O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Conversa firme — Cornélio Pires


4


Assunto de mediunidade

  1 Recebi o seu bilhete,

  Meu caro Juquita Andrade,

  Você quer informações

  Em torno à mediunidade.


  2 Diz você: “Fale, Cornélio,

  Quanto aquilo que pergunto:

  O médium já nasce médium

  Para tal ou qual assunto?”


  3 “O Espírito ao reencarnar,

  Vem, por fé, atento a isso,

  Tendo rogado no Além

  Certo campo de serviço?”


  4 Digo a você, caro irmão,

  Tendo raízes na mente,

  Mediunidade no mundo

  É força de toda gente.


  5 Ser médium, por isso mesmo,

  É dom de qualquer pessoa,

  Que se aproveita entre nós,

  Conforme se aperfeiçoa.


  6 Mas muitos irmãos no Além,

  Pedem tarefas dobradas

  Às vezes, para resgate

  Das existências passadas.


  7 Escolhem mediunidade

  Por faixa de apoio e ação,

  Procurando melhoria,

  Progresso e sublimação.


  8 Suplicam lutas enormes,

  Apostolados gigantes,

  Privações e sacrifícios

  Em favor dos semelhantes.


  9 Rogam empregos de santos,

  Em caminhos tentadores,

  Estenderão paz e fé

  À custa das próprias dores.


  10 Depois, na Terra, medindo

  Esforços e oposições,

  Começam fadiga e queixa,

  Recessos e deserções.


  11 Vejo muitos casos tristes

  Que registro, a campo aberto,

  Falências e frustrações,

  Que vejo e anoto de perto.


  12 Era médium Dona Branca,

  Renasceu para ajudar,

  Mas vendo o serviço à frente

  Desistiu de trabalhar.


  13 Desde criança era médium

  O nosso amigo Tancredo,

  Porque a tarefa aumentasse

  O rapaz fugiu por medo.


  14 Desenvolveu-se nas curas,

  Nosso amigo Josué,

  Notando o serviço grande,

  Nosso amigo deu no pé.


  15 Era médium na cidade

  A irmã Nicota Rosenda,

  Ampliando-se o trabalho,

  Mudou-se para a fazenda.


  16 Era médium, trabalhava,

  Manoelino de Sofia,

  Mas deixou de casa e centro

  Ao ganhar na loteria.


  17 Pensando em moeda grossa

  O médium Joaquim das Dores,

  Deixou de servir aos guias

  E deu-se aos obsessores.


  18 Era médium dedicado

  O amigo Antônio Cascudo,

  Mas desertou, alegando

  Que precisava de estudo.


  19 Por médium, servindo a muitos

  Vi Antonica Beirão,

  Parou logo, declarando

  Que não tinha condição.


  20 E assim o assunto vai indo…

  Muito médium vem e vai,

  Renasce, volve ao serviço,

  Segue e recua, entra e sai…


  21 Mas em Deus, na Criação,

  Não há caminho inseguro…

  Médiuns do bem somos todos

  Em marcha para o futuro.


Cornélio Pires


Abrir