O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Vozes do Grande Além — Autores diversos


42 n


Em prece a Jesus

Nas tarefas da noite de 29 de março de 1956 justamente quando a Cristandade comemorava o sacrifício de Jesus, foi Cerinto, n o amigo espiritual que já apresentamos aos nossos leitores, quem veio orar conosco.

Emocionando-nos intensamente com a sua inflexão de voz, que lhe denunciava a profunda renovação íntima, pronunciou Cerinto a sua prece em lágrimas.


1 Senhor Jesus!

Divino condenado sem culpa!…

2 Enquanto te rememoramos o madeiro de ignomínia, lança tua bênção sobre nós, os que nos enfileiramos, junto à rebeldia do Mau Ladrão..

3 Tu que te deixaste sacrificar pelos que morriam no cativeiro do mundo, lembra-te daqueles que ainda escravizam.

4 Tu que te confiaste à extrema renúncia pelos que padeciam na miséria, não te esqueças daqueles que ainda estendem na Terra o sofrimento e a ignorância, a fome e a nudez!

5 Muitos, ó Eterno Benfeitor, te rogarão socorro para os que foram relegados à intempérie, entretanto, nós sabemos que a tua presença sublime aquece todos os que foram abandonados à noite da provação e, por isso, rogar-te-emos abrigo para as mãos que erguem templos em tua memória, esquecendo fora das portas os que soluçam de frio…

6 Ah! Senhor! Quantos te pedirão pela ovelha estraçalhada, longe do aprisco!… Nós, no entanto, não desconhecemos que o teu olhar vela, poderoso e vigilante, ao pé de todos os vencidos, convertendo-lhes a dor em pão de tua graça, nos celeiros da eterna vitória!… Suplicar-te-emos, assim, abençoes o lobo que se julga triunfante.

7 Mestre da Cruz, compadece-te, pois, de todos nós, os que te buscamos com a oração do arrependimento, crucificados ainda no madeiro de nossa crueldade, algemados ao cárcere de nossos próprios crimes, garroteados pelas recordações dolorosas que nos entenebrecem a consciência!

8 Ampara-nos, Senhor, a nós, os que abusamos da inteligência, os que exploramos as viúvas e os órfãos, os que deliberadamente fugimos ao amor que nos ensinaste!

9 Excelso Benfeitor, estende sobre nós teu olhar compassivo, tu, Senhor, que, enquanto recebias as manifestações de solidariedade e pesar das mulheres piedosas de Jerusalém, pensavas em como haverias de converter a fraqueza de Pedro em resistência e como haverias de levantar o Espírito de Judas, nosso irmão!…

10 Ó Senhor, compadece-te, ainda, das cruzes que talhamos, das aflições criadas por nós mesmos e lança do lenho que não merecias o teu olhar de perdão sobre as nossas dores, para que sejamos, ainda, hoje como ontem, aliviados por tuas sublimes palavras: — “Perdoa-lhes, meu Pai, porque efetivamente não sabem o que fazem.” ( † )


Cerinto


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir