O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Novamente em casa — Familiares diversos


3


Docílio de Miranda Souza

Palame (BA) — 28 de novembro de 1925
Salvador (BA) — 08 de fevereiro de 1965

Casado com Zurete Muniz de Souza, pai de quatro filhos, Ivonete, Carlos Alberto, Ana Angélica e Jailson, Docílio desencarnou, vítima de agressão física.

D. Zurete, hoje residente no Rio de Janeiro, é dedicada colaboradora da Fundação Marietta Gaio, tradicional Instituição Beneficente carioca, fundada por Manoel Jorge Gaio em 1932.

A filha Ivonete faleceu em 1962, com 13 anos, três anos antes da partida do pai.

Neste livro, publicamos a mensagem enviada pelo Docílio, através do Chico, em 1981, e, a respeito, vejamos o depoimento de D. Zurete.




DEPOIMENTO DA ESPOSA


Estive em Uberaba, visitando Chico Xavier, pela primeira vez em 1980, retornando no ano seguinte, quando recebi a primeira mensagem de meu marido.

Devo ressaltar que foi com muita surpresa que ouvi o Chico proceder a leitura da mensagem, após psicografá-la, pois, os assuntos nela relacionados não eram de seu conhecimento.

Fiquei muito feliz e emocionada, ao receber os esclarecimentos e orientações particulares, relativos aos problemas de meu círculo familiar.

Agradeço a Chico Xavier, e todo o coração, por ter-me proporcionado o reencontro com meu marido.

Muita paz é o que lhe desejo, querido Chico!




Mensagem


1 Querida Zurete, peço a Jesus nos abençoe e nos fortaleça.

2 Sempre unidos na Seara de Trabalho que a Divina Providência nos concedeu, mesmo assim, é um reconforto ensaiar na escrita, a confirmação do meu reconhecimento.

3 Com você, tenho atravessado os caminhos diferentes daqueles que supunha dever trilhar, quando nós ambos atingíssemos a maturidade no lar. Quanto choramos na separação, sabe Deus!

4 Perdoe-me por havê-la deixado na luta sem o apoio dos meus braços físicos; no entanto, logo que me vi despojado do corpo, roguei ao Senhor da Vida me fizesse merecer acompanhar os seus passos, a fim de me empenhar à vida nova. Então, adquiri os conhecimentos do bem que nos ensinam a desculpar as ofensas e esquecê-las.

5 Foi seguindo as suas próprias tarefas que me renovei gradativamente e compreendi que todos aqueles que aniquilam a vida dos seus semelhantes são dignos não só de lástima e, sim, igualmente de nosso entendimento, na certeza de que eles, supostos inimigos nossos, são igualmente Filhos de Deus e nossos irmãos em provas e experiência, na escola da Humanidade.

6 Muitas vezes, quando a mágoa ou o ressentimento me vinham das profundezas da alma, lamentando a oportunidade que perdi na construção de nossa felicidade, procurei ansiosamente asilar-me em seu clima de orações, suplicando a Deus me ensinasse a perdoar, tanto quanto você sempre exercitou e exercita constantemente essa prática de luz e apaziguamento.

7 Agora, bendigo as mãos que me ofereceram a dor do resgate e, livre de quaisquer acusações, posso, com o auxílio de Jesus, cooperar com aqueles que se fizeram instrumento da nossa quitação com as Leis de Deus.

8 Compreendo a extensão das tarefas que você abraça, no entanto, rogo ao seu coração fraterno bom ânimo e confiança.

9 Querida Zu, onde aparece a caridade, aí estão as notícias de Deus. As inscrições e os nomes vão passando na marcha do tempo, no entanto, o bem permanece. Abençoe os ensejos de servir que lhe são concedidos.

10 Esses amigos beneméritos, seja da cultura ou seja de humanidade, amparam seus passos e seguiremos adiante. Por vezes, a incompreensão pode surgir, em torno das tarefas que esposamos, no entanto, aceitemos quaisquer observações em silêncio e passemos na direção dos trabalhos que os mensageiros do Bem nos reservam.

11 Quanto se me faz possível, venho colaborando em apoio de todos os nossos entes queridos.

12 Nosso Carlos Alberto está sendo sustentado em suas melhoras positivas. Deus nos auxiliará a vê-lo aceitar-se, nas dificuldades que experimenta, assim tal qual se vê, de modo a fazer o melhor de si mesmo.

