O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viajaram mais cedo — Familiares diversos


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Tibério Graco Dias

São Paulo (SP), 19 de setembro de 1965 .
Belo Horizonte (MG), 08 de março de 1980.

Tibério nasceu em São Paulo - SP a 19 de setembro de 1965. Iniciou seus estudos na capital paulista e aos 14 anos mudou-se com a família para Belo Horizonte, onde continuou os estudos no Colégio Pitágoras.

Alguns meses após a mudança para Belo Horizonte, faleceu em acidente de trânsito, juntamente com o Mauro, conforme relatamos anteriormente. Ao partir para o Plano Espiritual, no dia 8 de março de 1980, Tibério ainda não completara 15 anos.

Filho de Manoel Dias e Evelyn Hage Dias, complementam-lhe a família os irmãos Caio Graco e Cláudia.




DEPOIMENTO


Meu marido já era espírita desde 1952, embora eu fosse católica.

Com a perda do Tibério, entrei em profunda depressão, vivendo à custa de calmantes e mais calmantes. Meu marido começou a levar-me a uma reunião espírita em Belo Horizonte onde tomei contato com o Espiritismo.

Animei-me a procurar Chico Xavier em Uberaba. Lá chegando, conseguimos um contato direto com o Chico, que nos disse alguma coisa a respeito do Tibério. Na terceira viagem a Uberaba, recebemos a primeira mensagem de nosso filho, à qual se sucederam mais quatro.

Recobrei o equilíbrio, através das mensagens recebidas por Francisco Cândido Xavier e, mesmo morando distante, agora em Salvador - BA, não o deixo de visitar, pelo menos duas vezes ao ano.

As mensagens do Tibério nos trouxeram grande conforto, pois, para nós, mostraram que a vida continua após a morte.


Evelyn Hage Dias




MENSAGEM


1 Querida mamãe Evelyn ou querida mamãe Ever, estamos aqui um à frente do outro, sem que a nossa visão recíproca se faça completa.

2 Eu a vejo e sinto que os seus olhos queridos não me enxergam. Toco-lhe os ombros com os meus braços, no entanto, reconheço que lhe falta o instrumento de precisão para marcar-me a presença.

3 Parece um sonho estar aqui ao seu lado e ao lado de nossa amiga e irmã Dona Consuelo, a fim de anunciar-lhe que o nosso Mauro e eu prosseguimos viagem, ao passo que os companheiros ficaram.  n

4 Tudo foi rápido com as tintas de uma realidade que não me foi possível reter na imaginação. Senti que a minha cabeça esbarrara num corpo estranho semelhante a uma pedra que me apagou as ideias, quase que de uma só vez.

5 Preocupei-me por todos os amigos que me alegravam a excursão de rua, mas longe estava de acreditar que seria o Mauro aquele com quem me reencontraria, vasculhando os pontos de trabalho que nos aguardavam aqui.

6 Cada um de nós tratou de aceitar a verdade, conquanto chorássemos à feição de crianças perdidas no rumo para casa, portanto, dizer o contrário, esnobando resistência, seria mentir.

7 Nossos avós nos auxiliaram — a mim, o vovô Francisco e a ele a bisavó Cacique.  n
Quem diz avós, pensa em gente de asilo doméstico, mas é um engano. Nossos avós são criaturas que a mudança espiritual remoça prodigiosamente, conquanto resguardando-lhes a maturidade íntima, oferecendo-nos uma colaboração madura e prudente que nós outros, muitos dos chamados jovens, ainda estamos longe de possuir.

8 Mãezinha Evelyn, peço seja dito aos nossos, e especialmente ao papai Manoel, que sobrevivemos e estamos bem, com a certeza de que surgiremos melhores, com a edificação espiritual em casa.

9 A Claudinha e o Caio estão pedindo o nosso carinho e não quero furtar-lhes o lugar que merecem junto dos nossos. Os queridos irmãos precisam crescer na certeza de que são profundamente amados por nós todos.

10 Mãe querida, é impossível expressar quanto desejo; se pudesse faria o “striptease” da morte para arrancar-lhe os véus de dor e medo com que a vestem no mundo.

11 O carro nos surpreendeu com a reviravolta havida e o choque foi para mim de impacto, para que dormisse de maneira apressada. E dormi profundamente.

12 Quando despertei, tudo me pareceu natural, como se estivéssemos numa Casa de Saúde para a reabilitação de nosso visual. O Mauro, ao meu lado, supunha o mesmo.

13 A revelação de que o engano estava de nosso lado nos doeu bastante, a princípio, mas pouco a pouco entendemos que era preciso acalmar-nos e tudo passou a condições diferentes.

14 Peço-lhe, tanto quanto rogo ao coração sensível de Dona Consuelo, não chorarem tanto e pedimos, o Mauro e eu, ao papai Manoel e ao Sr. Wander para que não se aflijam.  n Espero voltar breve para acentuar as minhas expressões com a alegria sempre assim tão nossa.

15 Estou aguardando o próprio reajuste emocional, a fim de continuar em meus estudos. A tia Farid e a vovó Hage  n estão agindo, comandando as nossas impressões, para que a tristeza não se lembre de nós.

16 Querida mãezinha, receba, pois, com a nossa estimada Dona Consuelo, o nosso abraço e muito afeto aos que ficaram em casa.

17 E para você especialmente um beijão do seu filhote


Tibério

Tibério Graco Dias

28.11.1981.    



[1] Mauro, co-autor espiritual deste livro e a sua mãezinha, D. Consuelo.

[2] Francisco Dias, avô paterno, falecido em 1952.
Bisavó Cacique - é a bisavó Rosinha, citada pelo Mauro.

[3] Tibério faz carinhosa referência aos seus genitores e aos pais do Mauro. O leitor observará esses dois jovens sempre interligados nas mensagens, já que partiram do Plano Físico no mesmo acidente, em Belo Horizonte.

[4] Tia Farid, grande amiga da família Hage, era realmente tratada por tia. A vovó Hage, Tereza Hage, desencarnou em 1970.


Caio Ramacciotti

Paulo de Tarso Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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