O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Registros imortais — F. C. Xavier e outros médiuns do Grupo Meimei — Autores diversos


Minhas palavras

Este relato, amigo leitor, tem o objetivo de apresentar a nossa instituição e justificar nossa participação como organizador desta obra, sem nenhum intuito de buscar projeção pessoal.

Nasci em Pedro Leopoldo no ano de 1958, num local histórico chamado “Quadro”, onde existem as primeiras casas da cidade, pertencentes à Companhia Industrial Belo Horizonte, onde tenho grandes amigos.

Sou solteiro, analista de sistemas, contador, filho de Manoel Pacheco dos Santos, que se aposentou como operário da Fábrica de Tecidos, e de Maria da Saúde dos Santos, que trabalhou também como tecelã — depois de casada dedicou-se exclusivamente à família composta de mais quatro filhos, Nélia, Nilo, Márcio e Mery, hoje com netos e bisnetos, dentre eles Denilson e Aline, ambos colaboradores do Meimei e da Aliança Municipal Espírita, e que através do Grupo Libertas vêm, com muito empenho, divulgando a música espírita em nosso Estado.

Atualmente, sou presidente da Aliança Municipal Espírita de Pedro Leopoldo e de Matozinhos, presidente do Centro Espírita Meimei, vice-presidente do Grupo Espírita Chiquinho Carvalho, vice-presidente do Lar Espírita Chiquinho Carvalho e conselheiro da Fundação Cultural Chico Xavier.

O interesse pela Doutrina começou junto de amigos na juventude, no ano de 1981, no grupo intitulado “Jovens Cáritas”, nome motivado pela beleza da Prece de Cáritas.

Começamos por estudar O Evangelho Segundo o Espiritismo em nossa residência, no culto do Evangelho no lar. Embora católicos, meus pais permitiram o estudo do Evangelho em nossa casa. Com os esclarecimentos advindos sobre a necessidade da prática da caridade, iniciamos uma “Campanha do Quilo” junto aos vizinhos para atender a famílias em um bairro carente de nossa comunidade. Começamos, assim, a sentir a necessidade do estudo da mediunidade, iniciado então com O Livro dos Médiuns, posteriormente com o livro Nos domínios da mediunidade, obra de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier (FEB, 1955).

Estávamos, em 1983, com um grupo de trabalho formado. Precisávamos de um local adequado para continuar as tarefas. Diante dessa necessidade, juntamente de Margarida Mesquita e Ionísio Moreira Silva, amigos e colaboradores, procuramos Cidália Xavier de Carvalho, irmã de Chico Xavier, então frequentadora do Centro Espírita Meimei, e solicitamos a admissão do nosso grupo de trabalho naquela casa, fundada em 31 de julho de 1952 por Chico Xavier e pelo marido de Meimei, Arnaldo Rocha.

Ingressar no Meimei, oficina de estudo e trabalho, de ajuda aos encarnados e desencarnados, fundamentada nas suas memoráveis reuniões de intercâmbio espiritual, foi um grande aprendizado. Ali fundamos o Grupo Espírita Chiquinho Carvalho, em homenagem ao cunhado de Chico Xavier e dirigente das reuniões do Meimei, com o intuito de ampliar as nossas atividades em ações assistenciais, reuniões públicas, evangelização infantil, atividades que não existiam ali até então. Agregamos também mais duas reuniões mediúnicas ao Grupo Chiquinho Carvalho, às sextas-feiras e sábados, fortalecendo os objetivos primeiros da casa — reuniões que, graças a Jesus, estão em plena atividade.

Em 1986, participamos da fundação da Aliança Municipal Espírita, juntamente aos amigos das outras casas espíritas de Pedro Leopoldo.

Em 1995, o Grupo Chiquinho Carvalho fundou o Lar Espírita Chiquinho Carvalho, em regime de creche, para levar assistência às crianças e aos seus familiares através de seu Departamento de Assistência Social. Hoje, o lar funciona no prédio que abrigou o Asilo Lindolfo José Ferreira por 45 anos, cujo nome foi dado em homenagem àquele que foi o marido de Luiza Xavier, instituição que Chico visitava na passagem do ano novo, oportunidade em que todos da região podiam estar em contato com o médium.

