O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Estamos vivos — Familiares diversos


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José Afonso de Souza Queiroz

“Nada se faz de improviso nas áreas do Espírito”

José Afonso de Souza Queiroz


MENSAGEM I n


1 Querida mãezinha Sy, associo-me às suas preces, rogando a Deus por nós todos.

2 Comove-me perceber que se arriscou a viagem assim tão longa, no intuito de receber alguma notícia de seu filho.

3 Foi o vovô Afonso n quem me acordou para a necessidade de garatujar algumas palavras, em que lhe diga do meu amor e do meu reconhecimento.

4 Falou-me o avô, com respeito à sua ansiedade, à frente do Dia das Mães, e tento repetir-lhe os meus votos de paz e felicidade, tanto quanto à nossa querida Thaíse, n a quem desejo transmitir o meu carinho e confiança de sempre.

5 Se estou melhor, é a pergunta que fazem. Estou, sim. Melhorando, pouco a pouco.

6 Desvincular-se, de repente, do corpo robusto, não é uma erradicação de raízes, como no mundo das árvores.

7 Nada comigo dizem do acidente que me trouxe à nova situação. Para mim, tudo é ainda nebuloso.

8 A palavra “Camaquã” n está em minha lembrança, mas não consigo articular minudências, embora saiba que estava em serviço.

9 Ainda sofro de certa amnésia parcial, de que sou tratado vagarosamente. Ainda assim, não me esqueço da família querida.

10 O seu carinho constante, a dedicação da companheira, as esperanças do Fernando, a bondade de meu pai Maurício, o sorriso da Graça e as atenções do José Maurício n estão em meu quadro de recordações, através das quais vou reconstituindo outras, gradativamente, porque nada se faz de improviso nas áreas do Espírito, como igualmente nada se consegue sem preparação nos domínios das formas físicas.

11 Mãe Esy, n continue orando por seu filho, e conduza o meu coração a todos os nossos em suas palavras de fé. Não consigo alongar-me.

12 Em seu coração, todo o coração reconhecido de seu filho,


José Afonso n

José Afonso de Souza Queiroz


A propósito da mensagem que ora nos absorve a atenção, psicografada pelo médium Xavier, a 9 de maio de 1981, fixamos tão somente os seguintes itens:


1 — José Afonso de Souza Queiroz nasceu em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, a 26 de janeiro de 1958, desencarnando em consequência de desastre automobilístico, a 19 de setembro de 1980.


2 — Vovô Afonso — Avô paterno, desencarnado em Paudalho, Estado de Pernambuco, a 2 de fevereiro de 1935.


3 — Thaíse— Prima do comunicante.


4 — Camaquã — Cidade do Rio Grande do Sul, para onde se dirigia José Afonso, quando se defrontou com a morte do corpo físico.


5 — Fernando, Graça e José Maurício — Irmãos.


6 — Maurício e Esy— Maurício de Almeida Queiroz e Esy Maria Garcia de Souza Queiroz, pais, residentes à Rua Casimiro de Abreu, 83, Porto Alegre, RS.


Confirmando os estudos de Allan Kardec e de vários outros autores, inclusive Ernesto Bozzano, sobre o período de maior ou menor obnubilação por que passa o Espírito, no momento da desencarnação e algum tempo depois, na grande maioria dos casos, José Afonso, a nosso ver, foi bastante feliz ao afirmar que “desvincular-se, de repente, do corpo robusto, não é uma erradicação de raízes, como no mundo das árvores.”

De fato, o processo liberatório do Espírito, segundo informam os próprios Espíritos Superiores, é algo de muito sério, alertando-nos esses mesmos Benfeitores Espirituais quanto à necessidade que temos todos nós de sempre estarmos preparados para a desencarnação, procurando, tanto quanto possível, estabelecer metas de desvinculação progressiva dos bens materiais, que fazem com que a nossa individualidade eterna se sinta alegre no corpo como se estivesse numa “câmara abafadora”, segundo Emmanuel, na obra Roteiro, recebida pelo médium Xavier.

Enquanto é tempo, desapeguemo-nos dos bens perecíveis da Terra, atendo-nos às construções do Espírito, através da prática infatigável da caridade material e moral, penetrando os domínios da humildade, para gáudio de nós mesmos e de todos aqueles que convivem conosco, no plano denso da matéria e no Extra-físico.


MENSAGEM II


1 Querida mãezinha, com o meu pai, em todos os nossos votos o meu desejo é que Deus nos ampare sempre.

2 Mãe, quase dez anos de saudade passaram com a nossa dor sempre fixa.

3 Hoje venho agradecer ao seu carinho e de meus irmãos a festa que fizeram em pensamento, pela passagem do meu pobre aniversário. Tenho esta sala, com a permissão, dos que a dirigem, como sendo o salão de nossa casa para a comemoração que lhe devo tanto trabalho, sem que eu desejasse. Os amigos, alguns já nossos conhecidos, são os nossos convivas. As luzes do recinto são as velas acesas em homenagem ao nosso dia. As flores são as preces que ouço em todos os corações aqui reunidos para o bem. A música nos faz lembraras harmonias de que nos valíamos para esquecer o acontecido na estrada para Camaquã… Os presentes são as vibrações de progresso que estão vicejando por dentro de nos. E para seu filho saudoso, a grande lembrança é sua presença de mãe que supera todas as presenças mais importantes que eu pudesse receber no meu dia.

4 Mãezinha, o tempo corre, mas a saudade permanece imortal em nossos corações. Em tudo o que ouço de belo, penso em seu coração dentro do meu.

5 Penso que os filhos que partem do mundo primeiramente são sentinelas de amparo aos pais queridos, porque em verdade, partimos e ficamos, marcamos a expansão das saudades; no entanto, todo o carinho que experimentamos está fixando mais carinho em nosso peito, desde o primeiro dia de nossa separação. Exemplo: as transformações foram muitas com os meus irmãos e com a nossa Thaíse, mas em nossos corações nada mudou.

6 Se é preciso sorrir, estamos prontos a sorrir se temos obrigação de compartilhar com o meu pai Maurício, em algum acontecimento festivo, achamo-nos a postos para acompanhá-lo; entretanto, atrás de nossos sorrisos e nossas manifestações de alegria, estamos nós dois, trocando ideias um com o outro, observando a beleza da vida e as esperanças com que Deus nos acalenta os corações.

7 Desejo aos irmãos amigos, união abençoada e a todos da nossa equipe familiar a felicidade que merecem da bênção de Deus. E agradecemos a sua disposição de passar o dia 26 em preces e orações que nos fazem especialmente queridas.

8 Ao papai, sempre amigo, os votos de paz e prosperidade e aos irmãos queridos, desejo a realização dos ideais que almejam; e guardando a nossa festa de hoje à maneira de um retrato que a gente busca fitar constantemente para lembrar o melhor da vida, são os meus votos.

9 Querida mãezinha, mais uma vez receba em seus cabelos meu beijo entretecido no amor de seu filho, sempre reconhecido,


José Afonso


(Psicografado em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 27 de janeiro de 1990, em Uberaba, Minas.)


Elias Barbosa


[1] Essa mensagem foi publicada originalmente em 1988 pela editora IDEAL e é a 4ª lição do livro: “Corações renovados”.


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