotas de leite alvo.

19 E porque as vozes do Céu se fazem ouvir, cristalinas e jubilosas, cantam eles também…

— “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os Homens!…” ( † )

20 Ali, na estrebaria singela, estão Ele e o povo…
E o povo com Ele inicia uma nova era…

………………………………………

21 É por isso que o Natal é a festa da bondade vitoriosa.

22 Lembrando o Rei Divino que desceu da Glória à Manjedoura, reparte com teu irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.

23 Recorda que Ele, em sua divina magnificência, elegeu por primeiros amigos e benfeitores aqueles que do mundo nada possuíam para dar, além da pobreza ignorada e singela.

24 Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo somente um dia…

25 Pouco a pouco, aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco em todas as horas de nossa vida.

26 Então, serás o irmão abnegado e fiel de todos, porque, em cada manhã, ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:
— Jesus nasceu! Jesus nasceu!…

27 E o Mestre do Amor terá realmente nascido em teu coração para viver contigo eternamente.


Irmão X

(Humberto de Campos)

Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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