13 As análises psicológicas são todas respeitáveis, mas se podemos efetuar a auto-observação, colocando nisso todo nosso cabedal de boa vontade e de calma, convertendo as nossas forças em serviço do bem ao próximo, conseguimos traçar os nossos próprios esquemas de revisão íntima, a fim de emergirmos sempre mais seguros de nós mesmos de qualquer mergulho, no mundo imenso de nós próprios.

14 De meu lado, quando mais obstáculos se me antepunham às melhoras que se me faziam necessárias, busquei esquecer-me e aprender que as minhas tribulações não eram maiores do que as de muitos irmãos nossos positivamente desvalidos na Terra de qualquer proteção, excetuando-se o amparo de Deus que, à maneira do Sol, abrange a nós todos.

15 Relativamente à nossa Ana, compreendo as suas preocupações maternas, no entanto, peço a você confiá-la, como sempre, à tutela de Deus, nosso Criador e Pai.

16 Em muitas fases da existência, aqueles que mais amamos por nossos filhos são induzidos a caminhos de trânsito difícil, mas, a Sabedoria Divina encontra os recursos precisos do socorro de que carecem.

17 Deus abençoará nossa querida Ana Angélica nas trilhas em que se encontra, com o seu generoso coração, tantas vezes oprimido de aflições e problemas que o Céu nos auxiliará a desfazer na ocasião oportuna.

18 A nossa Ivonete é para ambos uma companheira dedicada e constante e vela pelos irmãos queridos, tanto quanto nos estende as mãos abnegadas e afetuosas.

19 Agradeço a nossa irmã pelo coração, nossa Marinetti, n pela bondade com que nos compartilha dos caminhos no cotidiano. 20 A nossa Mafalda, hoje obreira dedicada ao socorro fraternal em auxílio dos que sofrem, deixa-lhe nas mãos um beijo filial, acrescentando que se reconhece agradecida por todo o carinho materno que a nossa Marinetti lhe endereça e promete prosseguir prestando o auxílio possível ao nosso irmão Mário.

21 Em vista das circunstâncias do momento, vieram conosco familiares da nossa irmã Eunice Ferreira n que solicitam de seu carinho a continuidade das vibrações de auxílio em favor dela, essencialmente, a nossa irmã Nair Firmino, que lhe foi a mãezinha afetuosa no mundo, com o filho Beraldo que se fazem presentes, através de minhas palavras pobres, acentuando que desenvolverão o concurso possível, no amparo à nossa companheira de trabalho e ideal.

22 Querida Zurete, conquanto o meu desejo de prosseguir, é preciso terminar. Nossos irmãos Luiz Machado e João Viana  n estão presentes conosco e registram o carinho com que nos observam o desejo de acertar no desempenho dos nossos compromissos.

23 Creia que de sua coragem na edificação do bem ao próximo, continuo haurindo a energia precisa para a renovação de meu próprio ânimo e de seu devotamento à felicidade de todos os nossos entes queridos, recolho a inspiração necessária para tudo compreender e aproveitar a fim de que se faça o melhor para cada um de nós.

24 Muito amor ao nosso Jailson.

25 E com muito carinho e gratidão por toda a sua devoção de companheira, no dia a dia de nossas experiências, e pedindo a Jesus recompense a você com multiplicadas bênçãos de luz por todo o seu esforço incessante na garantia de nosso equilíbrio e de nossa tranquilidade, no trabalho que a Bondade de Deus nos concedeu realizar, deixo para você, nestes fragmentos de papel, todo o calor do meu afeto e de meu reconhecimento com todo o coração do companheiro sempre seu, cada vez mais agradecido.


Docílio

Docílio de Miranda Souza.

06/02/1981.


[1] Marinetti Martins Ribeiro professora, espírita militante no Rio de Janeiro, mãe de Mafalda e de Mário. — Mafalda Martins Ribeiro e Mário Martins Ribeiro Filho, falecidos respectivamente em 1956 e em 1983. Mário faleceu dois anos e oito meses após a recepção desta mensagem.


[2] Eunice Maria Ferreira, colaboradora da Fundação Marietta Gaio, filha de Nair Firmino e irmã de Beraldo José Ferreira. D. Nair partiu de nosso convívio em 1976 e Beraldo em 1979.


[3] Benfeitores Espirituais ligados às atividades da Fundação Marietta Gaio. Luiz Machado é genitor de Sebastiana da Silva Machado, colaboradora da Fundação.


Caio Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir