O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Presença de Chico Xavier — Depoimentos diversos / Mensagens familiares


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Mensagem de D. Marília de Almeida Barbosa ao seu esposo

A mensagem que transcreveremos, em seguida, na íntegra, foi psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, ao findar-se a noite de 17 de julho de 1950, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais: n


1 “Meu querido Leopoldo, Jesus nos abençoe.

2 Tenho meu coração em lágrimas de saudade e alegria, nesta hora de recordação e de prece. Debalde procuro meios para expressar-me. Tudo aqui nos lembra o lar, nesta hora de reencontro.

3 Eu não sei, Leopoldo, não sei ainda se vale a pena a libertação sem a companhia daqueles que mais amamos! O coração suspira pela eternidade, pelos altos voos que a fé nos ensinou a desferir. Entretanto, o amor nos prende ao domicílio terrestre, à casa onde nosso carinho vive prisioneiro em doce felicidade. 4 Tomo as suas mãos, miro a mim mesma em seus olhos e só posso repetir: estamos juntos! 5 O Paraíso está distante sem você e sem os nossos filhinhos do santuário que a Bondade do Senhor nos deu a zelar. 6 Não posso contemplar as estrelas senão à longa distância, qual nos acontecia em outro tempo, quando erguíamos aspirações para o céu, indagando o futuro na visão dos astros suspensos. 7 E as estrelas continuam para mim muito longe, porque vocês são as minhas flores celestiais.

8 Rendo graças a Deus, observando que você não desanimou, nem interrompeu o nosso trabalho. Nossas mãos entrelaçadas continuam agindo, embora a saudade esteja mais fundo em nossos corações. Ajude, sim, os nossos queridos pirralhos. Nunca faltará calor de ternura para as nossas crianças, e jamais seremos esquecidos pela Providência do Alto.

9 Agora vejo que estávamos mais certos de nós mesmos que nunca, em erguendo, sob a inspiração do Divino Mestre, as paredes do nosso templo de amor cristão. Preparávamos o teto para todos aqueles que nos acompanham desde muito tempo. Eles, hoje, estão amparados, guardados em nossos corações de amigos que Jesus vem socorrendo amorosamente. 10 Nunca duvide da assistência de nossos Maiores. As sementes de fraternidade que o seu apostólico devotamento vem plantando por toda parte, granjeou-nos a amizade de muitos benfeitores que nos partilham os cuidados e as regalias na defesa do bem estar de nossos pequeninos. Sigamos para diante, convictos de que o Céu nos descerrará novas oportunidades de servir com o Evangelho no coração e nos braços.

11 Não altere nossos planos e nem diminua atividades. O trabalho é o nosso refúgio e a caridade é a nossa bênção. Arrimados um ao outro, não repousemos! 12 Cada manhã, repare a beleza do dia, com o otimismo de sempre, sentindo em cada particularidade do caminho a luz cor-de-rosa de nossos ideais e, cada noite, descanse na paz do bom trabalhador, recebendo o dom de orar e confiar por graça maior. 13 Nunca estivemos mais unidos que na atualidade! O amor espiritual é clima de esperança e de alegria eternas. 14 Nunca vi você tão nobre, tão valoroso e sublime, como agora. E eu, que me rendia sempre à superioridade com que o seu coração, humilde sempre, me orientou, hoje me inclino com santa vaidade, perante os seus testemunhos de fé e segurança espiritual.

15 Continue. Continuemos… Jesus segue à frente de nós.

16 Acompanhemos a beleza e a glória do dia que o Céu nos conferiu no serviço aos meninos e, quando o crepúsculo se fizer sentir, então, Leopoldo, você observará o nosso deslumbramento na união divina.

17 Não posso escrever mais. As lágrimas falam por mim, nesta abençoada noite. 18 Do Leopoldinho até você, derramo todo o meu coração em preces de alegria e reconhecimento.

19 Mãe Iza, a nossa querida mãezinha, e Ilca se encontram sustentando-me para que eu possa dirigir ao seu coração estas palavras.

20 Receba-as com todo meu carinho, na certeza de que você está sempre e sempre, e cada vez mais unido à companheira sempre sua,


Marília


Elias Barbosa



[1] Leopoldo Machado, “Graças sobre Graças”, Edição do Autor, com prefácio de Carlos Imbassahy, 1952, págs. 31-34.


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