O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Ação, Vida e Luz — Autores diversos


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Recristianização dos homens

1 No conformismo que caracteriza os tempos modernos, não são poucos os espíritos da literatura e da filosofia que apelam para a recristianização dos homens.


2 Entretanto, não falamos de recristianização, porquanto o afinamento da mentalidade do mundo terrestre no ideal de perfeição e de amor de Jesus Cristo não chegou a se verificar em tempo algum.


3 Apelamos para a cristianização de todos os Espíritos e é dentro desse sentido que se guarda o mais alto objetivo de todas as nossas mensagens extraterrestres.


4 O homem cresceu e evoluiu fisicamente, sem que progredisse, em identidade de circunstâncias, à sua posição espiritual.


5 Algumas almas nobilíssimas trouxeram-lhe num esforço generoso as grandes ideias dos seus tratados de filosofia social e política.


6 Todos esses gênios do Espaço, encarnados no mundo viveram isolados de seus contemporâneos.

7 Incompreendidos no seu século, apenas conseguiram uma facção de entendimento da posteridade, quando a morte já os havia arrancado do cenário de atividades do mundo.


8 E se me refiro a esses grandes Espíritos da Humanidade é somente para salientar que as ideias evoluídas do campo social deveram somente a eles o seu surto, no seio das coletividades, nestes últimos anos do planeta.


9 A prova disso é que os homens, como os Estados que são os aparelhos físicos da coletividade terrestre e humana, regressam atualmente a todos os processos da força.


10 A coroa foi substituída pelo poder integral e absoluto dos ditadores nos vossos tempos de incompreensão.
Os últimos acontecimentos nas chancelarias europeias são a prova do nosso asserto.


11 Não existe tanta necessidade de expansão por parte das potências imperialistas.
O que existe é a dilatação do espírito agressivo dos povos considerados fortes, em virtude das conquistas fáceis da força bruta.

12 Em todos eles prevalece somente a vontade de potência e o interesse inferior do domínio político.
Ontem era a Itália, dividindo a Abissínia, sem que o direito internacional estabelecesse a posição histórica dos humilhados e agora é o Japão querendo transformar 500 milhões de chineses em instrumentos de sua ambição, para marchar com novas hostes de Gengis Khan sobre o mundo europeu, como aconteceu há nove séculos; é a Alemanha, apoderando-se sumariamente da Áustria, a Espanha debatendo-se na guerra terrível das ideologias.


13 As nações interessadas igualmente no poderio internacional fazem as comédias diplomáticas, no seus reconhecimentos “de jure” ou “de fato”, mas a verdade que ressalta de tudo isso, de todos esses acordos é que a mentalidade humana retrocedeu alguns séculos, no que se refere à sua posição espiritual.


14 Consideremos, porém, que é a própria ambição de cada país que fará apodrecer todos os eixos diplomáticos e todas as alianças do poderio militar, lançando sobre as almas o fantasma do morticínio e do sofrimento.


15 O quadro da civilização europeia, desenvolvida no Mediterrâneo que ficou como escola temível de suas ambições e de seus absurdos, é bastante doloroso para quantos se preocupam com os problemas sérios e graves da vida.


16 A guerra é inevitável nessa civilização que depende exclusivamente do militarismo.
Os grandes exércitos são a sua grande ruína, todavia, consideremos que Jesus está no leme e o seu barco não pode soçobrar.


17 Que Deus se apiede de todos nós, tornando-nos dignos da grande tarefa de reviver o Evangelho, em sua expressão pura e simples, para o necessário reerguimento moral da Humanidade.


Emmanuel



(Página recebida pelo médium Francisco C. Xavier, em reunião da noite de 17 de março de 1938, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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