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Emanuel (Profecia sobre)


TEMAS CORRELATOS: Jesus Cristo. | Livro de Isaías. | Messias. | Profeta.

EMMANUEL, na pronunciação grega (Deus conosco) [Obs. Não confundir este Emmanuel com o Espírito responsável pelo maior número de mensagens psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier, o conhecido Emmanuel dos espíritas.]

Um filho de “a solteira” [vide nº 5] (Is 7.14). Antes do filho nascer, ou na hora de seu nascimento, acontecimentos históricos justificaram nomeá-lo “Deus conosco”; antes dele atingir os anos de determinação moral, as terras do norte de Israel  e Damasco serão abandonadas, e castigo sem igual será infligido a Judá (vv. 16,17); doravante durante os anos da sua maturidade moral, ele comerá os produtos de uma terra que foi devastada pelas nações (vv. 15,18 e seg.). Isaías teve em mente esse Filho digno de David sobre quem a profecia tinha começado a se aglomerar: 1. Ele prediz o nascimento de um filho, não simplesmente de uma criança. 2. Ele articula esta profecia para a casa de David em vista da rejeição de Deus do sucessor infiel de David que então ocupou o trono. 3. Na interpretação natural de 8.8, que observa o uso prévio de Emmanuel como nome do filho, faz justiça ao pronome da segunda pessoa na cláusula precedente, e tem recursos para uma transição fácil ao versículo seguinte, Emmanuel é uma pessoa; e se então, é nativo de Judá, e suficientemente grande para ser escolhido como um representante de Judá que é dito ser a terra de Emmanuel; e é um personagem poderoso, por causa dele a cólera das nações é vã (ver. 9 e seg.). 4. O Messias estava definitivamente diante da mente do profeta em 9.6,7 e 11.1; e requer-se violência para separar estas profecias daquela do cap. 7. A esperança Messiânica era acordada neste período da história. 5. O uso do artigo a com solteira é explicado adequadamente. Isaías usa-o para designar a mulher jovem, desconhecida pelo nome, contudo definida como a mãe do Messias (cp. Mq 5.3). 6. Revendo este significado, parece ter sido o pensamento do Espírito (Mt 1.22,23).

O profeta está pensando consequentemente no filho de David, que podia aparecer em qualquer tempo. Mas ele não está predizendo o nascimento de Ezequias e esperando-o que ele possa ser o Messias: 1. Ezequias já havia nascido. Esta profecia foi entregue em 734 A. C., e Ezequias já estava no trono, um regente vigoroso em 727 A. C.. 2. Depois do lapso de um ano e quando Ezequias era um jovem, o profeta continua ainda a antecipar o futuro para ir adiante da raiz de Jessé que brotaria. 3. Ezequias não comeu coalhada e mel; os processos que se seguiriam à espoliação e à sujeição da terra só tinham começado no tempo de Ezequias. Se os vv. 18-25, do cap. 7 são incluídos na profecia, a mosca do Egito não veio sobre Judá nos tempos de Ezequias. Mesmo o ver. 17 apresenta um quadro que pertence aos dias futuros mais distantes, não tinha havido, não ocorreu sobre Acaz e seus povos, só o começo do processo que resultou na calamidade predita foi visto.

Emmanuel era um sinal. Mas Acaz não viveu até que qualquer criança nascida aquele ano alcançasse a idade de autodeterminação moral, porque Acaz morreu antes da queda de Samaria em 722. Ele não viveu para ver a terra abandonada (16). Emmanuel não era um sinal compelindo fé em Acaz, mas um que pediu fé. Como muitos outros sinais do V. T., pediu fé presente e aconteceu só quando a profecia foi cumprida (Ex 3.1).

