O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Registros imortais — F. C. Xavier e outros médiuns do Grupo Meimei — Autores diversos


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Visita edificante

83ª reunião | 19 de junho de 1958


Presentes: Arnaldo Rocha, Ênio Santos, Elza Vieira, Francisco Gonçalves, Geni Pena Xavier, Lucília Xavier Silva, Francisco Teixeira de Carvalho, Francisco Cândido Xavier, Edmundo Fontenele, Antônio Inácio de Melo, Edite Malaquias Xavier, Gil de Lima, Zínia Orsine Pereira, Áurea Gonçalves, Geraldo Benício Rocha, Antônio Cordeiro de Albuquerque e Waldemar Silva.


Irmãos, saudações, em nome do Senhor!

Esta noite excede de muito à nossa expectativa e as nossas possibilidades que imaginamos encontrar no mundo dos Espíritos, em face dos conhecimentos, dos merecimentos, das aquisições que supomos transportar conosco para esta vida.

Usamos sempre uma falsa modéstia quanto ao julgamento dos nossos atos, quando estes são comentados, lembrados pelos nossos irmãos e companheiros de tarefa. Na realidade, nós julgamos que termos feito tanto nos permite certos direitos, intercessões, amparo e recepções mais ou menos dignas, elevadas, ao transpormos os umbrais da eternidade.

Quando temos a sorte e a graça de encontrarmos a nós mesmos em equilíbrio, em situação de coordenar a prece e de nortear os nossos passos, nos livrando daqueles ímãs perigosos que nos atraem para labirintos de horrores, que não estou autorizado nem desejoso de pintá-los para os meus irmãos, somos muito felizes.

Mas a possibilidade de nos comunicarmos em ambientes fraternos de estudo do Evangelho, ou de estudos mediúnicos como este e demais outros organizados, como é de vosso conhecimento, é um problema muito difícil. Assemelha-se a alguém que preparasse muito bem o seu discurso e na hora aprazada, esperada, esquecesse as tiras de papel no bolso da outra calça.

A gente se perde de uma maneira!… Encontra tais dificuldades!…

Só mesmo a bondade de Deus e a boa vontade dos senhores para nos ajudar!

Não venho contar a ninguém a minha história, porque ela é muito conhecida.

Aquele homem que lutou muito, mas procurou ganhar a vida com honestidade. Desafiou os padres, a igreja, todas as religiões, na certeza de que era assim que se combatia pelo Cristo, pelo Evangelho.

Na realidade, eu estava jogando um punhado de espinhos no meu caminho, uma porção de pregos no meu próprio sapato. Um acidente me acabou com a vida e eu me perdi nesse mundo à procura de minha própria personalidade, querendo consertar o meu próprio corpo. Ouvia amigos e companheiros que me dirigiam exortações e as preces chegavam com a semelhança e a beleza de buquês de flores muito perfumados e muito bem organizados e caridosamente a mim dirigidos, mas eu estava naquela condição que nada conseguia entender, porque eu não estava preparado. Não me acreditava em condições, senão de viver na Terra no meu corpo de carne.

E a história é muito dolorosa e muito comprida mas, graças a Deus, aquelas súplicas, aquelas intercessões, aqueles conhecimentos mesmo apressados que eu tinha, aqueles méritos de que eu julgava muito superiores, teceram uma escada e eu fui me equilibrando como roupa velha que vai sendo remendada aos poucos e aqui estou, muitas vezes tenho estado, porque aqui estão pessoas de meu coração, e hoje venho trazer a minha saudação em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, para que ele nos dê essa coragem de trabalhar sem personalismo, essa coragem de sermos harmoniosos, com gregos ou troianos, com padres e com protestantes, com espíritas ou com quem quer que seja. Porque a vida é amor, mas amor na sua expressão maravilhosa, divina, e não esse sentimento de regionalismo que nos afasta uns dos outros, apesar do nosso sentimento e até de nossas palavras de fraternidade.

Mas ninguém dá salto e a árvore não dá frutos antes de crescer palmo a palmo, pedacinho a pedacinho. Ela só vem trazer frutos depois do seu tempo. Assim somos nós.

Companheiros, não desanimemos, vamos trabalhando, vamos tendo paciência uns com os outros, vamos modificando os nossos sentimentos de egoísmo, inveja, presunção de que sabemos muito. Vamos aparando, cortando essa personalidade mesquinha que nos domina, de acharmos que somos os tais, somos os maiores, e vamos pedindo ao Senhor paciência e fé.

Quem tem a honra de falar com vocês hoje é o homem que esteve sem cabeça muito tempo. É o Mata Simplício.

Estou dando graças a Deus por ter encontrado uma cabeça com alguma coisa lá dentro. E eu hoje venho nesta noite de alegria, de esperança e de fé buscar, no calor da amizade, da fraternidade, no calor deste estudo evangélico, desta prática do bem, este de que eu necessito para animar esse corpo para empreendimentos maiores, para crescer e tornar a voltar aqui, à Terra.

Deus dê a todos essa divina compreensão. Meu abraço amigo por esta recepção! Louvemos ao nosso Senhor Jesus Cristo!


Mata Simplício



Comunicação recebida pelo médium Geraldo Benício Rocha, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.


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