O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Coletânea do Além — Autores diversos


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Aqueles velhos bandeirantes

  1 Aqueles velhos bandeirantes

  Da epopeia paulista,

  Semeadores da vida e da beleza,

  Que seguiram a cruz consoladora

  Em auxílio amoroso à natureza,

  Nunca morreram, nunca estacionaram…

  De quando a quando, bebem no Infinito

  Novas forças em luzes surpreendentes,

  E renascem felizes

  No lar amigo de seus descendentes.


  2 Velhos trabalhadores do Evangelho,

  Se descobriram ouro e pedrarias,

  Se gemeram, suando nos trabalhos,

  Nas grandes matas ermas e sombrias,

  Jamais obedeceram

  Ao sentido cruel da ambição destruidora;

  Persistiram, lutaram e sofreram,

  Vida em fora,

  Porque eram os amigos bem-amados

  Que Jesus enviou a Anchieta.


  3 Depois de ouvirem o apóstolo do Brasil,

  Recordaram as promessas sagradas

  Do Senhor compassivo

  E abandonaram tudo nas fazendas,

  Alegrias, afetos e contendas,

  Canaviais e engenhos poderosos,

  E unidos, valorosos,

  Foram para o sertão verde renovar as

[sementes da vida.


  4 Desde então,

  Aqueles velhos bandeirantes,

  Tendo Cristo, no Céu, por companheiro,

  Erigiram nos montes e nos vales

  As fraternas cidades do Cruzeiro.

  Entregaram aos índios a cartilha da fé,

  Lavraram o chão duro,

  Semearam as bênçãos do futuro…

  Deixando a vida nova nos seus trilhos,

  Talharam lealmente

  O esperançoso berço de seus filhos;

  Obedecendo ao Cristo de bondade

  Foram chamar os filhos de outras terras

  Que desejassem a fraternidade.

  E, reunindo-os nas mesmas leis de amor,

  Esses espíritos heroicos

  No ideal renovador,

  Acenderam novas luzes,

  Junto ao Colégio de Piratininga.


  5 Suas casas-grandes, agora,

  Em vastas proporções,

  Não somente se espraiam pela terra amorosa

  Mas elevam-se também para o céu,

  Copiando o impulso de seus corações.

  Jesus multiplicou-lhes os talentos

  E os filhos das bandeiras

  Traçam novos caminhos opulentos

  Aqueles velhos bandeirantes

  Nunca se foram para sempre.

  Logo após a passagem do sepulcro,

  Se não voltam imediatamente,

  Continuam no esforço, em forma diferente,

  Renovando, inspirando; combatendo,

  Num sublime trabalho jamais visto

  Por um Brasil maior, com Jesus Cristo.


Rodrigues de Abreu


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