O nascimento, a infância, e a juventude do Messias são descritos como realmente passando ante a visão do profeta; mas o profeta mesmo não cria que o Messias haveria necessariamente de nascer imediatamente, porque quando o Messias não apareceu dentro de um ano, Isaías não demonstrou nenhum sinal de decepção, não perde a fé na revelação profética, continua sua atividade, faz revelações maiores a respeito de Emmanuel, e goza a confiança continuada de seus compatriotas e companheiros. Isaías indagaria o que e a que tempo o Espírito que estava nele significava.

A promessa de libertação imediata do inimigo que avançava (vv. 3-11 do cap. 7) é confirmada por um apelo a um acontecimento que talvez ocorresse mais cedo ou mais tarde. Mas se ocorreria imediatamente ou muito tempo depois, não se poderia determinar, porque encerra a libertação prometida a Acaz. A garantia, já dada por Deus (2 Sm 7.11-17), que o Messias deveria nascer da família real de David era um sinal à casa de David, incluindo Acaz, que os propósitos de Razim e Pecá de destruir o reino e colocar um novo rei sobre o povo não se sustentariam (Is 7.13,14). E quanto mais remoto o sinal, isso é, o nascimento mais tardio do Messias, mais forte era a garantia da longa duração da família real de Judá.

O nascimento e a infância de Emmanuel medem o progresso dos acontecimentos preditos. “Vejo seu nascimento, que é a garantia de Deus da existência e libertação continuada de Judá, como se já estivesse à mão. Eu não sei os tempos e as estações, mas é revelado para mim como um sinal pra você, e como se aproxima de acontecer. Como tal ele contém uma medida de tempo para o futuro imediato. Antes que a criança esteja nos anos em que se escolhe entre certo e errado, a terra do norte será abandonada (7.16). Naquele tempo da vida quando as faculdades morais se amadurecem, ele, o rebento da casa real de Judá, morará numa terra devastada.” Qualquer criança serviria para medir o tempo; mas a criança escolhida é o Messias porque a profecia da libertação repousa nas promessas que se centraram no Messias.

Meçamos agora o período. 1. Antes do Cristo atingir a idade quando os sentidos morais do homem estão maduros os reinos do norte estavam desolados. Aliás antes duma criança, nascida no ano desta reunião entre Isaías e Acaz, pudesse ter alcançado maturidade moral, a terra do norte estava desolada. Sabe-se que a reunião aconteceu em 734 A. C. Por 722 Damasco e o distrito governado por ele tinha sido saqueado pelos assírios, as duas tribos e meia de Israel do leste do Jordão tinham sido deportadas, Samaria tinha caído e uma grande parte de seus habitantes haviam sido deportados. Acaz viu o começo disto, mas morreu antes de sua realização. A casa de David viu a realização completa. O processo assim começado continuou. Em 65 anos Efraim tinha deixado ser um povo. Com o aparecimento do Cristo, isto era uma verdade incontestável. As dez tribos não mais existiam como nação, e não ocupavam mais a terra de seus pais. 2. Naquele tempo quando as faculdades morais da criança estariam maduras, Acaz que tinha ido a Damasco, fez homenagem ao rei assírio, e reconheceu que Judá era um estado tributário da Assíria. A terra realmente não estava devastada, mas tinha se curvado sob o jugo estrangeiro. Daí para a frente, com a exceção de intervalos curtos, estava de certo modo sujeito às grandes potências dominantes, e era considerada como uma dependência pelo grande império de cada período, e sempre que Judá reivindicasse independência era visitada mais cedo ou mais tarde pelo poder imperial soberano e era punida e desamparada. Sua nacionalidade não desapareceu e a família real não foi destruída nem tampouco negligenciada; mas Judá era, de um modo geral, uma dependência. Quando o Cristo realmente apareceu, Judá ainda reconhecia um soberano estrangeiro. Noutras palavras, todo o processo predito por Isaías começou ao tempo de vida de Acaz, e seus resultados estavam em plena força quando o Messias realmente apareceu.  †  — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis©


Vide no capítulo 12, item 3, do livro A Caminho da Luz: Cumprimento das profecias de Israel.


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