O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Seara de fé — Autores diversos


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A lenda da caridade

1 Diz interessante lenda do Plano Espiritual que, a princípio, no mundo se espalharam milhares de grupos humanos, nas extensas povoações da Terra.

2 O Senhor endereçava incessantes mensagens de paz e bondade às criaturas, entretanto, a maioria se desgarrou no egoísmo e no orgulho.

  A crueldade agravava-se, o ódio explodia…

3 Diligenciando solução ao problema, o Celeste Amigo chamou o Anjo da Justiça que entrou, em campo e, de imediato, inventou o sofrimento.

  Os culpados passaram a resgatar os próprios delitos, a preço de enormes padecimentos.

4 O Senhor aprovou os métodos da Justiça que reconheceu indispensáveis ao equilíbrio da Lei, no entanto, desejava encontrar um caminho menos espinhoso para a transformação dos Espíritos sediados na Terra, já que a dor deixava comumente um rescaldo de angústia a gerar novos e pesados conflitos.

5 O Divino Companheiro solicitou concurso ao Anjo da Verdade que estabeleceu, para logo, os princípios da advertência.

  Tribunas foram erguidas, por toda parte, e os estudiosos do relacionamento humano começaram a pregar sobre os efeitos do mal e do bem, compelindo os ouvintes à aceitação da realidade.

6 Ainda assim, conquanto a excelência das lições propagadas, repontavam dúvidas em torno dos ensinamentos da virtude, suscitando atrasos altamente prejudiciais aos mecanismos da elevação espiritual.

7 O Senhor apoiou a execução dos planos ideados pelo Anjo da Verdade, observando que as multidões terrestres não deveriam viver ignorando o próprio destino.

8 No entanto, a compadecer-se dos homens que necessitavam de reforma íntima sem saberem disso, solicitou cooperação ao Anjo do Amor, à busca de algum recurso que facilitasse a jornada dos seus tutelados para os Cimos da Vida.

9 O novo emissário criou a caridade e iniciou-se profunda transubstanciação de valores.

10 Nem todas as criaturas lhe admitiam o convite e permaneciam, na retaguarda, matriculados nas tarefas da Justiça e da Verdade, das quais hauriam a mudança benemérita, em mais longo prazo, mas todas aquelas criaturas que lhe atenderam as petições, passaram a ver e a auxiliar aos irmãos doentes e obsessos, paralíticos e mutilados, cegos e infelizes, os largados à rua e os sem ninguém.

11 O contato recíproco gerou precioso câmbio espiritual.

  Quantos conduziam alimento e agasalho, carinho e remédio para os companheiros infortunados recebiam deles, em troca, os dons da paciência e da compreensão, da tolerância e da humildade e, sem maiores obstáculos, descobriram a estrada para a convivência com os Céus.

12 O Senhor louvou a caridade, nela reconhecendo o mais importante processo de orientação e sublimação, a benefício de quantos usufruem a escola da Terra.

13 Desde então, funcionam, no mundo, o sofrimento, podando as arestas dos companheiros revoltados; 14 a doutrinação informando aos Espíritos indecisos quanto às melhores sendas de ascensão às Bênçãos Divinas; 15 e a caridade iluminando a quantos se consagram ao amor pelos semelhantes, redimindo sentimentos e elevando almas, 16 porque, acima de todas as forças que renovam os rumos da criatura, nos caminhos humanos, a caridade é a mais vigorosa, perante Deus, porque é a única que atravessa as barreiras da inteligência e alcança os domínios do coração.


Meimei


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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