O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Abrigo — Emmanuel


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Em verdade

1 Em verdade, ergue-se o homem da atualidade à estratosfera e prepara campo de que possa lançar-se à investigação de outros mundos, entretanto, como nunca, experimenta a necessidade de paz e consolação no Plano que lhe serve de moradia.


2 Em verdade, desce ao abismo oceânico e recolhe os vestígios das civilizações mortas, surpreendendo formas estranhas de existência, penetrando linhas obscuras da Natureza, no entanto, sente-se incapaz de acesso aos labirintos da própria individualidade, perambulando, entre enigmas e inquietações, quase que à maneira de um mendigo de luz.


3 Em verdade, relaciona os segredos do microcosmo, com a mesma facilidade com que resolve elementar problema de matemática, no entanto, ainda esbarra à frente dos ínfimos segredos da dor e da morte, com a mesma perplexidade das raças que o precederam na corrida dos milênios incessantes.


4 Em verdade, vence a hanseníase e a tuberculose, determinando novos rumos à medicina que se engrandece ao toque do progresso renovador, todavia, sofre em si mesmo profundas chagas de angústia e desilusão qual se fora pobre desterrado em escuro presídio do Universo…

5 Eleva-se e rebaixa-se.
Cura e envenena-se.

6 É que falta ao coração humano aquela compreensão cristã capaz de erguê-lo às culminâncias em que se lhe destaque a própria inteligência, enceguecida pela vaidade, o verme roedor da terrestre grandeza.


7 Em tempo algum, como agora, o viajante do mundo sentiu tanta necessidade da bússola espiritual que lhe oriente os destinos.

8 Em meio da abundância de recursos materiais clama por socorro, qual se a existência lhe fora deplorável cativeiro.

9 É por isso que, entre os escombros da guerra e entre as ruínas do incêndio das paixões a que o orgulho lhe conduziu a civilização do presente, volve o ensinamento do Cristo, n através de mil modos, concitando-nos ao soerguimento pela humildade salvadora, de vez que 10 somente reconhecendo a nossa condição de usufrutuários do Patrimônio Divino, com iniludíveis obrigações de trabalho e fraternidade, uns à frente dos outros, é que conseguiremos a própria recuperação, a caminho do Homem Regenerado e da Terra Melhor.


Emmanuel



[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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