O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


181


Materialização em Uberaba

11|05|1945


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita saúde física, luz divina e paz espiritual.

2 Foi uma admirável experiência a que fizemos no campo da tangibilidade. Peçamos a Deus possamos repeti-la com tamanho êxito!

3 Considero a dificuldade que vocês experimentam, tentando transmitir a outrem, o relatório verbal das ocorrências. Para o homem comum, ainda que esse homem seja nosso companheiro de luta diária, se não possui um curso de compreensão que anteceda os fatos, a experiência havida é inacreditável. Também, para dizer a vocês a real expressão do que sinto, não me aventuraria à materialização, se o caso não fosse entre nós. É necessário trabalho, tempo de estudo, despesa de emoções e energia para o alcance do entendimento preciso. E nós não temos, no círculo da família, no momento, outros corações habilitados à tarefa, com exceção do Fausto, que me identifica com prazer. Por isso, meus filhos, fiz quanto pude para fazer-me sentir.

4 Frequentei a sociedade daqueles amigos durante uma semana inteira, obedecendo a instruções dos orientadores para levar-lhes a minha mão amiga, por alguns momentos. E o serviço foi regiamente compensado. Éramos ali grande número de trabalhadores. A casa sofreu, durante dez horas, vários serviços de limpeza espiritual, se podemos dizer assim, porque vem sendo habitada por entidades de má intenção. O trabalho preparatório foi de grandes proporções e, além do médium Garibaldi, todos os presentes forneceram energias magnéticas de cooperação, excetuando duas pessoas, que não deviam ter estado na reunião.

5 O diretor do serviço é uma entidade de elevada hierarquia e facultou-me o que era possível para que eu cumprimentasse você. Por algumas noites, estivemos com o médium fora do corpo físico, ensaiando a experiência. É um bom amigo, a quem fico devendo o prazer que me deu. Os orientadores da casa, mantendo-se na expectativa quanto aos resultados da reunião, esforçaram-se para que me materializasse em primeiro lugar. Tomei a forma parcial e somente pude materializar os braços e as mãos com eficiência. Não estava preparado a reconstituir outras partes no esforço de materialização que cabe ao interessado. 6 É muito difícil fazer uma experiência dessa, com êxito, depois de dez anos de renovação, se o nosso setor de serviço não se desdobra na técnica desses fenômenos. Desejava, porém, organizar apenas as mãos. E isto consegui, com alegria infinita! Ao sair do gabinete fluídico, câmara improvisada tendo o médium por centro das forças, estava vacilante. Cumprimentei os amigos que se postavam nas vizinhanças da organização mediúnica, porque o orientador que me guiava me recomendou não abraçá-los em primeiro lugar. Poderiam sentir choque de consequências imprevisíveis antes de ouvir elucidações prévias. 7 Ao passar perto de Maria, tive receio de faltar-me as forças. Grande era a minha emoção! Por isso, entendendo quanto se encontrava comovida, e quanto me achava emocionado, arrastei-me quase até o Rômulo para dar-me a conhecer. Ele compreenderia mais depressa quando me apertasse a mão nas suas e, se viesse a desmaterialização imediata pela nossa emotividade, teria alcançado o meu objetivo. Entretanto, orei muito e não nos faltaram energias. Pude cumprimentá-lo, ouvir-lhe as palavras que me identificaram e bati-lhe no ombro como dantes, mormente depois de uma discussão mais acalorada, quando minha alma de velho não podia desfazer de todo o seu idealismo de rapaz. Senti uma das maiores alegrias desde 1934! Vocês recebem sempre o meu pensamento e as minhas palavras, mas eu sempre desejei fazer-me sentir a vocês de modo concreto.

8 Em seguida, quis deixar alguma recordação para a Wanda, todavia, minhas mãos estavam vazias. Se eu fosse uma entidade habituada a serviços de transporte, teria trazido alguma curiosidade de algum lugar, mas urgia aproveitar o minuto. Dei-lhe, então, um disco que não me pertencia. Mas o presente, minha neta, era simbólico. Queria dar a você a prece à Maria Santíssima para que você trabalhe no mundo de coração e alma voltados para ela, nossa Mãe Celestial. 9 Em seguida, quis cumprimentar Maria e, consoante o plano traçado, deveria entregar-lhe a flor em nome de alguém que vive muito alto! Não consegui senão acariciar-lhe a cabeça, como fazia noutros tempos! A emoção era tanta! Faltou energia e recorri à bengala para suster-me por mais alguns momentos, tentando continuar. A bengala não é somente um aparelho sinalético para os assistentes. É também um condensador de energias para nós outros. Escorei-me na bengala, tentei prosseguir, mas não pude. 10 Ajudaram-me à desmaterialização imediatamente para que outro tomasse o lugar. Ainda assim pedi a um dos grandes instrutores do círculo fizesse a entrega da flor à Maria, em nosso nome, o que ele cumpriu, com grande satisfação para mim. Como aconteceu ao disco, a flor também não nos pertencia, em sua expressão física, mas nas suas pétalas materiais, sem vida e sem perfume, foi colocada uma luz e um aroma que vocês absorveram para sempre com os sentidos sutis da alma. A lembrança também encerra um símbolo de amor e de afeto constantes. Foi uma experiência sublime, repito. Que Jesus recompense os trabalhadores que no-la possibilitaram.

11 Estou muito grato a Deus e espero que vocês compreendam como fomos agraciados pela Providência Divina. Nunca esquecerei nosso abraço de reencontro, até que possamos nos rever aqui, onde estou, frente a frente. A certeza de que nos encontramos juntos perdurará até o fim da luta e da separação, e rendo louvores ao Alto pela alegria que baixou sobre nós.

12 Boa noite, meus filhos! Hoje não posso ir mais longe.

Guardem o agradecimento e o júbilo do papai muito amigo de sempre,


A. Joviano


Abrir