Acredito que a presença de Chico em Pedro Leopoldo foi uma bênção de luz para todos em nossa cidade, não só para os espíritas, mas todos que tiveram a felicidade de conviver com essa alma boa, presenciar os seus feitos e se beneficiar da sua companhia. Porque Chico, enquanto aqui viveu, foi amigo de todos - no centro espírita, nos lares, nas ruas, em todos os recantos, sem exceção. Quando o seu trabalho se propagou, as pessoas começaram a vir para nossa cidade buscando esse contato com o Chico, o que perdurou até a sua transferência para Uberaba, em janeiro de 1959. Chico se foi, contudo deixou a cidade amparada, organizando as casas que deveriam permanecer e continuar o trabalho da Doutrina. Foram elas: o Centro Espírita Luiz Gonzaga, destinado às reuniões públicas de psicografia e receituário, ficando sob a responsabilidade de Manuel Diniz; o Centro Espírita Meimei, com reunião íntima para assistência aos desencarnados, sob responsabilidade de Arnaldo Rocha; o Centro Espírita Scheilla, fundado por José Flaviano Machado, que, sob a orientação de Chico, popularizou o Espiritismo em nossa cidade; o Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes, no qual José de Paula Virgílio, orientado por Chico, ficou encarregado do trabalho de assistência social. Dessa forma, as casas perseveraram na tarefa, surgindo desses grupos novas casas, em lugares estratégicos, permanecendo em seus postulados até os dias de hoje.

Não poderia, neste relato, deixar de falar de um casal que faz parte da nossa vida desde o nascimento: Dália — Cidália Xavier —, e seu esposo, o querido Chiquinho Carvalho, já desencarnado, colegas de trabalho de meus pais na Fábrica de Tecidos Cachoeira Grande e nossos vizinhos lá no bairro “Quadro”.

Lembro-me, na infância, das notícias do irmão ilustre de Cidália Xavier de Carvalho, que sempre ia visitar a irmã, provocando um acontecimento festivo. Chico, com aquele sorriso aberto para a criançada da rua, procurava saber como tinha sido a festa do dia das mães, do Natal, entre outras. Nessa época, não tínhamos contato ainda com a Doutrina Espírita, mas já amávamos estas pessoas — Cidália, uma senhora alegre, Chiquinho, um senhor discreto, ambos muito amigos de todos.

No contato com a Doutrina, descobrimos o verdadeiro trabalho espiritual desse casal. Chiquinho Carvalho, quando começou a namorar Cidália, era católico fervoroso, mas no contato com Chico Xavier absorveu os conceitos doutrinários do Espiritismo e com a mesma fidelidade católica se tornou espírita, colaborando nas reuniões do Luiz Gonzaga, do Meimei, e nos trabalhos de distribuição e peregrinação em nossa comunidade junto de Chico Xavier. Cidália chegou um pouco depois aos trabalhos de desobsessão do Grupo Meimei. É médium dedicada e discreta, e permanece fiel ao trabalho até os dias de hoje dentro do que as suas condições físicas permitem. Para nós, além de uma grande honra, é uma grande oportunidade de aprendizado conviver com essas almas tão queridas, às quais acrescento os nomes do Sr. Geraldo Benício Rocha, irmão de Arnaldo Rocha, portanto, cunhado de Meimei, que muito nos auxiliou no entendimento e experiência nos trabalhos de desobsessão, e de D. Josefa Soares, amiga que nos acolheu naquele ambiente, amparando a todos nós como fez e faz até os dias atuais, zelando pela nossa casa de oração a pedido do próprio Chico Xavier e de Chiquinho Carvalho.

Envolvidos nessas recordações, sob o influxo do exemplo das grandes almas, possamos agradecer a Jesus pela bênção de luz que é a Doutrina Espírita, pela presença constante dos benfeitores espirituais que nos assistem, pelos amigos que compartilham conosco a caminhada e pelas oportunidades de trabalho que nos são oferecidas, lutando para perseverar até o fim.


Eugênio Eustáquio dos Santos

Organizador    


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