O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Canais da vida — Emmanuel


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Deus, nosso Pai

1 A pedra sonha com a sensação de planta.
2 A árvore aspira o instinto animal.
3 A fera vislumbra a inteligência.
4 O selvagem candidata-se à luz da razão.
5 O homem deseja para si o brilho do anjo.
6 E o anjo entrevê a celeste escalada de posições que ainda lhe cabe atravessar, no rumo da integração com a Munificência Divina.


7 Seres em crescimento, tão distantes da sublimação, quanto o orangotango ainda se encontra longe de nós, na insignificância de nossas aquisições e valores, qualquer definição de Deus nos escapa por insuficiência de percepção e compreensão.


8 O verme defrontado pela excelsitude da natureza, jamais conseguirá, em sua condição, penetrar as leis da botânica e a ave pequenina, embora refletindo nas asas tenras o fulgor solar, não pode analisar os fenômenos da luz.


9 Entretanto, o verme e a ave atendem às funções que lhes cabem na economia do mundo e evoluem, dia a dia, para mais altos recursos da forma, no caminho do progresso constante.


10 Seria temeridade de nossa parte desafiar a Divina Sabedoria com qualquer classificação de seus atributos.


11 Espíritos humanos em desenvolvimento, no corpo físico ou fora dele, não podemos trair a posição em que nos situamos, competindo-nos, por agora, não a veleidade de compreender o Plano do Universo, mas sim a obrigação de acatar-lhe os desígnios, abraçando o serviço que a Lei nos reserva no campo de aperfeiçoamento que nos cabe lavrar.


12 Ainda assim, se buscamos exata notícia do Criador, adotemos a do n Cristo que no-lo revelou na posição de “Nosso Pai”. ( † )

13 Nosso Pai que nos provê de recursos em todas as necessidades e que se acurva amoroso e solícito na proteção para todas as criaturas.

14 Nosso Pai que vela pela magnificência dos astros com a mesma ternura com que sustenta a larva no subsolo.


15 Em verdade, por agora, nossa inteligência é demasiado estreita para conter qualquer conceituação do Infinito, ( † ) cabendo-nos, por bênção e honra, o trabalho incessante no bem para libertação e aprimoramento de nossas possibilidades virtuais.


16 Pelo coração, no entanto, ser-nos-á possível buscar o exemplo de Jesus e sentir o Supremo Senhor por Nosso Pai de Sabedoria e Misericórdia.

17 Através do amor, a estrela se comunica com o grão de areia e se a gota do oceano não lhe pode medir a extensão e a grandeza, traz consigo, na intimidade da própria estrutura, o gosto característico do mar.


Emmanuel



[1] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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