Verdade e amor — Autores diversos


Capítulo 20


Dedicação n

(Ao “Aliança do Divino Pastor” — Orientação ao Grupo Espírita)

Pedro Leopoldo (MG)


Irmãos [do “Aliança”], que o divino Pastor nos guie, através do grande caminho do soerguimento e da redenção.

Convosco, seguem vanguardeiros da luz que se apoiam no campo de nossa boa vontade para a realização do trabalho santificante do Cristo, e que poderíamos nós outros desejar-vos, senão mais ampla vitória com a esfera superior?

O Espiritismo com Jesus é Ciência divina de aperfeiçoamento da unidade a refletir-se na melhoria do todo.

Enquanto outras escolas da fé se vangloriam com preceitos espetaculares, baseados na afirmativa humana ou na representação convencionalista da inteligência encarnada na Terra, os aprendizes do Senhor palmilham a senda escabrosa do sacrifício e do burilamento pessoal afeiçoando-se ao Mestre que escolheram por supremo Condutor de seus destinos.

Continuemos, assim, de mãos entrelaçadas, em torno do Caminho, da Verdade e da Vida, porque a expressão fenomênica, em si, não passa de antiga campainha de alarme, soando, em vários diapasões, para despertar as consciências adormecidas.

Nesse capítulo, encontraremos sempre um Espiritismo de aspectos multifários, em cujas categorias se demoram classes compostas de estudantes da revelação, indagando, investigando, experimentando, ou reconfortando-se.

Para onde se volte nossa pesquisa puramente intelectual, seremos defrontados, invariavelmente, pela resposta aos nossos próprios desejos.

Por isso mesmo, é fácil esquecer as lições salvadoras da subida áspera, que nos convocam o espírito às claridades dos cimos, para repousarmos, indebitamente, sob o fascínio de quadros vivos iguais àqueles em que nos movimentamos, dentro da insipiência de nossos conhecimentos relativos, anulando-se-nos a coragem de escalar a montanha da sabedoria e do amor, em cuja eminência nos aguardam novos roteiros iluminativos, com referência à nossa ascensão legítima na imortalidade.

Necessário, portanto, desconfiar de todas as posições em que a nossa capacidade de lutar e servir, aprender e melhorar se demore anestesiada pelo elixir do menor esforço.

Não basta organizar o intercâmbio comum entre os dois planos, o dos encarnados e o dos desencarnados, nem positivar simplesmente a sobrevivência individual do homem, além da morte, sem qualquer atividade digna por sublimar-lhe a personalidade.

Imprescindível eleger um padrão luminoso que nos descortine a meta e nos oriente as tarefas, conjugando-as no sentido da perfeição.

E esse padrão temo-lo, nós outros, no Cristo vivo e soberano, que deve legislar no reino de nossas almas, antes de estender o seu domínio de amor ao vasto império de nossos interesses e aspirações do círculo isolado.

Abramos o santuário de nosso espírito ao Senhor, para que os seus sublimes desígnios prevaleçam em nossas experiências.

Longa é, ainda, a jornada para o alto, e laboriosa ser-nos-á a marcha evolutiva, em favor da dilatação da nossa capacidade receptora, à frente do celeste Doador de todas as bênçãos.

Cristianizar nossos pensamentos, palavras e obras que apresentam o plano tríplice de nossa influenciação direta ou indireta sobre os outros é construção inadiável, sem a qual nossos melhores propósitos são ameaçados nos fundamentos.

Não é difícil monumentalizar a virtude na Terra, dando-lhe corpo adequado nos patrimônios naturais; entretanto, ambientá-la, dentro de nós mesmos, para que a sua claridade bendita se irradie a benefício de todos, é apostolado de sacrifício, dentro do qual, porém, cooperaremos no reerguimento do mundo sob a égide do Cristo, que continua confiando em nós todos, tanto quanto o oleiro não descrê das possibilidades da argila ainda sem forma.

Ante as oportunidades benditas que vos confere a existência carnal, não desanimeis, meus amigos, no ministério de elevação.

Melhorar, buscando a inspiração dos corações mais sábios e mais amorosos que os nossos, a fim de servirmos, com mais eficiência e segurança, aqueles que ainda se encontram menos esclarecidos e menos sensíveis ao amor que nós mesmos, é sobretudo o trabalho mais imediato, a fim de que o nosso concurso evangélico não se confine aos círculos brilhantes da palavra fantasiosa.

Vós que tivestes a felicidade da arregimentação sob a bandeira de luz do Evangelho do Senhor, segui-lhe os exemplos, as atitudes e os passos. Jesus continua nascendo na manjedoura dos corações que se fazem simples e confiantes na fé viva, curando, através das mãos que o procuram sedentas de caridade, e resplandecendo no Tabor das almas elevadas e nobres que se dirigem para os montes do bem e da luz, a fim de respirarem e viverem.

Mas prossegue também ensinando a Arte divina da ressurreição pela cruz, que, através de todos os tamanhos e feitios, espera, por enquanto, aqueles que se decidem, realmente, pela vida triunfante.

Assim sendo, irmãos queridos, caminhai e auxiliando, ensinai distribuindo com os emissários celestes, e confiai na Justiça e na Bondade que nos regem as ações de ângulos superiores à estrada terrestre.

Rendamos graças ao Pai pelo banquete de bênção com que sempre nos brinda a sede de engrandecimento e façamos, pela nossa dedicação à vida melhor na Terra que ainda aguarda a vitória do reino de Deus.

Entreguemos nossos corações e ideias ao Senhor da Verdade e que nossas mãos e nosso verbo se convertam em instrumentos leais dele, em todos os lugares, climas e situações, são os votos do amigo e servo humilde.


Emmanuel



[1] Vide nota sobre o título da mensagem original, seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado originalmente em 1952 pela LAKE e é a 39ª lição da 1ª Parte do livro “Cartas do Coração.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir