O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Porto de alegria — Familiares diversos


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“Com certeza passei pela prova que era minha dívida.”

Num momento em que conversava descontraidamente com familiares, em seu lar, na cidade de Rancharia, SP, Jairo Coutinho da Rocha foi procurado por um rapaz desconhecido, que lhe oferecia uma perua Brasília, à venda, naturalmente informado por terceiros do interesse do jovem pelo veículo. E, diante das boas informações, Jairo não teve dúvida em se dirigir ao local onde estava guardado o veículo, levando o rapaz na garupa de sua moto XL.

Não demorou muito e os familiares de Jairo, profundamente surpresos, foram avisados de que ele dera entrada no Hospital local, em estado grave, atingido por um tiro quase fatal. E a família veio a saber, nas horas seguintes, que aquele rapaz desconhecido, nunca mais encontrado, baleou-o antes de roubar-lhe a moto.

Apesar do tratamento médico intensivo, ele veio a desencarnar no mesmo hospital, a 17 de setembro de 1983, dezoito dias após o assalto.

Cinco anos depois, a 18 de fevereiro de 1989, o próprio Jairo regressou, em Espírito, trazendo aos familiares muito conforto e paz, permitindo à sua mãe, Dª Matilde, realizar o seu “maior sonho: o de receber uma mensagem psicografada por Chico Xavier”, segundo suas próprias palavras escritas.

Em sua curta, mas expressiva carta, ele revela bela evolução espiritual ao perdoar seu algoz, e elevada compreensão da Justiça e Misericórdia Divinas ao afirmar: “Com certeza passei pela prova que era minha dívida.”




MENSAGEM


1 Querida mamãe e querido papai Agenor, n peço a Jesus nos abençoe.

2 Agora que a tempestade espiritual de minha saída do mundo físico está amainada, venho dizer-lhes que estou bem, conquanto as saudades que me torturam os sentimentos.

3 Peço-lhes que continuem valorosos e serenos. Não desejo falar do projétil que me arredou da existência. Quem pode dizer que não passará pela crise que atravessamos? Caí baleado sem que tivesse qualquer noção de culpa.

4 Quem teria manejado a arma que me apanhou o corpo desprevenido? Sinceramente não sei. Tiros ao a caso acontecem todos os dias, em muitos lugares. Com certeza passei pela prova que era minha dívida.

5 Nada tenho contra ninguém. E peço mesmo aos pais queridos me auxiliem na manutenção da paz com todos. Se eu souber quem me abateu com a bala fatal, pedirei a Jesus que o abençoe; e se esse alguém precisar de um companheiro para qualquer serviço que lhe seja útil, estarei pronto, desinteressadamente, para cooperar.

6 Tudo vai passando e Deus nos fornece coragem para a travessia de quaisquer provações que devamos superar.

7 Querida mãezinha e querido papai, peço-lhes a sustentação da paz em que os vejo sempre, e saibam que a tia Geny n lhes deseja o mesmo.

8 Aqui termino, com todo o meu amor de sempre, pedindo-lhes receber a alma reconhecida do filho que não os esquece, sempre saudosamente,


Jairo Rocha. n


IDENTIFICAÇÕES


1 — Querida mamãe e querido papai Agenor — Casal Matilde Tomaelo Rocha e Agenor Coutinho da Rocha, residente em Rancharia, SP.


2 — Tia Geny — Geny Tomaelo Bunder, tia, desencarnada na cidade de Ourinhos, SP, a 20/10/1988.


3 — Jairo Rocha — Jairo Coutinho Rocha, nascido a 05/02/1957, trabalhava como produtor de pastagem.


Hércio Arantes


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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