O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Falando à Terra — Autores diversos


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O ensinamento

André de Cristo n


1 Fala a criatura ao Criador, na oração. Fala o Criador à criatura, na pregação.

2 A linguagem do louvor, ou da súplica, sobe da Terra. A palavra de consolo, ou de advertência, desce das Alturas.

3 Há muitos que invectivam o pregador de existência claudicante e repelem a mensagem divina, esquecidos de que eles mesmos alimentam o corpo com os frutos da natureza, criados nas adjacências da lama.

4 Deus, que desabotoa flores perfumadas no pântano, pode colocar as glórias da revelação em lábios ainda impuros.

5 Ninguém saborearia as folhas tenras da alface à mesa festiva, com a mente voltada para os vermes da horta.

6 O cântaro lodoso pode recolher a água cristalina da chuva, para socorrer o viajor alquebrado pela canícula.

7 Não desprezemos, por bagatelas da carne ambulante e frágil, os dons da luz eterna.

8 As notícias do Reino Divino podem chegar até nós por intermédio das inteligências mergulhadas nas trevas, assim como os relâmpagos de clarão deslumbrante faíscam dentro da noite escura.

9 Importa, em todos os lugares e em tudo, ver o melhor e escolher a boa parte. ( † )

10 A frase que acende em nós a flama da virtude ou que nos inclina à meditação, que nos torna o sentimento mais doce e o raciocínio mais elevado, é uma flor celeste, desabrochando no tronco do nosso pensamento inferior e primitivo, por miraculoso processo de enxertia divina.

11 “Aquele que julga estar de pé, olhe não caia,” ( † ) — disse o apóstolo Paulo; e o apóstolo Tiago assevera à cristandade: — “Toda boa dádiva vem do Alto.” ( † )

12 Que possuirá o homem de excelente, que lhe não tenha sido prodigalizado de Cima?

13 Ainda mesmo quando na boca de um criminoso confesso, a palavra do bem é fruto precioso do amor de Deus, amadurecido nos galhos tristes do arrependimento humano.

14 Em todos os tempos e em todos os círculos de atividade comum, a argumentação restauradora e santificante da fé representa a conversação do Pai com os filhos, entre a misericórdia e a necessidade.

15 Ninguém se suponha esquecido pelo Senhor, porque o Senhor nos dirige a palavra, através de todo verbo construtivo que nos leve ao bem.

16 “O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje,” ( † ) — afirma a prece dominical.

Mal-avisados viveríamos se nos julgássemos precisados tão só de viandas fortalecedoras do corpo em trânsito para as cinzas do túmulo. Referia-se Jesus, muito mais, ao pão espiritual do coração e da consciência, no santuário da alma que nunca morre, pão que é alimento da palavra enobrecedora, do esclarecimento digno, da cultura edificante e da elevação divina.

17 Onde luzir o verbo da bondade que auxilia e educa, aí se reflete, magnânima, a voz da Providência.

18 Cada vez que implorarmos os favores do Altíssimo, não nos esqueçam os recados e os avisos, as lições e as advertências que havemos recebido do Amoroso Senhor.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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