O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Alma e coração — Emmanuel


12

Para o Reino de Deus

1 Certamente, Jesus esteve, está e estará sempre conosco, no levantamento do Reino de Deus, ( † ) e, por isso mesmo, urge reconhecer que, para isso, ele não nos reclama demonstrações de heroísmo ou espetáculos de grandeza.

2 Tudo em semelhante edificação é compreensível e simples, mas, por esta razão, o Mestre espera que as nossas tarefas compreensíveis e simples sejam cumpridas por nós, em regime de esforço máximo, a fim de que venhamos a colaborar na fundação da estrutura eterna.

3 Para que atinjamos, no mundo, o Reino de Deus, não nos pede o Senhor peregrinações de sacrifício a regiões particulares; espera, no entretanto, que demonstremos coragem suficiente para ver, dia por dia, no exato cumprimento de nossos deveres, na viagem difícil da reencarnação.

4 Não exige que nos diplomemos nos preceitos gramaticais do idioma em que desfrutamos agora o privilégio do entendimento mútuo; espera, porém, que saibamos dizer sempre a palavra equilibrada e reconfortante, em auxílio de nossos companheiros da idade.

5 Não nos obriga à renúncia dos bens terrenos; espera, todavia, que nos dediquemos a administrá-los sensatamente, empregando as sobras possíveis no socorro aos irmãos em penúria.

6 Não nos impele a ginásticas especiais para o desenvolvimento prematuro de forças físicas ou psíquicas; espera, entretanto, que nos esforcemos por barrar os pensamentos infelizes, dominando as nossas tendências inferiores.

7 Não nos solicita a perfeição moral de um dia para outro; espera, contudo, que nos disponhamos a cooperar com ele, suportando injúrias e esquecendo-as, em favor do bem comum.

8 Não nos determina sistemas sacrificiais de alimentação ou processos de vida incompatíveis com as nossas necessidades justas e naturais; espera, porém, que tenhamos respeito ao corpo que a Lei da Reencarnação nos haja emprestado, guardando fidelidade invariável aos compromissos que assumimos, uns à frente dos outros.

9 Não nos aconselha o afastamento da vida social, sob o pretexto de preservarmos qualidades para a glória celeste; espera, no entanto, que exerçamos bondade e paciência, perdão e amor, no trato recíproco, a fim de que, a pouco e pouco, nos certifiquemos de que todos somos irmãos perante o mesmo Pai.


10 Jesus não nos pede o impossível; solicita-nos apenas colaboração e trabalho na medida de nossas possibilidades humanas, cabendo-nos, porém, observar que, se todos aguardamos ansiosamente o Mundo Feliz de Amanhã, é preciso lembrar que, assim como um edifício se levanta da base, o Reino de Deus começa de nós. ( † )


Emmanuel


Abrir