O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Confia e serve — Autores diversos — F. C. Xavier / Carlos A. Baccelli


11


A força das tradições

“Na leitura de um livro mediúnico, recebido por um médium na Inglaterra, observei muitas passagens com referência aos símbolos do catolicismo, como os dos Sacramentos, do Limbo Sagrado, etc., demonstrando, por parte do guia comunicante, muito apego à letra das Escrituras. Que explicações apresenta Emmanuel a respeito?” (Pergunta de um missivista)


1 Ainda aí temos de observar que todas as revelações se processam gradualmente.

2 Os desencarnados, apesar de seus conhecimentos avançados, com respeito aos problemas dessa natureza, têm de pautar o ensinamento segundo a tendência daqueles que o vão receber, sem ferir a lei de liberdade do arbítrio pessoal, nesse sentido, para que homens e agrupamentos consigam extrair das suas lições a maior soma de proveitos.


3 Ninguém ignora a força das tradições, nos meios doutrinários da Inglaterra.

4 A própria ideia da verdade reencarnacionista ainda não obteve ali sanção plena, por parte dos estudiosos do espiritualismo, quase todos saturados de interpretações escriturísticas da Bíblia, ao pé da letra, considerando quase sempre as suas expressões simbólicas de ensinamento.

5 Os mensageiros das verdades espíritas valem-se das possibilidades que lhe são oferecidas, nesse particular, servindo-se igualmente dos símbolos conhecidos para disseminar a revelação nova.


6 Sob os véus das palavras, guardam-se cada vez mais as luzes da realidade e é dessa forma que muitos emissários da palavra do Alto vêm, ali, substituindo antigos preceitos ortodoxos com novos caminhos de ascensão no conhecimento espiritual.


7 A sinceridade na fé e a firmeza da crença, quando verdadeiramente sentidas, nos inspiram o mais fundo respeito e a maior veneração.

8 E seria razoável destruir-se violentamente um cais, diante da maré impiedosa, sem haver construído outro com o mesmo carinho e o mesmo desvelo, evitando os perigos?

9 É essa a construção que constitui objeto do esforço dos trabalhadores invisíveis que, na sua experiência, devem saber a maneira mais fácil e mais útil de se abrir as portas de uma estrada nova.

10 Com o auxílio do tempo, todos os povos saberão afastar-se, cada vez mais, das formas para guardarem as essências imortais da vida do espírito.


11 Através do exposto, podereis observar a força das tradições e o quanto nos merece o trabalho e o esforço individuais, dentro do quadro infinito das lutas da evolução.


Emmanuel


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

Abrir