O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Diário de bênçãos — Mensagens familiares de Cristiane


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Quinta Mensagem

   1 Querida mãezinha Vilma,

  eis que me movo

  para vê-la de novo,

  neste ninho de paz.


   2 A senhora bem sabe

  que em mim já não mais cabe

  a alegria que tenho

  ao sabê-la feliz,

  não só por ser a sua Cris

  mas, acima de tudo,

  pelo trabalho em que o Senhor

  agora nos mantêm

  na lavoura do bem

  sob qualquer sentido…


   3 Vejo-lhe o riso franco

  junto à nossa Albanise

  e é preciso que eu frise

  que afeição maior não há

  do que esse doce amor

  que nos liga à Yayá.


   4 Nossos assuntos, em verdade,

  trazem consigo

  o gosto novo e antigo

  da própria eternidade…


   5 Por isso, mãe, é justo,

  que me aproveite a todo custo

  dos minutos pequenos

  de que hoje disponho

  para tratar de nosso sonho

  de entregar-nos em alto compromisso,

  à beleza da paz na bênção do serviço…


   6 O serviço de todos os instantes

  que nós religue aos nossos semelhantes,

  de maneira a esquecer-nos e ajudar,

  ajudar a quem sofre, luta e chora

  dentro das provações de cada hora

  ignorando como libertar

  o que possuem de melhor

  no próprio coração.


   7 Mãezinha, eu não sabia,

  que entre os homens havia

  tanta dor esperando por nós…

  Tanta gente sem voz,

  atada à servidão

  do sofrimento…


   8 Tantos enfermos esquecidos,

  tantos pobres caídos

  na penúria sem nome…

  Eu não sabia

  que sobre o chão tão rico

  sobre o qual renascemos

  ainda existe fome

  torturando crianças…


   9 Ao saber disso tudo,

  senti meu coração amargo e mudo,

  tendo em mim essa dor que,

  a espraiar-se, hoje vejo,

  sufocando ou abafando dentro em mim,

  qualquer impulso de felicidade,

  ante a qual não encontre

  corações infelizes.


   10 Se temos nós nas íntimas raízes

  do lar em que nascemos

  aqueles dons supremos

  de paz e amor

  que nos legou Jesus,

  é preciso sejamos

  algo da própria luz

  que consome o pavio da candeia,

  a fim de minorar a dor alheia…


   11 Ao seu carinho,

  que jamais me deixou o espírito sozinho,

  devo dizer agora

  que tudo quanto tenho

  é uma ânsia de amar

  e transfundir-me em sentimento

  que possa atenuar

  a penúria da Terra

  a morrer e a chorar…


   12 Por isso estou presentemente

  mais corajosa e mais contente

  ao tê-la junto a mim,

  à feição de amorosa jardineira,

  modificando a nossa vida inteira,

  de modo a refazer

  tudo quanto já fomos,

  sem mais podermos ser…


   13 Agradeço

  essa adesão sem preço

  que recebo de seu devotamento.

  Mãe querida,

  quando a noite trouxer a voz do vento

  ao seu íntimo atento

  qual um gemido imenso e condensado,

  de toda dor que enxergamos

  zurzindo irmãos ao nosso lado,

  recorde que eu também

  sou o pranto que geme no telhado

  procurando falar-lhe do Senhor

  que nos pede mais vida e mais amor

  em sentido profundo,

  em socorro do mundo…


   14 Penso agora que sou

  a brisa consolando

  as tristes mães que choram

  pequeninos doentes.

  Creio que sou alguém

  na tentativa de servir,

  procurando fazer

  a lágrima sorrir…


   15 Perdoe-me a digressão

  e saiba que prossigo

  sob a nossa união,

  de pensamento e coração,

  buscando vida nova…

  Esqueçamos aquilo que chamamos

  como sendo a aflição de nossa prova

  e sigamos em frente…


   16 Peço a Deus abençoe

  nossa Yayá querida,

  companheira de paz da nossa vida.

  E comunico a ela

  que havemos de prestar

  o auxílio que se possa improvisar

  em favor do Danilo

  a fim de que o vejamos mais tranquilo…

  Esperemos em Deus,

  na bênção do amanhã.

  Denio, Dione, Dener, Débora e Daniel

  crescerão para vê-la

  qual generosa estrela

  a iluminar-lhes os caminhos…


   17 E peço, mãe querida,

  seja dito ao nosso amado João,

  o meu querido irmão,

  que o amo sempre mais.

  Ao Luiz,

  diga que sempre o quero,

  tanto quanto o quis,

  enquanto aí me achava.


   18 E anseio ser a escrava

  em serviço comum

  que ampare a cada um,

  sem olvidar o Ageu,

  o amado irmão

  que o Céu nos deu,

  incluindo a Taciana

  essa flor de doçura,

  agora em seu regaço,

  a sorrir em seu abraço,

  repleto de ternura.


   19 Ao papai,

  todo o respeito

  com que guardo no peito

  a afeição que lhe dedico.

  Peço a Deus que ele seja sempre rico

  de trabalho e esperança…


   20 Para a vovó Dulcina

  que deixamos no lar

  do meu tio Weimar,

  a gratidão maior

  que eu consiga sentir.


   21 E para a nossa sempre amada,

  nossa vovó Maria,

  apresente, por favor,

  minhas rosas de amor

  tocadas de alegria.


   22 E agora, mamãe Vilma,

  que já falei de tudo quanto sinto,

  preciso agradecer

  a quantos me doaram

  estes minutos que fruí

  de santo entendimento,

  nos quais busquei falar-lhe ao pensamento

  da caridade com Jesus.


   23 Que o Senhor conceda a todos os amigos

  mais apoio e mais luz,

  a fim de serem cada dia,

  os nobres semeadores,

  da serena alegria

  que vem da fé sempre mais viva

  que nos clareia a mente

  e que nos acalenta

  a vida e o coração.

  Felicidade a todos

  eis o que mais almejo,

  para o caminho benfazejo

  que se dispõem a trilhar…


   24 E para o seu carinho,

  Mamãe Vilma,

  aqui fica deposto

  com os meus beijos de sempre

  no seu rosto

  todo o meu coração,

  reafirmando-lhe a bondade,

  que fui, que sou e serei sempre mais

  a sua Cris,

  agora mais feliz,

  por tudo o que me deu

  com a sua vida junto à minha.


   25 Para que não se engane,

  digo também que continuo sendo

  a sua Cristiane,

  e se preciso de algum nome a mais

  sou a sua criança,

  sua filha inflamada de esperança.


Cristiane Rodrigues de Moraes


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