O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Conversa firme — Cornélio Pires


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Assunto de brigas

  1 Notas do Além, quanto à brigas,

  Prezada Tereza Marta,

  É aquilo que você pede

  No texto de sua carta.


  2 Existe uma briga boa,

  É aquela de que provém

  A ideia de se fazer

  A paz, o progresso, o bem…


  3 Algum de nós tem um plano

  Para a vida em derredor,

  Surge alguém apresentando

  Um plano muito melhor…


  4 Escutam-se bate-bocas,

  Pareceres diferentes,

  Amarguras momentâneas,

  Companheiros descontentes…


  5 Parece uma tempestade…

  Toda a equipe em convulsão…

  Mas se o bem palpita em todos,

  O conflito não foi vão.


  6 Afirma-se a caridade,

  A tolerância aparece,

  A humildade acende a luz

  No combustível da prece.


  7 Ressurge o clima do amor

  Na paz que se lhe consente,

  A briga deixa de ser

  E o trabalho segue à frente.


  8 Esta é a rixa proveitosa

  Em que o melhor se detém,

  Construindo e restaurando

  Sem prejuízo a ninguém.


  9 Entretanto, o desacordo

  No capricho pessoal

  É sempre invasão das trevas

  Trazendo a forca do mal.


  10 Nós mesmos, quanto ao assunto,

  Ao tempo que nos alcança,

  Temos histórias amargas

  Arquivadas na lembrança.


  11 Matilde brigou com Nélia

  Em rumorosa contenda,

  Com três mortes sem razão

  Nos colonos da fazenda.


  12 Zequinha entestou com Lopes

  Disputando bagatela,

  Depois fizeram as pazes…

  Quem morreu foi Felisbela.


  13 Recorde as velhas demandas

  No Roçado da Mutuca…

  Com tiro vai, tiro vem,

  Morreu a filha de Juca.


  14 De tanta luta em família

  Enlouqueceu Dona Irene,

  Ateando fogo em casa

  A jorros de querosene.


  15 De tanto atrito no lar,

  Na Fazenda Serafina,

  Neneco perdeu a casa

  Com fósforo em gasolina.


  16 A briga nas boas obras

  Com problemas de alarmar,

  São outras tantas histórias

  Que precisamos lembrar.


  17 O Centro da Caridade

  Por brigas de Conceição,

  Depois de tanto trabalho

  Acabou de supetão.


  18 O Círculo da Bondade

  Feito por damas de prol,

  Apagou-se pelas brigas

  De Donana do Paiol.


  19 Irmão Nico ergueu o grupo:

  — “A Paz Que Nunca Se Atrasa” —

  Mas brigou com tanta gente

  Que arrasou a própria casa.


  20 Havia um Grupo de Estudo,

  Na antiga Mata das Flores,

  A briga enrolou a escola

  Em chusmas de obsessores.


  21 Brigava tanto, mas tanto,

  O nosso irmão Nicolau,

  Que após seis anos de prece,

  Transformou-se em bate-pau.


  22 É isso aí, minha irmã,

  No lugar em que estiver,

  Aja muito, fale pouco,

  Faça o melhor que puder.


  23 Quanto ao mais, no dia a dia,

  Fique ligada no bem,

  Que a briga, de qualquer modo,

  Não dá camisa a ninguém.


Cornélio Pires


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